Atualmente, a comunidade já ultrapassa os 11 mil habitantes. O crescimento
desordenado acarretou problemas, que aos poucos vão tentando ser amenizados,
mudando a identidade de uma das áreas mais carentes de Macaé.
Os moradores dizem que em um ano e quatro meses, desde a entrada do novo governo, algumas
coisas mudaram, mas, em contrapartida, outros problemas também surgiram,
deixando a população indignada.
Entre
as reclamações estão a desativação de dois postos de saúde do bairro, os
alagamentos, a limpeza pública e a falta de área de lazer.
Um dos pontos que os moradores apresentaram foi a qualidade da obra de urbanização, que segue em andamento, "As melhorias começaram com o início das obras, ainda na gestão passada, mas, infelizmente, ainda convivemos com muitos problemas aqui dentro. Falta fiscalização nessas ações dentro do bairro. Muitas coisas não estão sendo feitas como deveriam. As calçadas estão ficando despadronizadas, sem as pedrinhas. Tem rua sendo pavimentada sem calçada, impedindo o acesso de cadeirantes. Em alguns trechos as pessoas precisam passar pelo meio da rua, junto dos carros e motos, podendo causar acidentes. Onde já foram feitas as obras, como as ruas sete, oito, nove, dez, onze e doze, já estão esburacadas, algumas com esgoto a céu aberto. Antes mesmo de concluírem, tudo já está desse jeito. Merecemos mais respeito. Quem sabe, através dessa reportagem, nós conseguiremos mostrar para as autoridades, tanto do Executivo, quanto do Legislativo, a nossa situação. Esperamos que eles façam algo por nós, pois muitos dizem ajudar aqui dentro, mas de que adianta andar aqui dentro e fingir não enxergar os problemas?", questiona Vando Emanuel, morador da comunidade e ex-presidente da associação de moradores.
Lixo:
Ação do poder público x Educação ambiental
Um
dos maiores problemas enfrentados pela população ainda é a limpeza. Segundo os
moradores só foi realizado um mutirão na
comunidade. Eles pedem uma melhor atenção do órgão responsável.

"Sabemos que se cada morador colaborar, o lixo não fica acumulado nas ruas. Os moradores estão cientes disso e colocam seu lixos apenas nos dias de coleta, que é o único serviço que funciona aqui. As ruas onde foram feitas as obras nem parecem que foram pavimentadas, pois estão com cinco centímetros de areia, que se tornam poeiras, trazendo problemas respiratórios para os moradores, principalmente idosos e crianças. A areia também acaba entupindo os bueiros, impedindo o escoamento da água em dias de chuvas. Nós também não temos o serviço de varrição na comunidade. O mato já toma conta de algumas ruas, inclusive no meio-fio", relata Wando.
Por conta da sujeira, o bairro está sofrendo com alguns problemas de zoonoses. Na Rua Oito, por exemplo, uma moradora alertou nossa equipe para a infestação de carrapatos e caramujos africanos, espécies que podem trazer doenças para população. "O muro da minha casa está infestado de carrapatos. Já os terrenos do lado dão caramujos direto. A gente fica com medo de que isso possa comprometer a nossa saúde. Precisamos que uma equipe do CCZ venha aqui e tente resolver isso o quanto antes", solicita.
Piscinão
para evitar alagamentos
Sem
dúvida, dois pontos que sempre foram os mais urgentes quando se trata da Nova
Holanda, como de vários outros pontos da cidade, é a situação dos pontos de
alagamentos e o saneamento básico. Com
as obras de infraestrutura, que trouxeram rede coletora de esgoto e galerias de
águas pluviais, com pavimentação das ruas que mais sofriam com as chuvas, a
situação amenizou consideravelmente, mas o problema nunca chegou a ser extinto,
como deveria.
Segundo Vando, a construção do piscinão é fundamental para evitar que alguns pontos ainda alaguem. "A nossa maior preocupação é com as enchentes, que continuam acontecendo. Tem que fazer algo e imediato quanto a isso. É preciso colocar os piscinões na comunidade para resolver essa situação", frisa.
O morador da Rua Sete, Paulo Machado, relata que muita gente já perdeu móveis por conta da chuva. "O serviço feito nessas obras está péssimo. Moro nessa rua há 25 anos e toda vez que chove, ela alaga. Eles estão enxugando gelo. Pode perguntar aos moradores, eles vão dizer que não aprovam esse serviço. Não tem fiscalização. Toda vez que o tempo muda, as pessoas ficam apreensivas, com medo de que a água invada novamente as suas casas. Eu mesmo já perdi móvel com enchente", relata.
