Projeto
que fazia parte do extinto Programa Pró-Transportes, precisa ser readequado
para que possa receber verbas do Governo Federal.
Na
manhã da última terça-feira (11), representantes do Sindicato dos Ferroviários
de Macaé e líderes de associações de moradores se reuniram no pátio da estação
ferroviária de Macaé, para cobrar respostas sobre a implantação do Veículo Leve
Sobre Trilhos (VLT). O grupo pretende chamar a atenção das autoridades em
relação ao esquecimento do projeto, que beneficiaria não só a população, como
também o caos urbano que ocorre na cidade. O projeto do sistema de Veículos
Leves sobre Trilhos (VLT), que tem como objetivo facilitar o transporte da
população está em andamento há mais de três anos e aguarda análise do novo
governo.
Em
janeiro deste ano, a Prefeitura de Macaé informou que o projeto para
implantação do VLT na cidade estaria em fase de análise pelo novo governo
municipal. Dessa forma, ainda será feita uma revisão dos custos estimados
anteriormente. Além disso, a Prefeitura alertou que os valores referentes ao
Programa Pró-Transporte, que contempla o projeto VLT, do Ministério das
Cidades, não foram repassados e não há previsão de quando isso irá ocorrer - o
que complica ainda mais a continuidade do sistema.
O
problema levantado pelos ferroviários e líderes comunitários é o fato de o
Programa Pró-Transportes do Governo Federal ter sido extinto no fim do ano
passado. Antes disso, vale lembrar que o projeto apresentado por Macaé estava
enquadrado nele e não prosperou em Brasília, por diversos fatores. Não foi
somente Macaé que deixou de ter projetos aprovados. Outros municípios
brasileiros ficaram a "ver navios".
Dentro
de suas metas de investir na mobilidade urbana, o Governo Federal criou o
"PAC dos Transportes". A partir dele, os municípios que tiverem
interesse poderão preparar seus projetos, conforme as exigências do Programa e
apresentar seus projetos. Foi isso que Campos fez, recentemente para o projeto
do aeromóvel.
No
final de 2009, a Câmara Municipal de Macaé aprovou o projeto, depois de muitas
discussões e estudos de viabilidade, mas o serviço não ganhou forma e se
arrasta desde então. A princípio, a ideia era que o trem transportaria cinco
mil passageiros por dia em um sistema que atravessaria 23 km de linha férrea.
A primeira fase do projeto contemplaria os passageiros do destino
Centro-Imboassica. Somente na segunda fase, o trem cortaria toda a cidade,
chegando ao Lagomar.
Líderes
pedem transparência
A
chegada da primeira composição do VLT ocorreu em março do ano passado e até
janeiro deste ano, apenas alguns testes e a troca de dormentes na ferrovia
foram feitos. O secretário do Movimento Ferrovia Viva, Alex Medeiros, engrossa
a lista dos que torcem pela implantação definitiva do VLT em Macaé.
"Para
nós, ferroviários de Macaé e, com certeza, grande parte da população usuária de
ônibus e de veículos, está havendo demora nos trabalhos da comissão que foi
constituída para avaliar o Projeto Metrô Macaé. Também temos sede de saber o
que pensa, em termos concretos, a nova gestão sobre o modal ferroviário no
transporte de passageiros. Ouvimos umas três versões diferentes, considerando a
do Sr. Prefeito Aluízio Junior e de escalões de sua gestão. Os ferroviários
querem o trem. Não abrem mão de que o trem é necessário, viável e contribuirá
em muito para a melhora na mobilidade. Sabedores que não é "coisa" de
um dia para o outro, pois exige pesquisa, exige contratação de especialistas,
exige acordo com a concessionária da linha, exige construção do projeto.
Queremos ser informados, estar dentro, contribuir com divulgação para a sociedade que nos cobra, alguns até rindo de nós, alegando que acreditamos e fomos enganados. Queremos mais velocidade nas ações. Estamos no escuro vendo duas unidades do VLT estacionadas, um leito ferroviário parado, um espaço ocioso, produzindo custo social e financeiro para a municipalidade", explicou Alex, ressaltando a importância do veículo para a mobilidade urbana.
Queremos ser informados, estar dentro, contribuir com divulgação para a sociedade que nos cobra, alguns até rindo de nós, alegando que acreditamos e fomos enganados. Queremos mais velocidade nas ações. Estamos no escuro vendo duas unidades do VLT estacionadas, um leito ferroviário parado, um espaço ocioso, produzindo custo social e financeiro para a municipalidade", explicou Alex, ressaltando a importância do veículo para a mobilidade urbana.
"Nossas
ruas estão abarrotadas de veículos e os ônibus entupidos de gente. Não queremos
acreditar em ciúme por vício de iniciativa da gestão passada. Não queremos
acreditar em pressões externas, como por exemplo, do modal rodoviário. Inclusive,
como já discutimos em nosso meio, nas entidades das quais participamos,
entendemos que as duas unidades do VLT poderiam ser aproveitadas para
circulação no trecho sul, ou seja, Centro-Imboassica-Centro. A gestão anterior
deixou verba orçamentária de cerca de R$ 9 milhões para quitação do restante da
compra das quatro unidades de trem. Como a atual gestão conseguiu suspender o fornecimento das duas últimas, os
recursos poderiam ser empregados para adequações na linha e implantações de
estações com estruturas provisórias e de um pátio de cruzamento, pelo menos, ao
longo do trecho. Claro, tudo dentro da segurança. Feito isto, teríamos enorme
ganho no fluxo de pessoas e veículos na rodovia Amaral Peixoto", finalizou
o ferroviário.
A Prefeitura de Macaé
informou que a comissão, instituída por decreto, continua auditando o projeto
Metrô-Macaé e que algumas reuniões já foram feitas, mas ainda não se tem uma
definição. A
assessoria de comunicação do órgão informou ainda que é preciso aguardar o
término dos trabalhos da comissão para informar o que será feito do projeto e
que qualquer outra informação a respeito não pode ser confirmada. O prazo
estimado pela prefeitura para o resultado da auditoria foi até o fim do mês de
agosto.
Fonte:
Bertha Muniz/O Debate
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!