Professores estão em greve há cem
dias. Reitoria diz que repasse de R$ 79,1 milhões se refere ao orçamento de
2015.
Professores da Uerj realizam na
manhã desta quinta-feira (23), uma manifestação na porta da casa do governador
em exercício, Francisco Dornelles, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Em
greve há mais de cem dias, os representantes da universidade reclamam que até
hoje não foram recebidos por ele.
Manifestantes estavam com faixas e
cartazes e jogando no chão cédulas de R$ 100 e R$50 com os rostos de Dornelles
e do governador licenciado Luiz Fernando Pezão. "Não tem arrego, você tira
o meu salário e eu tiro o seu sossego", gritavam os professores. Eles
pediam também que o governador em exercício descesse para recebê-los. Algumas
pessoas usavam nariz de palhaço.
O grupo chegou ao local por volta
das 6h30. Às 8h10, um grande reforço policial, com cinco carros do Batalhão de
Choque, chegou na região. Por volta das 9h, Dornelles deixou sua residência,
sem falar com a imprensa e com os manifestantes. Ele apenas acenou.
Segundo Lia rocha, presidente da
Associação de Docentes da Uerj, o ato é para chamar a atenção do governador
sobre a situação da universidade.
"Estamos em greve desde o dia
7 de março e desde então a situação só piorou. Os 500 funcionários da limpeza
foram mandados embora e estamos com meio salário. Então viemos acordar o
governador pra dizer pra ele que se ele não financia a Uerj a gente tira o
sossego dele. Até agora ele mesmo não recebeu a gente. A gente é recebido
apenas pelo secretário. Semana que vem faremos quatro meses de greve",
afirmou Lia Rocha.
Sem ter execução orçamentária no
ano de 2016, a Uerj está neste momento sem serviço de limpeza ou manutenção. Na
segunda-feira, segundo informações da Associação dos Docentes da Uerj, após um
protesto de servidores técnico-administrativos e estudantes, a Secretaria de
Fazenda divulgou uma nota à imprensa, em que diz ter repassado R$ 79,1 milhões
para a universidade, esse ano. A reitoria contestou a afirmação.
A administração central da Uerj, o
valor refere-se ao orçamento de 2015, e foi utilizado para o pagamento de
bolsas de estudantes cotistas em atraso desde o ano passado.
Estado de calamidade e recursos federais
apenas para a segurança
Na última sexta (17), Dornelles
decretou estado de calamidade pública no Rio em razão da crise financeira que o
estado enfrenta atualmente. A medida, tomada às vésperas da Olimpíada, foi a
saída encontrada pelo governo fluminense para pressionar o Executivo federal a
socorrer financeiramente o estado, que, devido à queda de receitas, passou,
inclusive, a parcelar os salários dos servidores estaduais.
Uma medida provisória publicada em
edição extra do Diário Oficial da União desta terça-feira (21) estabelece um
"apoio financeiro" de R$ 2,9 bilhões ao Rio de Janeiro, que na semana
passada decretou estado de calamidade pública em razão da crise financeira no
estado. Segundo a Casa Civil do governo Michel Temer (PMDB), o governo estadual
não precisará devolver esses recursos para a União por se tratarem de um
"subsídio".
De acordo com o texto, os recursos
deverão ser utilizados para auxiliar nas despesas com Segurança Pública do
Estado do Rio de Janeiro decorrentes da realização dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos - Rio 2016. Em entrevista ao RJTV, o secretário de Segurança, José
Mariano Beltrame, afirmou que o destino dos recursos R$ 2,9 bilhões— será o
pagamento de salários e gratificações atrasados dos policiais.
Do G1 Rio
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