Buscas estão sendo realizadas em um corredor de 240
quilômetros a noroeste de Perth, na Austrália
As equipes de resgate que buscam o avião de Malaysia
Airlines que desapareceu em 8 de março começaram nesta sexta-feira um
rastreamento submarino no sul do oceano Índico com a ajuda de duas embarcações
equipadas com sofisticados detectores das caixas-pretas.
As buscas estão sendo realizadas em um corredor de 240
quilômetros ao noroeste de Perth, a capital do estado da Austrália Ocidental.
Esta é "a zona de maior probabilidade na qual o avião
pôde ter caído na água", disse o coordenador da missão internacional, o
australiano Angus Houston, em entrevista coletiva em Perth.
Houston, diretor do Centro de Coordenação de Agências
Conjuntas criado pela Austrália para a missão, afirmou que a região selecionada
foi determinada "a partir de dados obtidos muito recentemente e que são os
melhores dados disponíveis".
Especialistas da Austrália, China, Estados Unidos, Malásia e
o do Reino Unido analisam a informação técnica do Boeing 777-200 desaparecido.
Participam da operação de rastreamento marinho a embarcação
australiana Ocean Shield, que possui um localizador de caixa-preta da marinha
americana, e o navio britânico Echo, de pesquisa oceanográfica.
O Ocean Shield transporta um submersível teleguiado que pode
descer a 4.500 metros de profundidade.
O HMS Tireless, submarino nuclear
britânico da classe Trafalgar, deve chegar amanhã para a zona de busca.
Os aviões comerciais da atualidade são equipados com duas
caixas-pretas, que na realidade têm uma cor vermelho alaranjado: uma que registra
os dados do voo, como velocidade, altitude, direção e outras informações
relevantes, e uma segunda que preserva os últimos 30 minutos de conversa na
cabine ou as duas últimas horas se o sistema é digital.
Estes dispositivos emitem um sinal para ser localizados
enviados por uma bateria que se esgota aos 30 dias, embora alguns analistas
especialistas dizem que em determinados casos ela pode durar até 15 dias a
mais.
Na próxima segunda-feira, serão completados 30 dias desde
que o avião de Malaysia Airlines desapareceu com 239 pessoas a bordo durante um
voo entre Kuala Lumpur e Pequim.
Outro problema que a operação enfrenta é o fato do aparato
localizador da caixa-preta ter um raio de ação reduzido, de 1,6 quilômetros.
Apesar dos desafios, Houston se mostrou confiante em poder
reduzir a zona de busca e "finalmente se encontrar o objetivo".
O navio Echo detectou ontem um sinal que depois foi
descartada como possível pista, pois às vezes os sinais são confundidos com
sons de baleias ou embarcações.
Além do reconhecimento submarino, a busca visual pelos
destroços continua. Um total de quatorze aviões, dez militares e quatro civis,
e nove navios participam das operações de hoje em uma zona de 217 mil
quilômetros quadrados situada a cerca de 1.700 quilômetros ao noroeste de
Perth.
O boletim meteorológico tinha previsto condições favoráveis
e uma visibilidade ao redor de dez quilômetros nesta sexta-feira.
O voo MH370 decolou de Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo
rumo a Pequim na madrugada de 8 de março e desapareceu dos radares civis da
Malásia 40 minutos depois.
A Polícia descartou nesta semana que os 227 passageiros
fossem responsáveis por um sequestro ou uma sabotagem, ou que sofressem de
problemas psicológicos ou pessoais. A investigação policial sobre a tripulação
ainda continua.
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