Manifestantes
protestam contra o decreto que descriminaliza
corrupção, em Bucareste, na Romênia -
05/02/2017
(Adriana
Neagoe/Reuters)
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A população
permanece nas ruas, pedindo a renúncia do primeiro-ministro
O governo da
Romênia revogou neste final de semana um decreto aprovado na última terça-feira
que descriminalizava atos de corrupção e gerou protestos em massa no país, mas
os romenos continuam mobilizados com novas manifestações, para manter a pressão
sobre o governo social-democrata.
Cerca de
meio milhão de pessoas protestaram no domingo, de acordo com estimativas de
redes de televisão locais. Muitos dos manifestantes pedem a renúncia do
primeiro-ministro Sorin Grindeanu.
O premiê
social-democrata descartou renunciar e disse em uma entrevista pela televisão,
que tem “uma responsabilidade com quem que votou” em seu partido nas eleições
legislativas de 11 de dezembro. No cargo há um mês, Grindeanu disse que revogou
o texto “para não dividir a Romênia”.
O decreto
foi aprovado na última terça-feira pelo governo sem passar pelo Parlamento.
Desde então, entre centenas de milhares de pessoas saem às ruas diariamente
para protestar. Entre outras coisas, o decreto polêmico descriminalizava crimes
por abuso de poder e corrupção se o prejuízo causado ao Estado fosse menor que
200.000 leus, equivalente a 150.000 reais.
As
manifestações dos últimos dias são históricas no país, de 20 milhões de
habitantes, que enfrentou vários períodos de instabilidade política desde a
queda da ditadura comunista, em 1989.
O premier
afirmou que a reforma tinha o objetivo de alinhar o código penal à
Constituição, bem como diminuir o número de presos. Diante dos protestos,
Grindeanu promete agora um novo projeto de lei.
Os
manifestantes temem um retrocesso na luta contra a corrupção em relação aos
últimos anos, quando, sob pressão da União Europeia (UE) e de juízes, os
tribunais instruíram centenas de casos de corrupção, um giro histórico na
Justiça do país.
Social-Democrata
O governo já
havia sido criticado por querer proteger o líder do Partido Social-Democrata
(PSD), Liviu Dragnea, julgado por empregos fictícios. Dragnea afirma que o
decreto não o beneficiava, e que se trata de uma campanha de desinformação. Ele
já está inabilitado pela Justiça, que o condenou no ano passado a dois anos de
prisão com direito a sursis (suspensão condicional da pena) por fraude
eleitoral. Seu julgamento por abuso de poder no caso de empregos fictícios
começou na terça-feira.
O PSD, expulso
em 2015 por grandes manifestações contra a corrupção, voltou a vencer nas
eleições de dezembro passado.
(Com AFP)
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