"Queda
do Brasil" é o título da primeira reportagem de capa
da revista
britânica The Economist em 2016
(The
Economist/Reprodução)
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Publicação escolheu a crise no
país como tema de sua primeira capa do ano que vem
A foto de uma presidente Dilma
Rousseff cabisbaixa e o título "Queda do Brasil" ajudam a compor a
primeira capa da revista britânica The Economist de 2016. Na
reportagem, a publicação faz um retrospecto das crises econômicas e política
que assolam o país e prevê um ano desastroso.
Em vez de um clima de festa que
era esperado para o começo do ano, com a proximidade das Olimpíadas, a revista
diz que o país encara um "desastre político e econômico". O texto faz
menção à perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco
Fitch e a posterior saída do governo no ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A revista ainda lembra que a
previsão é que a economia do país caia entre 2,5% e 3% em 2016 -- não muito
diferente do que é esperado para 2015. "Mesmo a Rússia, rica em petróleo,
que enfrentou diversas sanções, deve crescer mais", acrescentou.
Na esfera política, a Economist cita
o descrédito do governo devido aos desdobramentos da Operação Lava Jato, que
tem a Petrobras como principal alvo. Além disso, fala das acusações de que
Dilma tentou esconder o tamanho do déficit fiscal do país e o processo de
impeachment contra a presidente.
Como a letra "B" dos
BRICS, grupo de países emergentes, o Brasil, cita a revista, "supostamente
deveria estar na vanguarda do crescimento". No entanto, em vez disso,
acrescenta, "enfrenta uma turbulência politica e, talvez, um retorno à
inflação galopante". "Somente escolhas difíceis podem colocar o país
de volta nos eixos, mas, por enquanto, a presidente Dilma não parece ter
estômago para isso", diz.
A Economist ainda
afirma que a deterioração econômica do país -- e de outros emergentes -- se
deve, em parte, à queda dos preço das commodities. "Mas Dilma e o PT
pioraram ainda mais a situação", diz. Durante o seu primeiro mandato, de
2011 a 2014, a reportagem lembra que Dilma gastou de forma imprudente e
concedeu incentivos fiscais a setores improdutivos. Com isso, o déficit fiscal
saltou de 2% do PIB em 2010 para 10% em 2015.
A revista ainda dá um voto de
confiança ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Diz que seu poder de
decisão é maior novo cargo, já que tem apoio político do PT. Além disso, tem
poder de barganha, porque Dilma "não se dar ao luxo de perder mais um
ministro da Fazenda". Segundo o texto,o teste inicial será se Barbosa
convencerá o Congresso a aprovar medidas de alta de impostos.
"A esperança é que o Brasil,
que alcançou, a duras penas, a estabilidade econômica e política, não se perca
em uma má gestão crônica e bagunçada", diz a revista, no último parágrafo.
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