Presidente eleita tem 3 versões para acompanhar as mudanças no visual.
Dona de fábrica em São Gonçalo diz que máscaras de Erenice encalharam.
Dilma Rousseff, Marina Silva, José Serra e Tiririca prometem ser as estrelas da folia em 2011. Ao menos é o que deseja o artista plástico espanhol Sergi Arbusà, de 23 anos. Os rostos da presidente eleita, dos candidatos que concorreram à presidência e do deputado federal mais votado do país inspiraram o jovem a transformar os penteados e trejeitos dos políticos em máscaras de carnaval.
Dilma tem três versões de máscaras. Todas acompanharam a mudança de visual da presidente eleita. A mais recente tem o topete que virou marca registrada durante a campanha e os brincos de pérola. O artista plástico conta que levou cerca de 15 horas para confeccionar o rosto de Dilma. Até virar máscara, foram precisos mais sete dias.
“Primeiro tem a pesquisa por fotos, depois tem o processo de esculpir a argila, secar, modelar e por último pintar. É trabalhoso, mas é muito bom ver o resultado. Quando vou a um bloco de rua e vejo as pessoas usando as máscaras que confeccionamos é emocionante”, detalha Sergi.
Lula tem duas versões de máscara
Outro que também mereceu uma nova versão foi Lula. A primeira máscara foi produzida ainda em 1989 e mostrava o presidente com barbas e cabelos cheios e negros. Na mais recente, os cabelos ficaram brancos assim como a barba mais rala. Segundo a dona da fábrica de máscaras, Olga Valle, esta foi a única reprodução de um político brasileiro que foi exportada para a Europa.
“O Lula fez sucesso e vende bem até hoje. Espero que com a Dilma também seja assim”, diz a empresária.
Máscara de Erenice encalha em estoque
A fábrica de máscaras Condal desenvolve há 52 anos máscaras de políticos que ganharam repercussão seja por escândalos ou popularidade. A lista de criações é extensa e tem nomes como Barack e Michelle Obama, Saddam Hussein, Leonel Brizola, PC Farias e Collor.
Mas nem sempre sair nas capas dos principais jornais é sinônimo de vendas garantidas. Há quatro meses, Olga criou a máscara da ex-ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. De acordo com a empresária, a máscara está encalhada no estoque da fábrica e não ganhou a atenção dos foliões. Erenice ganhou notoriedade após ter renunciado ao cargo por suposto envolvimento em tráfico de influência na Casa Civil.
“Como temos que produzir antes, temos que apostar no que pode se tornar sucesso. Como a Erenice saía todos os dias nos jornais achei que fosse dar certo. Mas, enfim, agora a minha aposta é no Tiririca. Já confeccionei mais de duas mil máscaras dele”, diz Olga.
Tiririca é a maior aposta das vendas
A empresária afirma que a máscara de Tiririca é a mais pedida pelos comerciantes. Para ela, a mistura da irreverência do palhaço-deputado é a cara do carnaval popular de rua.
“Nasci e morei por anos na Espanha e percebi que lá eles usam as máscaras como forma de protesto. Já aqui serve para gozações, folia mesmo e acho que de repente até para um protesto bem-humorado”, fala Olga.
As máscaras são produzidas numa fábrica instalada nos fundos de uma casa em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Nos meses de dezembro a fevereiro, mais de 50 pessoas trabalham diariamente na confecção dos produtos que são revendidos em todo país. Nos principais mercados populares, as máscaras custam em média R$ 5.
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