500 mil quilos de açúcar e 100 mil litros de álcool deixarão de ser produzidos por dia.
Segundo a direção, não há como manter a unidade em funcionamento sem a cana queimada.
A Coagro (Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro) foi intimada nesta segunda-feira (27) pela Justiça Federal a não mais receber cana queimada e por isso, pela primeira vez, desde que foi criada em 2003, a usina fechou as portas. A paralisação foi em plena safra, os funcionários foram liberados e 500 mil quilos de açúcar e 100 mil litros de álcool deixarão de ser produzidos por dia. Segundo a direção, não há como manter a unidade em funcionamento sem a cana queimada.
Nesta segunda-feira (27) pela manhã trabalhadores, produtores rurais, representantes sindicais e políticos lotaram a Praça São Salvador no Centro de Campos e com faixas e ferramentas de trabalho fizeram um protesto. Para quem vive da cana, a decisão da justiça de proibir a queima da cana pode decretar o fim do setor e causar a demissão de aproximadamente 10 mil funcionários. Os responsáveis pelas usinas receberam em mãos a determinação da justiça.
O secretário Estadual de Agricultura que esteve durante todo o dia em Campos disse que o estado também vai apelar para a justiça. Uma lei estadual que entrou em vigor no último dia 21 estabelece um cronograma para o fim das queimadas em 2024. Segundo ele o fim gradativo da queima é a única forma para a sobrevivência do setor.
Mas, para a justiça, a lei estadual não se sobrepõem a decisão federal. O que está valendo é proibição das queimadas nas lavouras, transporte e o recebimento, pelas usinas, da cana que passou pelo fogo. No último domingo (26) dois caminhoneiros que descumpriram a determinação foram presos e tiveram que se explicar a Polícia Federal. Eles foram liberados mas vão responder pelo ato.
Enquanto cumprir a determinação é o único jeito, o setor quer ser ouvido e propõe a criação de um Termo de Ajustamento de Conduta. A usina Cana Brava, recém inaugurada, informou que reduziu a produção e contratou uma empresa de São Paulo para fazer o corte mecanizado da cana.
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