Celso de Mello é hospitalizado, e STF adia retomada do mensalão | Rio das Ostras Jornal

Celso de Mello é hospitalizado, e STF adia retomada do mensalão


Com isso, o julgamento do mensalão só vai ser retomado na próxima semana.
A sessão do Supremo da tarde de hoje deve tratar de outros processos.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, 67, foi internado na noite desta quarta-feira (12), em um hospital de Brasília, após apresentar sintomas de uma forte gripe e suspeita de pneumonia.

Com isso, o julgamento do mensalão só vai ser retomado na próxima semana. A sessão do Supremo da tarde de hoje deve tratar de outros processos.

Segundo nota divulgada pelo STF, "o diagnóstico inicial não afastou a hipótese de uma pneumonia. Por isso, os médicos decidiram pela sua permanência no hospital para a realização de novos exames". O texto afirma ainda que "caso seja liberado pelos médicos, o ministro Celso de Mello participará da sessão plenária da próxima segunda-feira".

O ministro já havia se ausentado da sessão de ontem do Supremo por causa do resfriado, adiando a definição sobre a perda de mandatos de parlamentares condenados pelo mensalão. A questão está empatada em 4 a 4 no plenário e falta apenas o voto do ministro, decano da corte. Ele já deu sinais que vai seguir o voto do presidente do tribunal e relator do caso, Joaquim Barbosa, de que a cassação automática do mandato de um réu condenado é uma atribuição da corte, cabendo à Câmara apenas oficializar a decisão.

Com a ausência do ministro na sessão de ontem, o mensalão saiu da pauta e outros processos foram analisados. O ministro foi orientado por seus médicos a repousar para recuperar a saúde.

Na sessão de segunda-feira (10), Mello teria inclusive sido atendido no meio da reunião pelo serviço médico do tribunal.

O ministro assumiu a cadeira no Supremo em 1989, indicado pelo então presidente José Sarney, e é o mais antigo na atual composição da corte.

Mensalão

A decisão da perda do mandato de João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) - condenados no processo do mensalão - deveria ser definida ontem pelo plenário do STF, mas foi adiada pela ausência do ministro Celso de Mello. Ele alegou estar com uma forte gripe.

A votação está empatada em 4 a 4 e resta apenas a manifestação de Mello, que deu sinais que vai seguir o voto do presidente do tribunal e relator do caso, Joaquim Barbosa, de que a cassação automática do mandato de um réu condenado é uma atribuição da corte, cabendo à Câmara apenas oficializar a decisão
Mas, antes mesmo de se manifestar, o provável voto de Celso de Mello já é questionado reservadamente por advogados do mensalão.

Eles argumentam que o ministro mudou radicalmente de posição sobre esse tema, já que em 1995, quando a corte discutiu a cassação de um vereador, ele votou no sentido de que o parlamentar só poderia ter o mandato cassado "por efeito exclusivo de deliberação tomada pelo voto secreto e pela maioria absoluta dos membros da sua própria Casa Legislativa".

O STF entra em recesso na próxima quinta-feira e só retoma as atividades em fevereiro. Para concluir o mensalão, além da perda de mandatos, os ministros ainda precisam discutir o pedido de prisão imediata dos condenados, a revisão das multas aplicadas e a fixação de uma indenização aos cofres públicos pelo desvio de recursos públicos do Banco do Brasil e da Câmara para o esquema de compra de apoio político do governo Lula (2003-2010).
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