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Rio: cambistas superfaturam passagens de ônibus no Carnaval ara Rio das Ostras Um bloco fora do ritmo invadiu a Rodoviária Novo Rio ontem, sexta-feira de Carnaval.

No lugar de ritmistas, cambistas. Em vez de marchinhas, eles cantavam a venda de passagens superfaturadas para a Região dos Lagos, um dos destinos mais procurados nesta época do ano.

O grupo comprou todas as passagens disponíveis para destinos na região e passou a revendê-las. Sem assentos para comprar nos guichês das empresas de ônibus, os foliões de malas prontas recebiam do bando a oferta de bilhetes pelo dobro do preço original.

As estudantes Elaine Santana e Ana Carolina, ambas de 19 anos, tentaram comprar passagens para passar o Carnaval em Rio das Ostras na manhã de ontem, mas não havia bilhetes. Para não perderem a viagem, desembolsaram quase duas vezes o valor original para adquirir os tíquetes das mãos de cambistas que atuavam no setor de embarque da rodoviária.

Bilhetes Esgotados "Chegamos cedo, às 9h, mas já estava tudo esgotado. Pagamos R$ 60 para os cambistas por uma passagem que custa R$ 35. É revoltante essa situação, mas, se não fosse assim, não conseguiríamos viajar", justificou Elaine, que pegou ônibus da Viação 1001 às 15h17.

Os preços praticados pelos cambistas variavam de acordo com o itinerário. A passagem para Saquarema, por exemplo, que custa R$ 19,10 no guichê da Viação 1001, não era vendida por menos de R$ 30, mesmo com o valor correto estampado no bilhete.

Já o trajeto Rio-Cabo Frio, também operado pela Viação 1001, chegava a custar R$ 60 no mercado negro, bem mais que os R$ 30,60 pagos pelo tíquete na empresa.

"Estou inconformado! Estou sendo assaltado na frente de um monte de autoridades que estão fingindo não ver o que está acontecendo", reclamou um passageiro que preferiu pagar os R$ 60 do que perder o Carnaval em Cabo Frio, na Região dos Lagos.

PM vai investigar atuação de policiais na rodoviária Segundo o tenente-coronel Lima Castro, relações públicas da Polícia Militar, os policiais presentes no local deveriam ter agido ao notar as ações criminosas. "Isso é uma extorsão. Se viram o que estava acontecendo, deveriam ter agido. Vamos identificar e investigar por que não fizeram nada", garantiu, acrescentando que apesar de não ser alvo das atividades prioritárias da corporação, a atividade será combatida.

O Detro informou que fiscaliza os meios de transporte, mas o combate à venda fraudulenta de passagens é responsabilidade da PM. Procurada, a Guarda Municipal, que mantinha agentes ao lado dos cambistas, não retornou as ligações. Na Socicam, que administra a rodoviária, ninguém atendeu os telefonemas.

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