Criança ficou 14 dias trancada em casa na Zona Leste de SP.
Prima adolescente foi apreendida; outro envolvido fugiu.
A menina de 8 anos libertada de um cativeiro na Zona Leste de São Paulo na madrugada deste domingo (28) após ser mantida refém por 14 dias havia sido sequestrada pela prima adolescente. Ela conseguiu se livrar do cativeiro usando um celular para chamar a Polícia Militar.
A mãe da criança disse que a filha foi levada de casa por uma prima. Depois, a adolescente entregou a menina para o namorado, de 43 anos. A casa dele foi usada como cativeiro. A menina de 8 anos contou que passou os 14 dias do sequestro trancada em um guarda-roupa. Ela foi agredida e abusada sexualmente, segundo a polícia.
Em uma das vezes em que a criança foi deixada sozinha no cativeiro, ela conseguiu sair do guarda-roupa, pegou um celular deixado no local e ligou para a polícia. Confira abaixo a gravação:
Polícia Militar: "Polícia Militar, emergência."
Menina: "Eu fui sequestrada."
PM: "Dando um trote na polícia essa hora da madrugada, ‘querido’. É brincadeira!"
Menina: "Tia, não é um trote. Eu fui sequestrada."
PM: "Qual é o seu nome? E quem é essa pessoa que te levou ‘praí’?"
Menina: "A Emily."
PM: "Ela é parente sua?"
Menina: "É, prima."
PM: "Mas ela deixa você sair da casa?"
Menina: "Não. Por favor, moça, me ajuda, eu não aguento mais."
A menina também ligou para uma tia. “Ela foi falando pelo celular que estava presa, que eles não davam comida para ela e que ele a estava molestando. Aí foi o desespero”, conta a mãe da criança, Viviane Santana.
A polícia foi até a casa do sequestrador e encontrou o cativeiro. A prima da menina foi apreendida. O namorado conseguiu fugir. A polícia suspeita que ele iria vender a criança. Ele é fugitivo da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, e é procurado pela polícia.
“Ele é perigoso e eu quero que as pessoas me ajudem a prendê-lo, porque minha filha sofreu e eu não quero que os filhos de ninguém sofram igual à minha filha”, disse a mãe.
A policial militar que atendeu o telefonema e que demorou a acreditar na história se surpreendeu com a atitude da menina. “Não tive oportunidade de conhecê-la, mas com certeza é uma criança muito esperta. Ela passou dados importantes e foi realmente uma criança muito corajosa”, afirmou Helena Gonçalves Lousada Dias.
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