Delegado suspeito de atirar e atingir homem em juizado ganha liberdade provisória | Rio das Ostras Jornal

Delegado suspeito de atirar e atingir homem em juizado ganha liberdade provisória

Gomes foi retirado de maca do juizado após ser
baleado pelo delegado Henrique Pessoa (à direita)
Segundo testemunhas, delegado fez o disparo durante discussão após audiência

O delegado Henrique Pessoa, da 79ª Delegacia de Polícia (Jurujuba, em Niterói), suspeito de atirar e atingir um homem na quarta-feira (3) no 5º Juizado Especial Cível, dentro de um shopping em Copacabana, na zona sul do Rio, recebeu a liberdade provisória concedida pelo juiz Vinícius Marcondes de Araújo, do plantão judiciário. Ele foi solto após passar a noite em uma cela na 13ª Delegacia de Polícia (Copacabana), onde o caso foi registrado.

A liberdade provisória foi concedida porque não houve pedido de conversão da prisão em flagrante para preventiva, conforme explicou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio.
Segundo a Polícia Civil, o delegado, que integra Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, move uma ação contra o pastor Tupirani Lores, da Igreja Geração Jesus Cristo, situada no Santo Cristo, na região central do Rio. Pessoa alega que vem sendo perseguido pelo pastor e seus fiéis e pede indenização por danos morais.

Ao fim da audiência, por volta das 16h, um grupo de fiéis dessa igreja aguardava o delegado na porta do Juizado e teria recebido Pessoa aos gritos. Sentindo-se ameaçado, ele tirou o revólver, apontou para o chão e atirou, segundo a versão apresentada à polícia. O tiro ricocheteou e atingiu Carlos Gomes, de 29 anos, no abdome.

Gomes foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul), e não corre risco de morte. Ele permanece em estado estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O delegado foi cercado pelos fiéis e também foi agredido, por isso, ele foi atendido no Hospital Copa D'Or para tratar escoriações antes de ser encaminhado para a 13ª DP.

Segundo a Polícia Civil, a Corregedoria Interna da instituição acompanha o caso.

Perseguição

Conforme a polícia, Henrique Pessoa afirma que começou a ser perseguido pelo pastor e por fiéis da igreja após ter investigado um ataque praticado por Tupirani contra o Centro Espírita Cruz de Oxalá, no Catete (zona sul), em 2008. Ele estaria sendo alvo de ataques à honra por meio de redes sociais e, por isso, move cerca de dez ações contra pessoas ligadas à igreja.


Na época, o pastor Tupirani Lores e o fiel Afonso Henrique Alves Lobato foram as primeiras pessoas a serem presas por intolerância religiosa. Eles ficaram detidos por um mês.
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