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O chefe da
Al Qaeda achava o EI "muito violento"
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Uma carta escrita por um de seus
assessores sugere a crescente frustração de Bin Laden com sua organização
terrorista
Meses antes de sua morte, Osama
bin Laden demonstrou preocupação com as táticas violentas e impacientes do
grupo Estado Islâmico e com o enfraquecimento da Al Qaeda, segundo documentos
divulgados pela CIA na quinta-feira. Esta mais recente divulgação da coleção de
documentos encontrados quando os Navy Seals invadiram o complexo secreto do
chefe da Al Qaeda no Paquistão e o mataram, em 2011, mostra Bin Laden
tentando manter seus seguidores jihadistas ao redor do mundo alinhados em sua
guerra contra os Estados Unidos.
Os arquivos também revelam um pai
preocupado, advertindo seus filhos para o risco de terem chips eletrônicos
implantados no corpo e serem rastreados, e aconselhando os soldados da Al Qaeda
no norte da África de que não havia problema em se masturbar. Bin Laden também
gastou um tempo significativo tentando gerenciar o destino de estrangeiros
sequestrados por redes distantes afiliadas ao seu grupo radical islâmico.
E demonstrou um forte interesse
nas questões do país natal de sua família, o Iêmen, onde um novo braço poderoso
— A Al Qaeda na Península Arábica (AQPA) — causava um grande impacto.
Uma carta ao fundador da AQPA, Nasir al-Wuhayshi, advertia para que não
avançasse muito rápido contra o governo, já que as condições ainda não eram as
ideais para formar um Estado islâmico que pudesse governar efetivamente e
resistir a ataques do exterior.
“Sangue não deve ser derramado a menos que
tenhamos evidências que mostrem que os elementos de sucesso para estabelecer o
Estado islâmico e mantê-lo estão disponíveis ou se vale a pena derramar este
sangue para atingir estas metas”, escreveu. “Pode haver uma reação enorme que
poderia nos arrastar para uma verdadeira guerra”, explicou.
Preocupação com união da Al
Qaeda — Os documentos – que datam em sua maioria em torno de 2010
— alguns escritos por Bin Laden e outros em seu nome, mostram o chefe da
Al Qaeda determinado a manter o foco de seu grupo nos Estados Unidos como seu
inimigo. “Os inimigos da Ummah hoje são como uma árvore perversa”, escreveu,
usando o termo que designa a comunidade mundial de muçulmanos. “O tronco desta
árvore é os Estados Unidos”.
As cartas também revelam que Anwar
al-Awlaki, um clérigo da Al Qaeda nascido nos Estados Unidos e radicado no
Iêmen, era candidato a ser nomeado emir ou chefe da AQPA, com Bin Laden pedindo
mais detalhes biográficos sobre ele. Bin Laden também demonstrou dúvidas,
observando que “aqui nós confiamos nas pessoas depois de enviá-las à linha de
frente e testá-las”. Awlaki, cujos textos inspiraram muitos convertidos para a
causa jihadista, foi morto por um ataque de drone americano em setembro de
2011.
Uma carta escrita por um de seus
assessores sugere a crescente frustração de Bin Laden com sua organização quase
uma década após os ataques do 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Bin
Laden “falou sobre o medo de nossa organização envelhecer e atingir a decrepitude,
como ocorreu com outras organizações”, disse a carta. Mas o
chefe jihadista também teve tempo de dar conselhos pessoais a combatentes
da Al-Qaeda no norte da África, presos a um “celibato infeliz” devido à falta
de esposas disponíveis.
“Deus não se envergonha da
verdade”, escreveu um assessor em uma carta, citando um conselho de Bin Laden.
“Da forma como vemos, não temos nenhuma objeção em esclarecer aos irmãos que
eles podem, nestas condições, se masturbar, já que este é um caso extremo”.
(Com agência France-Presse)

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