A justiça determinou que o governo do estado comprove o repasse de R$ 660
milhões para a saúde - que deveria ter sido feito na semana passada. Uma equipe
do Bom Dia Rio fez uma ronda por hospitais e UPAs do estado e encontrou mais
reclamações de quem busca socorro. As unidades da Prefeitura do Rio continuam
funcionando normalmente.
De muletas, o Gilmar Silva
dos Santos voltou para casa, sem atendimento. Ele tinha uma consulta no
Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, na quarta-feira (30)
para acompanhar a evolução da cirurgia que ele fez na unidade depois de ter um
estiramento de um ligamento no joelho.
“O médico foi embora cedo e não
esperou. Agora tenho que marcar outro dia para só esperar no ano que vem.
Ignoraram, estava marcado para as 15h, cheguei às 14hh45, a menina mandou eu
esperar lá dentro. E a gente ficou esperando. A sorte que uma faxineira que me
informou que ele já tinha ido embora”, lamentou o paciente.
E os problemas começam antes de
chegar ao hospital. A Regina caiu dentro de casa, na manhã de quarta-feira, e
estava com suspeita de fratura no fêmur. A Angélica Regina da Silva, filha
dela, ligou para o Samu às 9h30, mas a ambulância só chegou cinco horas depois.
“Fiquei ligando, direto, para o
Samu. Ligando, ligando, pedindo, e eles falando que já tinham acionado”,
reclamou Angélica,
Nesta quarta, a Secretaria
Estadual de Saúde disse que o atendimento no Hospital Estadual Albert
Schweitzer estava normal para várias especialidades, incluindo a ortopedia. E
falou que as UPAs do estado estavam funcionando normalmente.
Mas não foi o que a equipe do Bom
Dia Rio encontrou na UPA de Ricardo de Albuquerque, no Subúrbio.
Na semana passada, o atendimento
estava restrito em várias UPAs e hospitais do estado por causa da crise
financeira. Nesta quarta, o plantão judiciário determinou que o governo
comprove o repasse de R$ 660 milhões para o Fundo Estadual de Saúde do Rio, em
12 horas, caso contrário, o dinheiro vai ser retirado dos cofres do estado pela
justiça.
Na semana passada, a justiça já
tinha expedido uma liminar obrigando esse mesmo repasse, dentro de 24 horas.
“Isso é um descaso com a
população. Isso é um descaso com a gente que paga o imposto, que paga tudo
certinho”, disse uma paciente.
Se as unidades do estado enfrentam
problemas, as da Prefeitura do Rio continuam funcionando normalmente. Até por
isso vários pacientes acabaram transferidos para hospitais e UPAs do município.
A Secretaria de Saúde disse que,
por causa dessas transferências, o movimento nas unidades da prefeitura
aumentou 35%. Agora, o número de atendimentos voltou ao normal.
A determinação judicial para a
comprovação dos repasses aconteceu nesta quarta-feira (30). O Estado
argumenta que cumpre integralmente o que manda a Constituição. Segundo o
governo, o índice exigido constitucionalmente para a Saúde, que são 12% do
Orçamento liquidado, será integralmente cumprido no exercício de 2015. As
informações foram apresentadas pela PGE ao juízo na quarta, juntamente com
recurso.
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