De
acordo com o estudante de Psicologia da Universidade Estácio de Sá de Macaé, a
instituição não conta com material didático em braile.
No
início do primeiro semestre letivo deste ano, Ivan Enrique, deficiente visual,
realizou o sonho de ingressar na educação superior. Optando por estudar em
Macaé, o acadêmico escolheu o curso de Psicologia oferecido pela Universidade
Estácio de Sá na cidade. Mas no início desta semana ele procurou a redação do
Jornal O DEBATE para denunciar que a instituição não está oferecendo, em
braile, o material didático utilizado em sala de aula, o que dificulta o seu
aprendizado.
"Quando
eu fiz a minha matrícula, a instituição disse que daria todo suporte necessário
em sala de aula, mas desde que começaram as aulas a realidade que enfrento é
outra. Acompanho as aulas apenas com um gravador, onde salvo toda a conversação
para então estudar em casa, mas o meu aparelho queimou. Em meio a tantas
dificuldades, conto apenas com o apoio dos colegas de classe que me
ajudam", disse o estudante.
A
queixa dele foi maior ainda com relação ao atendimento recebido pelo
coordenador do curso. "Em vários momentos, na frente da turma, ele disse
que eu deveria dar o meu jeito, me virar para ter acesso aos conteúdos
ministrados em sala de aula. E isso me deixou muito chateado. Eu escolhi a
instituição para evitar o ir e vir para outra cidade e principalmente porque no
ato da matrícula fui bem recebido, mas agora a situação é outra. As provas são
apenas orais, só fiz uma em braile", ressaltou.
A
equipe de reportagem entrou em contato com a coordenação do curso que informou
que no dia 30.04.2013, foi enviado um email para o discente (Ivan) repassando
todo do material didático para ser utilizado no Dosvox (programa específico
para deficientes visuais). "Programa este que pode ser utilizado tanto na
Universidade (biblioteca), como em qualquer outro lugar (por exemplo, no
trabalho, que é o caso do aluno, já que no setor dele existe o Dosvox)",
enfatizou o coordenador do curso, Domingos Isidório da Silva Júnior.
Ele
explica ainda que até o semestre passado, a instituição tinha as provas
repassadas para o Braile pela Associação dos Cegos de Macaé. Sendo que neste
início de ano, o senhor responsável em receber as provas o informou, por meio
de email, que o setor de Braile da Associação havia sido desativado, de maneira
que não foi mais possível realizar o procedimento.
Com
relação ao tratamento dado ao aluno, Domingos afirmou que prima pela boa
educação e respeito a todos, e independemente de ter ou não qualquer tipo de
deficiência. "Além da Universidade Estácio de Sá procurar sempre minimizar
situação-problema que prejudique seu corpo discente. E é importante salientar
que, toda e qualquer pessoa que esteja com dificuldades procure alguém para
minimizá-las (família, colegas etc), e isso não deve ser diferente também para
os deficientes, pois tal conduta não quer dizer dependência, mas sim a
capacidade de perceber suas limitações e necessidades, sendo tudo isso
traduzido como esforço pessoal", finalizou o coordenador.
Fonte:
Juliane Reis/O Debate
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