Venezuelanos
aproveitam abertura da fronteira para comprar
mantimentos
em um supermercado na cidade de Cucuta
na Colômbia (Manuel
Hernandez/Reuters)
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Sob aplausos dos funcionários,
ministro do Trabalho venezuelano, Oswaldo Vera, assinou documento de ocupação
das dependências de empresa americana Kimberly-Clark
O governo venezuelano ordenou
nesta segunda-feira a ocupação da empresa americana Kimberly-Clark, que
encerrou sua produção de artigos de higiene pessoal alegando uma piora das
condições econômicas.
"Vamos assinar a solicitação
que nos foi feita pelos trabalhadores, onde apresentaremos (...) a ocupação
imediata da entidade de trabalho Kimberly-Clark da Venezuela (...) por parte
dos trabalhadores", disse o ministro do Trabalho, Oswaldo Vera, no prédio
da companhia na cidade de Maracay, que produz especialmente papel higiênico.
Ao assinar o documento, em meio a
aplausos dos funcionários, Vera ordenou ligar as máquinas. "A partir de
hoje, a Kimberly-Clark volta a abrir suas portas, sua produção", afirmou o
funcionário, que reiterou a advertência do presidente Nicolás Maduro de
intervir nas companhias que paralisarem suas atividades.
"Bem-vindos ao setor
empresarial que quer acompanhar o governo, mas empresa que é fechada, é empresa
que será ocupada e aberta pelos trabalhadores e pelo governo
revolucionário", sustentou.
No último sábado, a Kimberly-Clark
anunciou a paralisação das suas operações falando sobre uma "carência de
divisas" para adquirir matéria-prima e "o rápido aumento da
inflação". Segundo um comunicado da multinacional, esse fatores tornam
"impossível operar" no país.
A fabricante de papel higiênico e
fraldas, entre outros produtos, declarou que "se as condições
mudarem" avaliará no futuro "a viabilidade" de retomar as
atividades.
A Kimberly-Clark destacou que a
partir de agora "o governo venezuelano será o responsável pelo bem-estar
dos trabalhadores e pelos ativos físicos, equipamentos e máquinas" da
unidade ocupada.
Há dois meses, Maduro advertiu que
"fábrica parada será fábrica tomada pelos trabalhadores". A lei
venezuelana autoriza a ocupação de fábrica no caso de "fechamento ilegal
ou fraudulento" de uma empresa ou de lockout.
Vigora na Venezuela desde 2003 um
férreo controle sobre o câmbio, com o governo monopolizando a distribuição de
divisas, cada vez mais escassas diante da queda dos preços do petróleo, que
gera 96% das receitas do país.
De acordo com a Fedecámaras,
principal associação empresarial venezuelana, mais de 85% da indústria estava
paralisada em maio passado por falta de matéria-prima.
O governo também fixa o preço de
muitos alimentos e produtos básicos, o que segundo os empresários inviabiliza
os custos de produção.
(Com AFP)
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