Técnica que
aumenta alcance das lanças foi desenvolvida há 71 mil anos.
Pesquisa também constatou que técnica era passada entre gerações.
Uma equipe
internacional de cientistas encontrou na África do Sul vestígios de uma
“tecnologia avançada”, desenvolvida 71 mil anos atrás, que teria revolucionado
a produção de armas dos homens pré-históricos.
As lâminas
de pedra eram tratadas no fogo de forma que ficavam mais finas e afiadas. Essas
lâminas tinham também uma parte cega, que era presa a um pedaço de madeira ou
de osso. Com isso, as lanças se tornavam projéteis, que podiam ser atirados com
arcos ou propulsores – objetos longos que multiplicam a força do braço para o
arremesso.
Com essa
tecnologia, esses seres humanos passaram a caçar melhor, pois podiam atingir o
animal de uma distância maior, sem correr riscos. Além disso, adquiriram uma
vantagem sobre tribos rivais. Os autores acreditam, inclusive, que o domínio da
tecnologia possa ter sido um fator importante para que a espécie prevalecesse
sobre outros hominídeos, como o homem de Neandertal.
Pesquisas
anteriores apontavam que a tecnologia teria surgido por volta de 60 mil anos
atrás, mas que teria desaparecido nas gerações seguintes e sido reinventada
mais recentemente. O atual estudo desmente essa hipótese, e mostra que a
técnica foi repetida ao longo de milhares de anos, uma prova de que ela foi
passada de pais para filhos.
Os
resultados da pesquisa foram publicados pela versão online revista científica
“Nature”. O trabalho foi liderado por Curtis Marean, da Universidade do Estado
do Arizona, nos EUA, e teve a participação de especialistas da África do Sul,
da Austrália e da Grécia.
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