Informação
foi divulgada na última segunda-feira pelo delegado titular da Polícia Federal de Macaé,
Júlio César Ribeiro.
A ex-prefeita de Conceição de Macabu, Lídia Mercedes (PT), a Tedi, foi indiciada
por formação de quadrilha e fraude em licitações. A informação foi divulgada
na segunda-feira (16) pelo delegado titular da Polícia Federal de Macaé, Júlio César
Ribeiro. Segundo a polícia,
ela é suspeita de participar, à época quando prefeita (gestão 2008-2012), de um
esquema fraudulento de licitações na Prefeitura de Conceição de Macabu. Tedi
teve o mandato cassado nas últimas eleições por abuso do poder político e
econômico.
Na
semana passada, a Polícia Federal de Macaé deflagrou a Operação Ave de Fogo em
quatro empresas de fachada, que segundo a polícia, aplicava o golpe. Numa
investigação que durou sete meses, a Polícia Federal descobriu o desvio de R$ 4
milhões, recurso que foi destinado pelo Ministério da Educação à merenda e
transporte escolar do município.
Na
última sexta-feira (13), Tedi prestou depoimento de seis horas na sede da PF. À
noite, por volta das 20h, saiu acompanhada do marido e do advogado François
Pimentel. Ela não falou com a imprensa. O depoimento foi colhido pelo delegado
substituto da Polícia Federal, Luis Gustavo de Carvalho, que não revelou detalhes
das declarações da ex-prefeita de Conceição de Macabu. Também na última
sexta-feira, por telefone, o delegado titular da PF de Macaé, Júlio César
Ribeiro, afirmou que mesmo sem mandado de prisão, Tedi seria indiciada pelo
menos por formação de quadrilha. O delegado da Polícia Federal de Macaé afirmou
ainda que Tedi está proibida de sair da cidade. Ela só pode se ausentar com
autorização da Polícia Federal. Ainda segundo Ribeiro, um mandado de prisão
poderá ser expedido pela Procuradoria Geral da República, que também acompanha
o caso.
O
advogado da ex-prefeita de Conceição de Macabu, François Pimentel, declarou na
última sexta-feira, que não há indícios ou até mesmo o nome de Tedi que aponte
qualquer envolvimento dela no esquema fraudulento de licitações. Pimentel
afirmou ainda que sua cliente não é suspeita de participar do esquema e
que nem sequer o nome dela aparece nos autos. "Ela só esteve aqui apenas
para prestar esclarecimentos, já que recebeu somente um mandado de
comparecimento mediante as investigações que estão sendo feitas pela Polícia
Federal a respeito das licitações em Conceição de Macabu".
Quanto
às informações de que Tedi não pode sair da cidade, podendo se ausentar apenas
com autorização da polícia, François Pimentel declarou que as afirmações são
improcedentes. "Houve sim determinações de que outras pessoas
comparecessem à Polícia Federal na última quarta-feira (11), quando a Operação
Ave de Fogo foi realizada. Mas em momento nenhum, o nome da Tedi aparece nos
autos".
O
advogado de Tedi disse também que quanto ao depoimento prestado à Polícia
Federal, a ex-prefeita apenas respondeu perguntas sobre a rotina de trabalho
dela na Prefeitura de Conceição de Macabu e como era também o dia a dia dos
funcionários que trabalhavam no setor de licitações. Pimentel relatou ainda que
em um dado momento, Tedi foi questionada se conhecia a pessoa que comandava o
esquema, Robson Gabriel, que segundo a polícia, é apontado como
"cabeça" da quadrilha e que criou as quatro empresas em nomes de laranjas.
"Ela não o conhecia, nem sequer conversou com o proprietário dessas
empresas envolvidas. Portanto, não há também interceptações telefônicas e
quebras de sigilos telefônicos e bancários".
Entenda
o caso
A
Operação Ave de Fogo foi deflagrada depois que a Polícia Federal recebeu
denúncia de um esquema fraudulento de licitações na Prefeitura de Conceição de
Macabu, na gestão da ex-prefeita Tedi. Segundo o Delegado da PF de Macaé, Júlio
César Ribeiro, o esquema desviou aproximadamente R$ 4 milhões, verba destinada
pelo Ministério da Educação à merenda e transporte escolar do município.
Ribeiro afirmou que a denúncia foi delatada à polícia por pessoas que teriam se
negado a participar do esquema.
A
Operação Ave de Fogo - Fênix (pássaro da mitologia grega) fez menção a uma
empresa criada com o nome Fênix Serviços e Comércios Ltda, a qual formava um
cartel de licitação fraudulenta na Prefeitura de Conceição de Macabu. A empresa
Fênix deu origem a outras, como a Santos Solutions Comercial Service Ltda ME,
Vitória Macabu Com. Ltda e VR Siqueira Empreendimentos Ltda. Segundo Ribeiro,
as empresas foram constituídas por Robson Gabriel da Silva Barbosa de Moraes,
35, filho do ex-secretário de Serviços Públicos Municipais de Conceição de
Macabu, Robson Barbosa de Moraes. De acordo com o delegado, Robson Gabriel era
o "cabeça". "Ele criou essas empresas de fachada, que estão em
nome de vários laranjas e fazia com que ganhassem as licitações." Segundo
a polícia, uma das empresas está no nome da mãe de Robson Gabriel, Ida Maria da
Silva, da ex-mulher e de ex-funcionários da antiga administração.
Fábio
Barbosa Corrêa, 44, de acordo com a polícia, foi presidente da Comissão de
Licitações da Prefeitura de Conceição de Macabu e era responsável pela
elaboração das licitações fraudulentas e conseguia arrecadar o dinheiro, que
era dividido entre os integrantes da quadrilha.
Quanto
ao suposto envolvimento da ex-prefeita Tedi no esquema, Ribeiro afirmou que a
polícia tem informações de que ela assinava todos os documentos que autorizavam
as fraudes. Questionado quanto às assinaturas da ex-prefeita autorizando as
supostas licitações fraudulentas, o advogado de Tedi, François Pimentel,
afirmou que, como prefeita à época, ela assinava diversas documentações
diariamente.
Liberdade
Robson
Gabriel da Silva Barbosa de Moraes, 35, que era apontado pela Polícia Federal
como o "cabeça" da quadrilha que comandava o esquema fraudulento de
licitações na Prefeitura de Conceição de Macabu e que criou as quatro empresas
de fachada e Fábio Barbosa Corrêa, 44, que foi presidente da Comissão de
Licitações na gestão da ex-prefeita Tedi, e que de acordo com a polícia, era o
responsável pela elaboração das licitações fraudulentas e conseguia arrecadar o
dinheiro, foram soltos ontem no início da tarde.
Na
última quarta-feira, quando a Operação Ave de Fogo foi deflagrada em Conceição
de Macabu, os dois estavam com mandado de prisão expedido pela Polícia Federal.
Segundo o delegado da PF, Júlio César Ribeiro, Robson Gabriel e Fábio Barbosa
tiveram prisão temporária decretada por cinco dias. Eles estavam presos na Casa de Custódia Tinoco da Fonseca, em Campos dos
Goytacazes. Agora, de acordo com Ribeiro, eles responderão o processo em
liberdade pelos crimes de formação de quadrilha, fraude em licitações,
falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato e constrangimento
ilegal.
Fonte:
Daniela Bairros/O Debate
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