Família dos três irmãos afogados era assistida pelo Conselho Tutelar | Rio das Ostras Jornal

Família dos três irmãos afogados era assistida pelo Conselho Tutelar

Cerca de 200 pessoas compareceram noenterro dos três irmãos
(Foto: Andreia Constâncio/G1)
Atendimentos vinham sendo realizados desde 2006.
Uma declaração dada pelo delegado titular da 105ª Delegacia de Polícia, Alexandre Ziehe, nesta quarta-feira (21), chamou a atenção para o comportamento dos três irmãos que morreram afogados em uma piscina em Petrópolis, Região Serrana do Rio. De acordo com o delegado, a família vinha sendo assistida pelo Conselho Tutelar, mas ele não soube dar maiores detalhes e afirmou que iria se informar sobre o assunto.
Diante disso, o G1 entrou em contato com o Conselho Tutelar, que confirmou atender a família desde 2006. A conselheira Ednery de Mello apontou que as denúncias de vizinhos eram constantes, mas nunca graves. "Eles eram muito arteiros, levados. Sempre fomos chamados por jogarem pedras nas casas ou nos telhados. Uma vez um deles jogou uma pedra em uma bananeira e acabou acertando um vizinho. Brincadeira de criança, mas que gerou muita briga", disse Ednery.
Ela  ressaltou que um dos grandes problemas era que as crianças ficavam muito soltas. "Os pais trabalhavam o dia inteiro. Uma tia que mora nos fundos da casa e uma vizinha que tem um filho que brincava com os irmãos, acabavam ajudando a tomar conta, mas era exporádico. São muitas crianças e pouca gente de olho. Nessa época de férias fica mais difícil ainda, pois não há o apoio da escola e dos programas de extensão para ocupá-los por mais tempo", comenta.
Segundo a conselheira, que assumiu os atendimentos em 2012, o caso da família já tinha sido encaminhado ao Ministério Público de Petrópolis e ao CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). A família também contava com sessões com um psicólogo.
O pai, que é da zona rural da Paraíba, cogitava levar as crianças para morar com a avó. "Ele dizia que ia levar os filhos para morar lá, um lugar onde não tinha nada para encher os olhinhos de seus filhos com coisas que não podiam ter", lembrou Ednery, que ainda relatou que o menino de 11 anos já tinha apresentado problemas na escola, quando pegou o celular de um colega.
A orientação de Ednery é que os pais vejam os conselheiros como parceiros na educação e nos cuidados com as crianças. "Se os pais nos virem como parceiros, atendendo nossas solicitações, indicações de atendimentos e intervenções, muitos desses casos, que chocam a todos, podem ser evitados. Infelizmente não deu tempo de concluirmos o atendimento deles", lamentou.
Creches seriam uma saída
Ana Edite, de 48 anos, trabalha em um container da Defesa Civil localizado no bairro Sargento Boening, e reclama as restrições das creches. De acordo com Ana, as instituições de ensino, tais como as creches, não deveriam ter férias, uma vez que os pais não têm.
"Isso tinha que mudar. As creches não deveriam ter férias, porque pai e mãe que trabalham não têm férias e as crianças ficam muito soltas, sem cuidados. Além disso, a idade teria que ser estendida. Ao invés de atender apenas crianças até seis anos, deveria aumentar para oito ou nove. Tem muita criança nessa idade que acaba ficando nas ruas e sujeitas a diversas situações", protestou.
Apesar da reclamação, a Secretaria de Educação nformou, através de nota, que todos os Centros de Educação Infantil do município, inclusive o CEI Déa Lúcia Cordeiro, na Castelânea, estão funcionando normalmente oferecendo às crianças colônia de férias.
Na noite desta terça-feira (20) três irmãos morreram afogados após invadir um casarão, em um bairro nobre de Petrópolis, para tomar banho de piscina. Um quarto irmão, de 12 anos, estava com eles. Ao perceber o afogamento, correu para buscar ajuda da irmã mais velha.
No momento do incidente, os pais das crianças estavam trabalhando. De acordo com os bombeiros que estiveram no local, os donos da casa se encontravam na residência, mas não perceberam a invasão, pois já estavam recolhidos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 19h30, mas, ao chegar ao local, os corpos já haviam sido retirados da água pelo próprio pai das crianças. Os irmãos foram removidos para o IML para perícia e a ocorrência foi registrada na 105ª Delegacia de Polícia. O enterro das vítimas aconteceu äs 16h30 desta quarta-feira.
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