Cidadã carioca deixa recado após férias no município de Casimiro de Abreu
Ela escreve para o Rio das Ostras Jornal, na esperança de que ainda esteja em tempo de tomar providências para que o paraíso não se degrade.
Via e-mail na integra
Passei uma semana em Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu, em uma Colônia de Férias com vista para o belo Rio São João. Fiquei maravilhada com a com as paisagens que vi, para onde se aponte a câmera fotográfica, um belo quadro se apresenta.
Por ter gostado tanto deste lugar é que resolvi escrever, na esperança de que ainda esteja em tempo de tomar providências para que este paraíso não se degrade.
As fotos que envio são de esgoto no mangue. Pesquisei depois de sentir constantemente o cheiro característico, que em nada combinava com as belezas do lugar. Não adianta dizer que as saídas estão inutilizadas porque eu vi a água saindo, inclusive vi manchas de gordura, como óleo de cozinha.
Grande número de funcionários varrem constantemente o gramado às margens do mangue, juntando material orgânico com os lixo jogado pelas pessoas. Ao pé de várias árvores vi carcaças de computador, aparelhos de telefone que formavam uma pilha e que ali estavam quando eu cheguei e ainda estavam no mesmo lugar quando fui embora.
Além do esgoto, o lixo também avança para o mangue e mesmo que esteja ao alcance da mão (eu mesma retirei sacolas e copinhos plásticos), um dos funcionários me informou que a função deles era varrer o gramado, unicamente.
Outro fato que considero grave. Atrás do Museu uma família pescava siris minúsculos, corpinhos ainda mal formados, por pura distração. Comuniquei o fato pessoalmente à Polícia Florestal, esperei para ver o resultado e aconteceu o seguinte: passaram-se uns quinze minutos, a família recolheu os apetrechos, colocou no carro e saiu do local. Cinco minutos depois o carro dos policiais apareceu e claro, não encontraram ninguém.
Talvez a Prefeitura de Casimiro de Abreu esteja investindo, dá para ver que o Distrito tem atenção da Prefeitura, mas não está fiscalizando, cobrando resultados.
No posto de turismo, na orla da praia, mais um exemplo de descaso. Encontrei os funcionários conversando animadamente e o da recepção me atendeu como se eu o estivesse atrapalhando e apontou os folhetos que estavam em uma mesa para que eu me informasse.
Há um crescente número de pessoas que se importam com os animais e com o meio ambiente e não voltariam a fazer turismo em uma cidade que não os respeita.
Atenciosamente
Isabel Cristina Vieira
Rio de Janeiro - RJ
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