Valor pedido seria de 1% da obra
do Maracanã, que custou R$ 1,2 bilhão. Ex-governador declarou que jamais fez qualquer solicitação ilegal.
Um ex-executivo da construtora
Andrade Gutierrez confessou, em delação premiada, que autorizou pagamento de
propina ao Tribunal de Contas do Estado do Rio, como mostrou o Jornal Nacional nesta
quarta-feira (22).
O tribunal que fiscalizava
irregularidades nas obras do Maracanã aparece envolvido no esquema de corrupção
da reforma do estádio. Clóvis Primo, ex-executivo da Andrade Gutierrez afirmou
em delação que o pedido de propina partiu de Wilson Carlos, que foi secretário
de governo na gestão de Sérgio Cabral: 1% do valor da obra.
A reforma começou com custo
estimado de R$ 705 milhões e saiu por R$ 1,2 bilhão. As informações foram
publicadas pelo jornal "O Globo" e confirmadas pela TV Globo.
Clóvis Primo contou ainda que a
propina seria destinada ao então presidente do TCE, o conselheiro José Maurício
Nolasco. O ex-executivo diz que soube do pedido de propina por Alberto
Quintaes, também da Andrade Gutierrez.
Segundo ele, Quintaes recebeu a
informação da Odebrecht, empresa líder do consórcio que reformou o estádio. No
depoimento, Clóvis Primo afirmou ter entendido que haveria problemas com o
tribunal de contas caso o valor não fosse repassado.
Ele confirmou que autorizou o
pagamento, mas disse que não tem certeza de que o repasse efetivamente
aconteceu. A reportagem revela que 21 dos 22 processos que tratam da reforma do
Maracanã ficaram parados no Tribunal e que José Maurício Nolasco era relator de
11 deles.
No mês passado, o Jornal Nacional
mostrou que o ex-governador Sérgio Cabral foi citado na delação de outro
ex-executivo da Andrade Gutierrez. Rogério Nora de Sá contou que Sérgio Cabral
pediu que as empresas dessem propina consistente de 5% do valor da obra do
Maracanã.
O Tribunal de Contas do Estado
considerou levianas e caluniosas as acusações do ex-executivo da Andrade
Gutierrez.
Afirmou que os processos relativos
ao maracanã são complexos e estão em andamento, garantindo o direito de defesa
aos envolvidos.
José Maurício Nolasco disse que
jamais esteve com Clóvis Primo e que nunca houve qualquer conversa ou pedido de
propina à construtora.
O ex-governador Sérgio Cabral
declarou que jamais fez qualquer solicitação ilegal e desconhece que algum
membro do seu governo tenha feito esse tipo de pedido.
Alberto Quintaes não quis comentar
a delação. E Wilson Carlos não foi encontrado para comentar acusações. A
Andrade Gutierrez e a Odebrecht não quiseram se manifestar.
Do G1 Rio
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!