Pais buscam filhos em creche na cidade de Búzios. (Foto: Jornal 1ª Hora) |
Desde que foi iniciado o ano letivo as Creches Diva Maria de Oliveira e Marli Quintanilha, localizadas na Rasa, têm fechado suas portas pontualmente as 11h30 por falta de profissionais para trabalhar nos locais. O horário de encerramento deveria estar acontecendo as 16h00.
De acordo com informações de funcionários e responsáveis por alunos, desde o dia 18 de fevereiro isso vem acontecendo levando preocupação a pais e responsáveis, que, em muitos casos, faltam ao trabalho para cuidar de seus filhos, ou em atitude extrema, levam os pequenos para o seu local de trabalho.
Enquanto
isso, durante abertura do encontro de Profissionais da Educação de Armação dos
Búzios - EPEAB, ocorrido na terça-feira (05) no Blue Tree Park Búzios, na Praia
de Tucuns, o secretário de Educação, Claudio Mendonça, fez uma palestra que
causou estranheza aos professores presentes por estar, segundo nos declarou uma
professora da rede pública, ‘bastante fora da realidade, e longe do modelo
educacional em que vivemos’.
Redação
- No Encontro de Profissionais da Educação de Armação dos Búzios - EPEAB, que
se iniciou na terça-feira (05) no Blue Tree Park Búzios, na Praia de Tucuns, o
secretário de Educação Claudio Mendonça frisou que aquele não era uma espaço
para se discutir Políticas Públicas, e se alguém tivesse essa intenção ficaria
decepcionado. A frase é um pouco contraditória com o atual viés educacional,
mesmo assim, Claudio Mendonça seguiu fazendo uma palestra ‘filosófica’ falando
de sentimentos, de amor e de paixões, que segundo comentários de professores
que estiveram no evento, estão bastante fora da realidade buziana, e longe do
modelo educacional se vivemos.
Enquanto
isso, na Rasa, as Creches Diva Maria de Oliveira e Marli Quintanilha, fechavam
as portas pontualmente as 11h30 por falta de profissionais, quando o
encerramento das atividades deveria ser as 16h00. Desde 18 de fevereiro isso
vem acontecendo de acordo com informações de funcionários e responsáveis por
alunos. Muitos pais estão chegando ao desespero pela falta de aula nas escolas.
São
inúmeras as reclamações em função da creche não estar funcionando todos os
dias, vários pais alteraram sua rotina de vida chegando a faltar ao trabalho,
outros tendo que pedir favores aos vizinhos próximos para tomaram conta dos
filhos. Mães que trabalham fora, sem condições de executarem suas tarefas com
tranquilidade face à incerteza de sua criança ter ido para a creche ou não,
como é o caso de Franciane Zymmer, que por não ter com quem deixar sua filha,
leva a criança para o trabalho.
-
Sou professora e tive que avisar no trabalho que tenho que levar minha filha
comigo, pois ela só tem creche até as 11h30. Isso está dificultando o meu dia a
dia - disse a mãe perplexa com a situação, lembrando que muito foi falado e
quase nada foi feito, desde que as aulas começaram no dia 18 de fevereiro.
-
Paulo Cesar Ramos, tio de um menino que estuda na Creche Marly Quintanilha,
disse que teve que sair do trabalho na Rasa mais cedo, pois seu irmão e sua
cunhada trabalham no Centro e pediram ajuda a ele. - Saio mais cedo para
almoçar, pego meu sobrinho, levo para a casa da minha mãe e retorno ao
trabalho. Minha mãe é idosa, e por isso minha cunhada liga de hora em hora para
o celular de uma vizinha, para saber como o menino está. É um transtorno em
nossas vidas – fala preocupado Paulo.
Uma
senhora que estava com quatro crianças em frente à creche Diva Maria Oliveira,
disse que está ficando com as crianças após as 17h00, quando elas saem da
creche, pois os pais trabalham até mais tarde. - A mãe trás a criança para a
creche, as 7h00 eu retorno as 10h00 para dar remédio e depois as 11h30 para
apanhá-los, pois além de professores faltam enfermeiros também - disse uma
senhora que não quis se identificar, com os olhos marejados. Já na Escola
Eva Maria de Oliveira, mães reclamando que os filhos no ano passado faziam
atividades complementares na Fundação Bem Te Vi, como Cultura Afro, balé,
natação, aulas de violão, dentre outras, e agora eles não vão mais.
Ainda
faltam professores na maioria das Escolas da rede pública
Mas as reclamações não são só referentes aos horários, merenda de baixa qualidade, falta de professores e funcionários nas Escolas, alunos zanzando nas ruas, concursados que estão trabalhando sem assinatura do termo de posse, salas de aulas com mais de 40 alunos, também estão sendo cobrados.
Estivemos
em diversas Escolas da rede municipal de Búzios e constatamos que fazem sentido
tais reclamações, principalmente quanto à falta de professores na maioria das
Escolas com horários vagos. O processo de recrutamento de professores para
muitos é tardio, fora de controle, como é o caso das Escolas Darci Ribeiro,
vereador Antonio Alípio da Silva e Nicomedes Teothonio Vieira.
-
Iniciaram a dedetização da Escola agora, e como a cozinha não está funcionando,
a diretoria manda dar uma maçã para cada aluno. Ou seja, coma a maçã ou vai
ficar com fome, uma espécie de imposição. Falta ainda de professores, para
piorar a situação. Por que não dedetizaram a escola antes? Como foi feito esse
processo seletivo que até agora não chamaram o quadro completo de professores?
Indaga a mãe de um aluno, Andréia Torres.
Para
o pai de aluno Luiz Eduardo P. N.Valle a situação de falta de professores está
generalizada. - Essa semana meu filho que estuda na Escola vereador Antonio
Alípio da Silva ficou sem aula duas vezes, e outros dias têm saído as 15h00 por
falta de professores. Quando peço informação na Escola me dizem para procurar a
secretaria de Educação. Ora, se eles não se resolvem, a quem devo recorrer? -
disse Eduardo, preocupado com a situação do filho.
Na
Escola Nicomedes não é diferente. Além da falta de professores, tem o problema
do calor. A escola que passou por obras pelo jeito ainda não acabaram. Alunos
estão sem ventilador de teto nas salas, conta um aluno que não quis se
identificar. - Estamos sem ar e sem ventiladores. Falaram que iam colocar ar
refrigerado nas salas, mas até agora nada. O calor está insuportável, chegamos
ao ponto de pedir autorização ao diretor para levarmos de casa ventiladores
pequenos para que possamos tentar assistir as aulas. Algumas turmas tiveram que
ter aulas no pátio devido ao calor - disse revoltado o aluno.
Fonte: Jornal 1ª Hora
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