Alunos da
PUC-Rio entregaram cheque simbólico para
vendedor
(Fotos: Rafael Di Celio/ Arquivo Pessoal)
|
Haroldo de Souza ganhava R$ 800
por mês com venda dos produtos. Ele afirmou que ficou 'sem palavras' para
agradecer carinho dos alunos.
O morador da comunidade Rio das
Pedras, na Zona Oeste do Rio, Haroldo Soares de Souza, de 64 anos, vende seus
“bolos no pote” para quem passa em frente à PUC-Rio, na Zona Sul. Sabendo que
seus clientes, composta na maioria por universitários, iria “sumir” com o
início das férias, os alunos resolveram fazer uma campanha para ajudar o
simpático vendedor com as despesas de fim de ano.
Na última semana, o estudante de
engenharia André Naveiro, de 20 anos, fez um post em uma rede social contando a
história do senhor que ficava até as 22h vendendo seus quitutes em frente à universidade.
A “caixinha do Haroldo” arrecadou mais de R$ 10 mil em três dias de campanha em
redes sociais e nos pilotis da PUC.
“Eu sempre passava ali com os meus
amigos e ele ficava até tarde. Ele é sempre muito educado, dá ‘boa tarde’ para
todo mundo. Dai teve um dia que faltava um bolo só e resolvi comprar. Eu fiz a
conta dos lucros dele e vi que não dava nem um salário mínimo por mês, era
muito pouco mesmo. Então fiz um post no Facebook, como teve repercussão fizemos
a campanha de arrecadação. Em três dias, nós conseguimos mais de R$ 10 mil. Ele
ficou muito feliz e a galera aderiu mesmo”, afirmou o aluno de engenharia André
Naveiro.
Em conversa com o G1 nesta
terça-feira (13), o vendedor ambulante disse que é muito grato pela atitude dos
alunos. Ele falou que quando viu o “checão com o valor” nem acreditou e não
tinha palavras para agradecer pelo carinho. Haroldo disse que irá pagar algumas
contas que estavam “tirando o sono” e descansar por uma semana.
“Se não tivesse ganhado essa
quantia, meu final de ano seria vendendo bolo para juntar dinheiro e tentar
fazer o Natal lá de casa. Não ia ter folga. Mesmo recebendo esse valor, nós
vamos continuar vendendo. A primeira coisa vai ser pagar algumas contas que
estão atrasadas e depois eu e a minha mulher pretendemos descansar uma semana.
Depois disso, eu volto a trabalhar. Se eu não vender bolo, vou vender sacolé.
Só não vou ficar sem trabalhar”, contou.
A repercussão na internet gerou
bons frutos para Haroldo. Ele vende diariamente 40 potes de bolo todos os dias,
com um total de R$ 800 de lucro mensal. Se antes ele demorava cerca de oito
horas para esgotar o estoque dos bolos, após a campanha nas redes sociais as
guloseimas são vendidas em duas horas.
Além disso, ele e sua família
estão pensando em conseguir um ponto fixo para vender os bolos. Pai de quatro
filhos e avô de dois netos, o vendedor disse que quando receber o dinheiro vai
passar para a mulher, que irá “administrar as finanças”. Haroldo afirmou ainda
que sua mulher Shirley Francisco Camacho de Souza, de 53 anos, é sua parceira e
“carro forte”.
“Esse fim de ano vai ser bem mais
tranquilo com esse dinheiro que recolheram para mim. E eu destinei o dinheiro
total para a minha mulher Shirley. Ela que vai administrar e ela está pensando
em conseguir um ponto para eu trabalhar fixo, a princípio aqui na PUC mesmo.
Mas ela ainda vai se informar para ver se esse valor é suficiente. Ela decide
tudo, é o meu carro forte”, afirmou.
G1
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!