Fabio Raposo
e Caio Silva de Souza são acusados de acionar
rojão que matou cinegrafista (Montagem/VEJA)
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Tribunal decidiu por unanimidade
que a dupla deve ser julgada por homicídio qualificado com dolo eventual,
quando se assume o risco de matar
A 5ª Turma do Superior Tribunal de
Justiça decidiu por unanimidade nesta terça-feira que os dois ativistas
acusados pela morte do
cinegrafista da Band, Santiago de Andrade, em fevereiro de
2014, devem responder por homicídio qualificado com dolo eventual,
quando se assume o risco de matar. Com a decisão, Fábio Raposo Barbosa e Caio
Silva de Souza, ambos de 24 anos, serão julgados pelo tribunal do júri.
A decisão derruba a proferida pela
8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em março do ano
passado, que afastou a tese do dolo considerando que a dupla não tinha intenção
de matar e, por isso, seria julgada por homicídio culposo numa vara
criminal comum.
O ministro relator do processo,
Jorge Mussi, afirmou estar convencido da atitude dolosa dos réus por terem
lançado o rojão no de uma manifestação e sem a vara que lhe dá
direção. “Uma coisa seria a utilização normal do artefato explosivo, de
acordo com as especificações para as quais foi projetado segundo convenções de
segurança, e desta prática resultarem danos à integridade física ou ao
patrimônio de outrem. Outra, completamente diferente, e que evidencia a
assunção do risco (…) é o seu emprego anômalo, com a retirada da vara que lhe
dá direção, transformando-se em instrumento lesivo apto a não só causar
tumulto, mas a provocar o resultado danoso a título de dolo eventual”, disse o
ministro.
Os ministros do STJ, no entanto,
abrandaram a acusação do Ministério Público, que pediu a condenação da dupla
por homicídio triplamente qualificado. O tribunal tirou duas
qualificadoras — por motivo torpe e por não dar possibilidade de
defesa —, mantendo apenas a que trata do porte de explosivos.
Os dois jovens, que ficaram presos
por cerca de um ano e um mês, são acusados de terem acendido e lançado o rojão
que atingiu a nuca do cinegrafista, enquanto ele gravava imagens de um protesto
no dia 6 de fevereiro do ano passado na Praça Duque de Caxias, no centro
do Rio de Janeiro — quatro dias depois, ele teve morte cerebral causada
por fratura craniana.
Veja.com
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