Muros aumentaram força de ondas que derrubaram ciclovia, diz laudo | Rio das Ostras Jornal

Muros aumentaram força de ondas que derrubaram ciclovia, diz laudo

Duas pessoas morreram no desabamento, em 21 de abril.
Especialistas da Coppe/UFRJ que assinam um laudo sobre a queda da ciclovia Tim Maia são taxativos: as muretas construídas ao longo do costão de São Conrado potencializaram a força das ondas que atingiram a pista. A ciclovia desabou em 21 de abril, matando duas pessoas.
De acordo com o estudo da Coppe, no dia da tragédia não havia nem mesmo uma ressaca típica, das que ocorrem no local com alguma frequência, muito menos uma ressaca extrema. Os engenheiros explicaram que as muretas laterais fazem com que as ondas se projetem em jatos, que podem até ficar maiores que a onda original.
Segundo o relatório, foram esses jatos que atingiram a pista da ciclovia. A água chegou com força suficiente para romper e deslocar a estrutura, que acabou desabando. Na página 47 do estudo, os especialistas afirmam que "a colocação dessas paredes laterais não é recomendável".
Durante a inspeção, os engenheiros também observaram as condições da estrutura que caiu e constataram que há pontos de corrosão em pilares e vigas da ciclovia, que foi inaugurada em janeiro. Os técnicos recomendam que a ciclovia seja reavaliada em toda a sua extensão, do Leblon a São Conrado, para verificar o grau de deterioração da estrutura.
O laudo recomenda também que o trecho a ser reconstruído deve ser resistente aos jatos d'água e sugerem o uso de técnicas de construção e materiais mais resistentes ao mar. A reconstrução da ciclovia, no entanto, está parada: ontem a Justiça Federal concedeu liminar suspendendo a obra e também a utilização de toda a estrutura, até que seja feito um novo licenciamento ambiental.
Em 13 de junho, o prefeito Eduardo Paes disse que a prefeitura considerava a possibilidade de reabrir a ciclovia em agosto. Em nota, a Prefeitura do Rio informou que irá recorrer da decisão da Justiça Federal e apresentar todos os esclarecimentos requeridos.
O inquérito sobre o desabamento da ciclovia foi concluído em junho, com o indiciamento de 14 pessoas, que responderão por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar). O delegado responsável pelo caso, Alberto Lage, diz ter encontrado erros em todas as etapas da obra.
Sete indiciados são da Fundação Geo-Rio, órgão da prefeitura responsável pelo projeto básico e pela fiscalização da obra, seis são do consórcio Contemat-Concrejato, que construiu a ciclovia, e um é engenheiro da Defesa Civil do município.

Do G1 Rio
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