Bairro
não conta com áreas de lazer e incentivo ao esporte
Quem
mora na comunidade conta que a única opção de lazer no local são as duas
quadras de esportes do CIEP, que durante a semana são divididas com os
estudantes. "Todas as praças estão passando por reformas em Macaé.
Enquanto isso, nós esperamos ser contemplados com uma área de lazer na
comunidade. Queremos um local com parquinho e quadras para que nossas crianças
possam brincar. Trabalho social aqui só com algumas igrejas do bairro, que
buscam orientar os jovens e crianças para terem um objetivo no futuro",
conta Wando.
Áreas de lazer são entendidas como todo e qualquer espaço livre de edificação destinado prioritariamente ao lazer, isto é, uma área para jogos e brincadeiras. Esses pontos são utilizados pela população para interação social e para distração em momentos livres.
Já os projetos sociais são fundamentais para promover a inclusão das pessoas que vivem em área de vulnerabilidade. Eles contribuem para que milhares de crianças e jovens fiquem longe do mundo da criminalidade.
Iluminação
pública precária
Não
bastasse conviver com diversos problemas todos os dias, os moradores da Nova
Holanda também enfrentam o problema de falta de iluminação pública. São meses
convivendo com ruas escuras, situação que tem favorecido a ação de bandidos e
deixado as pessoas apreensivas.
"O bairro ainda sofre com esse problema, que não é recente, mas sim de anos. Em algumas ruas, só existem os postes, sem braços de luz. Em outras, a falta de lâmpadas, que estão queimadas, deixa a comunidade às escuras à noite", reclama Wando.
Ele
também ressalta que enquanto a população está convivendo com a escuridão, a
taxa de iluminação continua sendo cobrada todos os meses. "Todo mês vem a
cobrança da taxa de iluminação. Nós pagamos por algo que não temos. Por conta
dessa situação, trabalhadores e estudantes que chegam tarde correm o risco de
serem assaltados. O que nos preocupa mais são as mulheres e crianças
acompanhadas de suas mães, que correm o risco de serem estupradas. Nós ligamos
sempre para prefeitura, mas nunca resolvem nosso problema. Enquanto dizem por
aí que na Nova Holanda não existe roubo, toda hora levam um carro, moto e
bicicleta por causa da escuridão. Estamos à mercê da sorte", lamenta.
No site da Ampla, empresa responsável pela distribuição de energia no município, informa que "a manutenção do funcionamento da Rede de Iluminação Pública até o ponto de entrega é de responsabilidade das prefeituras municipais. Elas são responsáveis diretamente pela substituição de lâmpadas, luminárias e demais equipamentos e materiais que compõem o ponto de iluminação". Ela também frisa que a taxa de iluminação cobrada mensalmente é repassada para prefeitura, que define o valor que será cobrado. Essa verba deve ser utilizada para investir e manter a iluminação em todo o município, como, por exemplo, troca de lâmpadas queimadas, instalação de novos pontos de iluminação, entre outros. Ela orienta a população para que entre em contato com a prefeitura quando houver algum problema de iluminação na cidade.
O
que diz a prefeitura
Procurada,
a Selimp informou que realiza limpeza regularmente no bairro, mas que fará
verificação para checar se há alguma questão pontual. Em relação aos bueiros
entupidos, a prefeitura diz que a manutenção é feita periodicamente e
será realizada na comunidade novamente depois do término das obras.
Já o problema de infestação de carrapatos e caramujos africanos na Rua Oito, o Centro de Controle de Zoonose irá mandar agentes para tomar as devidas providências.
Já o problema de iluminação pública, a Empresa Municipal de Iluminação Pública (Emip) informa que há uma programação para troca e colocação de iluminação no início de maio.
Quanto ao piscinão, a situação foi encaminhada para Esane. Já as reclamações dos serviços de urbanização que vêm sendo feitos, como falta de fiscalização e despadronização das calçadas, a situação foi repassada para secretaria de Obras.
Já a questão do lazer,o governo municipal diz que o bairro tem recebido obras como rede pluvial, pavimentação entre outros serviços, logo após essas obras haverá um estudo para área de lazer.
Fonte: Marianna Fontes/O Debate

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