Sombra,
morto nesta terça-feira (Fernando Pilatos/Dedoc)
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Acusado pelo Ministério Público de
encomendar o sequestro e a morte do ex-prefeito de Santo André, empresário
lutava contra um câncer
O empresário Sergio Gomes da
Silva, conhecido como o Sombra, que estava com o prefeito de Santo André, Celso
Daniel, no momento em que ele foi sequestrado, sendo conduzido para prestar
depoimento
Morreu nesta terça-feira o
empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, aos 59 anos, acusado pelo
Ministério Público de encomendar o sequestro e a morte do ex-prefeito de Santo
André Celso Daniel. Ex-segurança do político que se transformou em um fantasma
para o PT, Sombra morreu às 6h30, no Hospital Montemagno, em São Paulo, onde
estava internado desde o dia 22 de setembro. Ele fazia tratamento contra um
câncer há vários anos: a doença inicialmente foi detectada no intestino e no
estômago, mas se espalhou para o fígado, o que acabou por matá-lo.
O empresário chegou a ser preso
durante as investigações do assassinato e foi pronunciado a júri popular em
2010. O processo, no entanto, saiu dos escaninhos da 1ª Vara da Comarca de
Itapecerica da Serra (SP) e foi remetido a Brasília por uma série de recursos
da defesa de Sombra. Ele sempre negou envolvimento no homicídio.
No ano passado, o Supremo Tribunal
Federal anulou de vez parte da instrução processual e determinou que a ação
retornasse à fase de interrogatórios, além de conceder a Sombra o direito de
responder em liberdade. O advogado Roberto Podval alegou no habeas corpus
cerceamento de defesa, porque não pôde fazer perguntas aos corréus durante os
depoimentos à Justiça de São Paulo.
Ex-prefeito
de Santo André Celso Daniel.
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Podval tentou anular também o
processo para os executores do crime. Mas como a ação penal contra Sombra
corria em separado, só ele se beneficiou da regressão do caso. Os comparsas,
defendidos por criminalistas menos badalados e defensores públicos, tiveram
destino diferente: seis integrantes da
quadrilha da Favela Pantanal foram
condenados e continuam presos. São eles Itamar Messias da Silva Santos, Ivan
Rodrigues da Silva, José Edison da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira,
Elcyd Oliveira Brito e Marcos Roberto Bispo dos Santos.
Sombra foi sócio de Ronan Maria
Pinto, o dono do jornal Diário do Grande ABC e empresário dos ramos de
transporte público preso na 27ª fase da Operação Lava Jato, a Carbono 14.
Segundo a Justiça paulista, eles também se associaram em outra empreitada: o
esquema de corrupção e achaque de empresários de ônibus desvendado pelo Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na gestão Celso
Daniel. Ambos foram condenados no ano passado pela 1ª Vara Criminal de Santo
André, ao lado do comparsa Klinger Luiz de Oliveira Souza, ex-secretário de
Serviços na administração de Celso Daniel. Sombra e Klinger pegaram 15 anos, 6
meses e 19 dias de prisão; Ronan, 10 anos, 4 meses e 12 dias. Ele recorria em
liberdade, assim como os demais.
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