Embora a segurança pública seja de responsabilidade do governo do
Estado, gestores municipais da região, como Sabino, Antônio Marcos e Dr.
Aluizio, têm se empenhado para amenizar o cenário de violência nos municípios
de Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e Macaé.
Recentemente, foram realizadas reuniões com representantes da sociedade civil organizada para buscar
estratégias e soluções para oferecer melhores condições às polícias e maior
sensação de segurança pública à população. Mas, no entanto, essa não parece
ser uma tarefa muito fácil. Conviver com a violência está cada vez mais difícil
para os moradores de Rio das Ostras, por exemplo.
Um dos bairros mais populosos da cidade de Rio das Ostras – o Âncora e
também o bairro Nova Cidade, tem vivido um cotidiano de violência alarmante,
segundo moradores das localidades. De acordo com dados da delegacia, de
janeiro até o dia 25 de abril deste ano foram registrados 14 homicídios no
município, sendo que três dos casos ocorreram no bairro Âncora. Mas, embora o
número de crimes registrados seja pequeno, moradores afirmam que acontecem
muito mais mortes na comunidade do que o registrado.
Somente na última semana, entre os dias 30 de abril e três de maio,
houve ocorrência de três assassinatos em Nova Cidade. Em um deles, um homem
conhecido como Elton foi morto, na Rua 4, Beira Rio, próximo a padaria El
Shaday. No dia 22 de abril, um jovem chamado Marcos Vinícius, conhecido como
“Gordinho”, foi morto com um tiro na nuca, em frente a um bar, no bairro
Âncora. Há quem diga que somente no mês de abril ocorreram cerca de cinco
assassinatos na localidade. Segundo moradores, diversos homens usando motos
passam livremente armados pelo bairro.
O agente de segurança, Marcos Vinícius Carneiro, morador do Âncora, diz
que o bairro está cada dia mais violento. Ele conta que na última semana, uma
vizinha teve sua casa invadida por bandidos e, que só não chegaram a
estuprá-la por ela estar grávida. “A situação está alarmante. A polícia vem
agindo, mas não tem como entrar em determinados lugares. Tem muita gente
estranha circulando por aqui, que vem de fora, e tiroteio tem praticamente
todos os dias. Com certeza, o número de mortes é bem maior do que o registrado
na delegacia”, declara Marcos, acrescentando que as vítimas de assassinato no bairro,
geralmente, estão na faixa etária de 18 a 20 anos.
A dona de casa Néia Viana, que mora há 13 anos em Nova Cidade, se
mostra muito preocupada com a situação e diz que fica mais perigoso à noite,
depois da rua da Fonte, onde aconteceu um homicídio na semana passada. “Para
quem têm filhos e netos é preocupante. Saímos e não sabemos se voltamos vivos
para casa”, ressalta. Outro morador, José Ferreira da Silva, acrescenta:
“Depois das 18h, tem viatura da polícia rodando direto, mas tá difícil controlar.
No bairro inteiro as pessoas se sentem apreensivas, não tem mais liberdade”.
De acordo com o comandante da 3ª Cia da Polícia Militar de Rio das
Ostras, capitão Pinheiro, Âncora e Nova Cidade são realmente os bairros mais
críticos e que tem chamado mais atenção da polícia, em relação a violência no
município. Segundo ele, há duas semanas tiveram um policial baleado, mas que
apesar dos crimes de homicídio, já não tem mais tantos confrontos nas
localidades com membros das facções que dominam os bairros por conta do tráfico
de drogas. “Já recebemos o reforço de 14 policiais do RAS e temos viaturas
baseadas nas localidades. Infelizmente, só temos um carro grande e homicídio é
o maior crime para prevenir. Sei que a população está assustada, mas temos feito
trabalho ostensivo para tentar diminuir estes índices de criminalidade”,
completa.
OUTROS CASOS
No dia 19 de abril, foi registrada uma tentativa de homicídio no
Âncora. Um adolescente de 17 anos foi baleado no braço e no rosto, na rua das
Papoulas, próximo a própria residência. Familiares da vítima informaram aos
policiais que uma pessoa em uma moto, não identificada, teria efetuado os
disparos contra ele e fugiu em seguida. Dois dias antes, houve um intenso
tiroteio na rua dos Cravos, por conta da visita de um traficante conhecido
como “Tizil”, o qual foi mencionado em uma recente matéria do RJNEWS que ele
estaria a frente do tráfico no Morro do Sinal. Segundo informações, ao
perceber que estava sendo procurado o bandido saiu com um fuzil dando rajadas
em cima da policia, que pediu reforço, mas quando chegou Tizil já tinha fugido.
Para a costureira Eliane Silva, que mora em Rio das Ostras há 12 anos,
está difícil viver com esta situação. Ela conta que veio para a cidade por
causa da violência no Rio de Janeiro, que afetou sua saúde. Eliane tinha
síndrome do pânico. “Minha filha ligou um dia desses em estado de choque por
conta dos tiroteios. Criei bem meus filhos aqui, mas eles estão vendo amigos
morrendo”, desabafa.
CONSÓRCIO
REGIONAL DE SEGURANÇA
Na intenção de somar forças, no dia 24 de abril, prefeitos da região
reuniram-se em Rio das Ostras, para assinar um protocolo de Intenções para a
criação do Consórcio Regional de Segurança Pública, Proteção e Defesa Civil. O
evento contou com a participação, inclusive, de vereadores, do comandante do
32º BPM de Macaé, Cel. Ramiro Campos, da delegada de Rio das Ostras, Carla
Tavares, e do delegado da Polícia Federal de Macaé, Júlio Cesar Ribeiro.
Durante a reunião, o prefeito Sabino destacou a importância da união
dos municípios em defesa da segurança pública, pois, entende que os prefeitos
não podem ficar alheios ao crescimento da violência. “Se agirmos em bloco
conseguiremos maior respaldo das autoridades estaduais e federais e até mesmo
recursos federais para viabilizar ações de combate”, comentou.
O documento foi encaminhado para as Câmaras Municipais que compõem o
Consórcio Regional de Segurança, formado por 12 itens de ações aprovadas. Entre
as reinvindicações, estão a permanência da Companhia de Práticas Pedagógicas
em Rio das Ostras, o emprego de ações de pacificação nas escolas e o
desenvolvimento de estratégicas comuns de neutralização de invasões de áreas
públicas, entre outras. O delegado da PF, Júlio Cesar Ribeiro, até colocou à
disposição dos municípios sua equipe de inteligência, assim como de policiais
federais e cães, que podem ajudar a combater a criminalidade.
Fonte: Macaé News
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