Taiane, de
22 anos, morreu no HCE neste sábado. Marido de Taiane
procurou a
Justiça após conseguir laudo médico apontando gravidade
(Foto: Arquivo pessoal) |
Justiça expediu ordem para a transferência,
que não aconteceu. 'Não tivemos filhos. O que eu diria para uma criança
agora", disse o marido.
A jovem Taiane da Silva Costa de
Oliveira, de 22 anos, morreu no sábado (27) no Hospital Central de
Emergência de Cabo Frio, Região dos Lagos do Rio, onde aguardava uma vaga de
UTI. Ela estava internada há 22 dias com quadro grave de infecção generalizada
e problemas de coração. O marido de Taiane procurou a Justiça, que determinou a
transferência imediata da paciente para um hospital com recursos. A ordem foi
expedida no dia 21 de agosto pela 1ª Vara Civil de Cabo Frio, mas não foi
cumprida.
Segundo Leandro Costa de Oliveira,
de 35 anos, casado com Taiane há cinco, nesta sexta-feira (26) a equipe médica
disse que chegou a colocar a jovem em uma ambulância para fazer a transferência
para um hospital em Vassouras, mas ela teria tido complicações e foi levada de
volta para dentro da unidade. O marido da jovem afirmou que registrou o caso na
126ª Delegacia de Polícia.
"Hoje fiquei cerca de uma
hora aguardando, pensando que ia visitar minha esposa, mas ela já estava morta.
Queriam que eu a enterrasse ainda nesta tarde, sem fazer o exame de necropsia,
mas eu quero saber a causa exata da morte. Na delegacia me informaram que o
rabecão vai buscar o corpo e levar para o Instituto Médico Legal",
declarou Leandro, acrescentando: "Ainda bem que não tivemos filhos, pois o
que eu iria dizer para uma criança agora?".
Leandro revela ainda que não
conseguiu visitar Taiane na sexta-feira, após a tentativa frustrada de
transferência.
"Não me deixaram vê-la.
Disseram que estavam realizando procedimentos lá dentro e que eu não podia
entrar", disse o marido. A jovem chegou a passar por cirurgia no próprio
HCE no dia 17 deste mês quando apresentou falta de ar, afirma Leandro. O
enterro será realizado no Rio de Janeiro, mas ainda não há data nem horário
para o sepultamento.
A ordem judicial destinada ao
município de Cabo Frio e ao Estado do Rio de Janeiro determinava que a
transferência para uma UTI fosse feita de forma imediata (no prazo máximo de 24
horas) em uma ambulância com UTI móvel. A multa diária estabelecida em caso de
descumprimento foi estabelecida em R$ 5 mil.
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e com o
Estado do Rio e aguarda um posicionamento sobre o caso.
Do G1 Região dos Lagos
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