Irã critica resolução da ONU que cria relator de Direitos Humanos no país | Rio das Ostras Jornal

Irã critica resolução da ONU que cria relator de Direitos Humanos no país

Decisão foi aprovada por pressão dos EUA, denuncia chancelaria iraniana.
Brasil mudou atitude em relação ao país e votou a favor da resolução.

O Irã criticou nesta sexta-feira (25) a resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU, aprovada na véspera, que estabelece pela primeira vez desde 2002 um mandato de relator especial para a situação dos direitos humanos no país e manifesta preocupação com repressão em Teerã.

"Esta resolução é injusta, injustificável e totalmente política. Foi aprovada, apesar das dúvidas de alguns países, sob pressão dos Estados Unidos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast.

"O objetivo desta resolução é fazer pressão sobre a República Islâmica do Irã para desviar a atenção sobre as violações dos direitos humanos no Ocidente e em particular nos Estados Unidos", completou.

Vinte e dois membros do Conselho, que tem sede em Genebra, votaram a favor da resolução apresentada pela Suécia e respaldada pelos Estados Unidos e outros países como o Brasil, o que marcou assim uma mudança de atitude do governo Dilma Rousseff em comparação com os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o país estabeleceu uma política de abstenção para temas relacionados ao Irã.

Sete países, incluindo China, Cuba, Paquistão e Rússia, votaram contra a resolução e 14 optaram pela abstenção. A resolução nomeia um relator especial para a situação dos direitos humanos no Irã e lamenta a falta de cooperação das autoridades iranianas.

O texto foi aprovado após a divulgação de um relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentado pela primeira vez diretamente no Conselho de Direitos Humanos em Genebra e não na Assambleia Geral em Nova York.

"Desde o último relatório à Assembleia Geral de 15 de dezembro de 2010, a situação dos direitos humanos no Irã foi marcada por uma intensificação da repressão aos defensores dos direitos humanos, aos militantes dos direitos das mulheres, aos jornalistas e aos opositores do governo", disse Ban Ki-moon no documento divulgado semana passada.
Durante a presidência de Lula (2003-2010), o Brasil buscou um papel de mediador para a questão do programa nuclear iraniano e optava pela abstenção nas votações da ONU contra o Irã. Mas a presidente Dilma Rousseff, que assumiu o governo em janeiro, se afastou da postura, primeiro com declarações e agora com o voto.

"O documento aprovado reflete o ponto de vista compartilhado sobre o fato de que a situação dos direitos humanos no Irã merece a atenção do Conselho de Direitos Humanos", disse a embaixadora brasileira em Genebra, Maria Nazareth Azevedo, que também estimulou a cooperação dos iranianos.

"Tenho uma postura bastante intransigente nos direitos humanos. Em meu governo não haverá nenhuma dúvida a respeito", disse Rousseff, que foi torturada como presa política durante a ditadura militar (1964-85), após a eleição.

Ela também disse ter uma posição radicalmente contrária à condenação à morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohamadi Ashtiani.

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