Doleiro Juca
Bala era peça-chave no esquema da Odebrecht
Reprodução
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Como mostrou o Jornal Nacional,
Juca Bala participava da lavagem de dinheiro na construtora. Doleiro que vivia
em Punta Del Este foi preso na sexta-feira.
O doleiro do ex-governador do Rio
Sérgio Cabral preso na sexta-feira (3) no Uruguai era peça-chave no esquema de
propina da Odebrecht, segundo os investigadores. Reportagem dos repórteres
Carlos de Lannoy e Arthur Guimarães, exibida nesta segunda-feira (6) no Jornal
Nacional, mostra como Vinícius Claret, o Juca Bala, participava da lavagem de
dinheiro na construtora.
Na porta da loja de pranchas dele,
em Punta Del Este, balneário uruguaio, Juca Bala deixou um número de telefone.
Servia para os clientes surfistas, mas era também um contato direto com os
tubarões da corrupção no Brasil.
O mesmo número estava na agenda de
Maria Lucia Tavares, a secretária da Odebrecht que revelou o setor de operações
estruturadas, o departamento de propina da empreiteira – como o Jornal Nacional
mostrou no sábado.
Vinicius Claret era peça
fundamental pra esse setor funcionar. Era um dos homens que a Odebrecht usava
para fazer dinheiro.
A participação dele foi revelada
na delação de Vinicius Veiga Borin, ex-funcionário do AOB e sócio do Meinl
Bank, dois bancos em Antígua, no Caribe, onde a Odebrecht movimentou cerca de
US$ 2,6 bilhões, mais de R$ 8 bilhões.
Juca Bala é visto surfando de
stand up paddle em redes sociais (Foto: Reprodução/TV Globo)
O Ministério Público Federal do
Paraná incluiu Vinicius Claret num organograma da lavagem de dinheiro da
Odebrecht que já constava do pedido de prisão do ex-ministro Antonio Palocci,
do PT, em setembro do ano passado.
Parte do lucro da Odebrecht em
obras no exterior era depositada m contas de offshores ligadas à empresa. A partir
daí, uma sequência de transferências tentava esconder a origem dos valores.
Das contas controladas pela
própria Odebrecht, o dinheiro ia pra contas de offshores de sócios, que eram
operadores financeiros. Um desses operadores era Vinicius Veiga Borin.
Os repasses, então, eram feitos
para contas de Rodrigo Tacla Duran, advogado preso na Espanha em novembro
passado, a pedido da Lava Jato. Segundo Borin, os intermediários recebiam uma
comissão de 2% sobre os valores.
Vinicius Borin contou que Rodrigo
Tacla fazia transferências para uma pessoa de nome Juca, um brasileiro em
Montevidéu, com a finalidade de fazer dinheiro no Brasil. Disse também que Juca
tinha três contas no Meinl Bank.
O organograma mostra que Vinicius
Claret era um dos responsáveis por fazer chegar dinheiro ao Brasil por meio
dessas contas.
A delação premiada dos irmãos
Renato e Marcelo Chebar, outros doleiros do ex-governador Sérgio Cabral, preso
desde novembro, mostra que Vinicius, apesar de viver em Montevidéu, tinha uma
estrutura montada no Rio de Janeiro para entrega e retirada de valores.
Renato Chebar contou que Juca
tinha uma equipe composta normalmente por um liquidante - que transportava o
dinheiro – e dois seguranças. O dinheiro era entregue em reais no Brasil e ele
depositava o equivalente em dólares em contas no exterior, cobrando um ágio.
Pelas informações contidas na
agenda de Maria Lúcia Tavares, a ex-secretária da Odebrecht, o endereço de
Vinicius Claret no Brasil era uma sala no Centro Empresarial Mourisco, em
Botafogo, na Zona Sul do Rio.
A Lava Jato suspeita que ele agia
como um banqueiro clandestino. Os investigadores acreditam que ele recebia e
entregava grandes quantidades de dinheiro a políticos envolvidos com a
corrupção, como Cabral.
O advogado de Vinicius Veiga Borin
disse que ele só vai se manifestar na Justiça.
A Odebrecht reafirmou que tem
compromisso de colaborar com a Justiça para esclarecer os atos praticados pela
companhia.
O Jornal Nacional não conseguiu
contato com os advogados de Vinícius Claret, Rodrigo Tacla Duran e Sérgio
Cabral.
Por Jornal Nacional
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