Nathan Law,
o membro mais novo na cerimônia de posse do LegCo,
o Parlamento de Hong Kong (Anthony
Wallace/AFP)
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Recém-eleitos, jovens
pró-independência fizeram críticas a Pequim na cerimônia de posse do novo
Parlamento de Hong Kong
A cerimônia de posse do novo
Parlamento de Hong Kong (LegCo), nesta quarta-feira, foi marcada por protestos
da geração de jovens políticos pró-democracia, contrários à “tirania” da China.
Recém-eleitos, alguns dos novos parlamentares mudaram o texto do juramento
previsto em lei e carregaram bandeiras com a frase “Hong Kong não é China”.
“Juro solenemente que serei fiel e manterei
verdadeira lealdade à nação de Hong Kong”, disse a parlamentar Yau Wai-ching,
de 25 anos, membro do partido Youngspiration. Instruída a repetir o juramento,
que a obriga a usar a nomenclatura “Região Administrativa Especial de Hong Kong
da República Popular da China”, Wai-ching fez trocadilhos com o nome do país
comunista, usando a expressão “Ref*cking of Shina”, uma forma pejorativa de se
dirigir à nação.
Eddie Chu, outro membro da nova
geração, leu o juramento completo, mas adicionou ao final a frase “Democracia e
autodeterminação. Autocracia vai morrer!”. A parlamentar Lau Siu-lai registrou
seu protesto lendo o texto em câmera lenta, o que fez com que diversos
políticos deixassem a cerimônia.
O último a prestar seu juramento,
Nathan Law, de 23 anos, usou o momento para demonstrar sua indignação com
“autoritarismo de Pequim”. O membro mais jovem do LegCo e líder do partido
Demosisto citou uma frase de Mahatma Gandhi, antes de ler o texto. “Vocês podem
me acorrentar, podem me torturar, podem até destruir este corpo. Mas nunca vão
aprisionar a minha mente”, citou Law.
Ao todo, seis líderes estudantis
foram votados para fazerem parte do Parlamento de Hong Kong, que conta com
setenta membros. Os recém-eleitos foram rostos importantes da chamada Revolução
dos Guarda-Chuvas, em 2014, que pedia por maior independência do país
comunista. Hong Kong funciona segundo o princípio “um país, dois sistemas”, que
garante algumas liberdades diferentes do resto da China, mas ainda mantém
importantes laços legais.
Após completar seu pronunciamento,
Law se recusou a deixar o pódio e pediu explicações a Kenneth Chen,
secretário-geral do LegCo. Chen se recusou a aceitar os juramentos de três dos
parlamentares, incluindo Yau, que modificaram partes dos textos e, portanto,
não poderiam tomar posse oficialmente até que completassem a cerimônia em outro
momento. A sessão do LegCo terminou em caos e discussões acaloradas.
Veja.com
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