Falta de planejamento fez chuva no Brasil matar mais que na Austrália, diz especialista da ONU | Rio das Ostras Jornal

Falta de planejamento fez chuva no Brasil matar mais que na Austrália, diz especialista da ONU

No país da Oceania, no estado de Queensland haviam provocado pelo menos 13 mortes até a última quarta-feira.

Na serra fluminense, o saldo de mortos já passa de 500.

Subsecretária para Redução de Desastres aponta para falta de planos de emergência eficazes para lidar com enchentes no Brasil.

A falta de "comunicação" e de um plano de emergência fez com que as fortes chuvas na Região Serrana do Rio resultassem em uma tragédia maior do que a ocorrida no estado de Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas. A opinião é de Margareta Wahlström, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

"Por causa da ocorrência de ciclones, a Austrália já tinha começado a se preparar para o imprevisível. As autoridades sabem como evacuar as áreas, e a população escuta as orientações pelo rádio", explicou à BBC Brasil.

No país da Oceania, inundações em três quartos do estado de Queensland haviam provocado pelo menos 13 mortes até a última quarta-feira. Na serra fluminense, o saldo de mortos já passa de 500.

Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que, "apesar de ser uma nação pobre, tem planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo".

"São iniciativas que salvam vidas", diz ela.

Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta - com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores - são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.

"As pessoas precisam saber para onde ir e como ir, qual seria o caminho mais seguro. Uma solução comum são centros comunitários preparados para receber a população", afirmou à BBC Brasil.

Wahlström tem mais de 25 anos de experiência em gestão de catástrofes e coordenou, pelas Nações Unidas, a assistência às comunidades atingidas pelo tsunami de 2004 na Ásia. Em 2010, viu de perto no Rio de Janeiro as consequências da chuva no início do ano. No mês passado, esteve em Queensland, no local que está sendo assolado pelas enchentes.

"No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas", disse a subsubsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

Segundo Wahlström, os desastres naturais nos últimos dez anos provocaram prejuízos de quase US$ 1 trilhão na economia global. São perdas que poderiam ser em grande parte evitadas. Um estudo citado pela representante da ONU aponta que, para cada US$ 1 investido em prevenção, é possível economizar pelo menos US$ 7 em resgates e reconstrução.

"Não é necessário sofrer assim. Há uma escolha (a ser feita), e a escolha é planejar. O número de desastres vai continuar crescendo, e todo investimento em planejamento é um bom investimento", opinou.

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2 comentários:

  1. A chuva ainda não deu trégua, o sol não raiou
    As pessoas ainda juntam os cacos do que restou
    É preciso força para retomar a vida, o mundo
    Depois de se perder quase tudo num segundo

    Tragédia natural não é exclusividade, é verdade...
    Por que, então, sofremos mais com as tempestades?
    Deus é brasileiro, não temos terremotos nem furacão
    Mas pecamos no planejamento, vontade e organização

    Portugal passou por suplício como o que se apresenta
    Em falecimentos, só 10% daqui: pouco mais de quarenta
    Na terra que zombamos ter pouca inteligência
    Governos dão de goleada quando há urgência

    A Austrália, do outro lado, foi ainda mais exemplar
    Como mostrou, na TV, um brasileiro que lá foi morar
    Eles monitoram o nível dos rios com grande precisão
    Por carta, avisaram todos com 24 horas de antecipação

    Mas aqui o relevo é outro, uns dirão
    Por si só não justifica, não é explicação
    Populismo, impregnado, responde por esse mal
    Ah, se nossa inteligência fosse a de Portugal...

    (http://noticiaemverso.blogspot.com)
    Twitter: @noticiaemverso

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  2. Fiz 2 post sobre o assunto. Se puder gostaria que me visitasse. Um abraço!
    http://pensamentosduneto.blogspot.com/

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