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Reprodução Rede Globo |
Pacientes reclamam de calor e
denunciam falta de higiene na unidade. Sala sem refrigeração torna internação
ainda mais penosa na unidade que foi municipalizada há 1 ano.
O Hospital Rocha Faria, na Zona
Oeste do Rio, está com condições precárias de atendimento. Além da falta do ar
condicionado em salas onde os pacientes são atendidos, o necrotério da unidade
tem corpos fora da câmara de refrigeração.
Segundo os acompanhantes dos
pacientes, mais de 30 pessoas ficam na mesma sala sem refrigeração. Em
entrevista ao RJTV, o marido de uma paciente internada na Sala Amarela do
hospital classificou a situação como desumana.
"Ela [a mulher] tem falta de
ar também, está se abanando com papelão eu perguntei se pode trazer ventilador,
me falaram que não pode. A gente está na mão dessas pessoas que parecem que não
são humanas", disse o homem, que não quis ser identificado.
Acompanhantes de outros pacientes
contaram ainda que tem pessoas vítimas de queimadura que também aguardam no calor.
"Minha mãe foi internada na
seção que é a sala amarela, tinha em torno de 31 pacientes, inclusive pacientes
que já tinham feito cirurgia e estavam junto com os outros. Havia um banheiro
pra uso das pessoas e ele estava entupido, relatou a professora Patrícia Matos.
A chuva que amenizou um pouco o
calor na cidade nesta quinta-feira (5) trouxe mais transtorno que alívio para
quem está no Rocha Faria.
"Choveu essa noite dentro do
hospital. Está cheio de goteira, choveu no banheiro, entrou água no hospital.
Nós estamos transferindo minha mãe daqui, tem três dias que ela está internada,
foi feito o possível, mas não tem como atender todo mundo. Cheiro ruim, cheiro
desagradável porque é muita gente junto, sem higiene, no calor", reclamou
a auxiliar de enfermagem Dalva Matos.
Pacientes e funcionários da
unidade médica denunciam também falta de higiene no necrotério. Um vídeo feito
no local mostra dezenas de corpos fora da câmara frigorífica. Além disso, por
causa da demora na liberação dos corpos, carros de funerárias fazem fila pra
esperar na porta do hospital.
Em junho do ano passado, o RJTV já
havia mostrado situação caótica no Hospital Rocha Faria. Na ocasião, havia 63
corpos dentro do hospital fora das geladeiras. Uma das câmaras frigoríficas não
estava funcionando e servia de depósito. O Ministério Público fez uma vistoria
e, depois da denúncia, os corpos foram liberados para o sepultamento.
O Rocha Faria é uma das principais
unidades de saúde da Zona Oeste do Rio. A unidade faz 11 mil atendimentos por mês.
Ela foi municipalizada há um ano, por causa da crise financeira do governo do
estado. Por causa da situação caótica em que se encontra, muita gente que
procura atendimento por lá está sendo encaminhada para outros hospitais da
cidade.
"Eu estava passando mal da
minha trombose. Eu fui no medico e ele me mandou internar. Daí eu perguntei ‘em
qual hospital”. Ele me mandou ir para o de Santa Cruz. Mas, por quê, se eu moro
em Campo Grande?", contou a dona de casa Nesia Mendes.
A direção do hospital disse que
está atendendo 40% de pacientes a mais que a capacidade. Por isso, está
priorizando os casos mais graves. Ainda segundo a direção, o problema no ar
condicionado está sendo resolvido e até o fim do dia o hospital estará com a
temperatura adequada.
A direção do hospital disse também
que não recebeu nenhuma reclamação sobre a limpeza. Sobre o necrotério, a
Organização Social Iabas disse que os corpos estão prontos para sepultamento,
mas muitas famílias não providenciaram a retirada porque dizem que não podem arcar
com os custos do enterro e dependem da justiça pra conseguir isso.
Por G1, Rio de Janeiro
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