Prefeitura anula questões de concurso municipal para a Educação em Macaé
Sindicato de Professores se diz satisfeito com a resolução, após divergência na abordagem da Lei Orgânica municipal
A Prefeitura de Macaé resolveu anular as questões relativas à Lei Orgânica municipal do concurso público para a área de Educação, realizado no último dia 27 de dezembro. Segundo a nota oficial, a resolução se deu “(...) tendo em vista a utilização equivocada da versão anterior do texto legal na elaboração das questões, conferindo os pontos de forma integral a todos os participantes do certame”.
As divergências sobre o conteúdo abordado começaram porque os professores que participaram do concurso questionaram o fato de a equipe organizadora ter citado os artigos 205 e 208 da Lei de 1990, defasada em relação à nova versão que se encontra em vigor no município. A maioria dos quase 18 mil candidatos se preparou para o processo seletivo estudando a nova Lei, disponível no site da Câmara Municipal de Macaé e que reúne 138 páginas, enquanto que o Instituto Nacional de Concurso Público (INCP) - que elaborou a prova - se baseou na versão antiga disponível no site da Prefeitura de Macaé, sob orientação da própria Comissão de Concursos do município. O edital do concurso informava o conteúdo a ser exigido na prova, mas não determinava a fonte para consulta.
A vice-presidente disse que o Sindicato ficou satisfeito com a decisão da Prefeitura, evitando assim que o órgão entrasse com um mandado de segurança contra o concurso. “O fato tornou as questões passíveis de anulação, pois abordaram as bolsas de estudo e o repasse de verba pública para instituições privadas, o que não acontece há muito tempo porque a Prefeitura de Macaé só concede, pela Lei atualizada, bolsas para o Ensino Superior”, explicou Ivania. Ela também disse que o concurso público ainda é o meio mais justo e democrático que existe para inserir profissionais na atividade do magistério e, por isso, fica o exemplo para que não haja mais problema nas elaborações futuras.
Petrobras desmente transferência da sede de Macaé para Santos
A Petrobras garantiu a permanência do centro de operações em Macaé
Os rumores de que a Petrobras iria transferir o centro de operações instalado em Macaé há cerca de 30 anos, para Santos, litoral de São Paulo, foi desmentido ontem pela assessoria da própria estatal que garantiu que, ao invés da suposta mudança, que estaria impulsionando uma especulação imobiliária na cidade paulista, a empresa construirá sua sede definitiva no município, cujo projeto será iniciado ainda neste ano.
A falsa mudança chegou a ser publicada nesta semana em um jornal do interior de São Paulo. De acordo com a matéria, a Petrobras teria divulgado a informação da transferência de todos os setores do centro de operações, instalados atualmente na sede que ocupa parte das Praias da Imbetiba e Campista, para Santos.
Segundo a publicação, o suposto anúncio teria gerado efeito na economia da cidade, principalmente ao setor imobiliário que já acreditava em uma valorização dos imóveis, situação que já estava sendo impulsionada pelo início dos trabalhos de instalação da Petrobras em Santos, além de projeções futuras proporcionadas pela proposta da Petrobras investir na região cerca de 40 bilhões até 2013 e 99 bilhões até 2020.
O texto aponta ainda que um dos motivos da possível mudança da sede da Petrobras seria o grande volume de reservas petrolíferas da região, criando assim a necessidade da concentração de todas as atividades exploratórias da estatal, realizadas desde a área Sul da Bacia de Campos até o litoral de Santa Catarina.
Diante dos rumores, a assessoria da Petrobras apresentou ontem um esclarecimento sobre os rumores da transferência do centro de operações. De acordo com as informações, a suposta mudança não é confirmada pela empresa que continua considerando a cidade de Macaé como a melhor localização, do ponto de vista logístico, para abrigar a sede das operações da Bacia de Campos.
Ainda de acordo com a empresa, em Santos, a Petrobras aluga atualmente quatro prédios, com capacidade para até 1,1 mil pessoas. A assessoria informou ainda que a estatal vai iniciar a construção de sua sede definitiva, em 2010, devendo o primeiro prédio ficar pronto em 2012, com capacidade para 2 mil pessoas. Essas instalações vão atender especificamente as operações da Bacia de Santos.
Obras da macrodrenagem geram mortandade de peixes na Lagoa de Imboassica
Pesquisador alerta que um volume maior de esgoto e resíduos químicos está sendo carreado para o corpo hídrico
Uma cena lastimável voltou a marcar a paisagem da Lagoa de Imboassica na manhã de ontem, quando milhares de peixes morreram em função da poluição que toma conta do meio ambiente de Macaé. Diversas espécies se debatiam e agonizavam nas margens do corpo hídrico, enquanto muitos pulavam em busca de oxigênio para sobreviverem. O fato já havia acontecido durante o Natal e até hoje a prefeitura não tem explicações para justificar o desastre.
No entanto, o pesquisador e professor do Nupem/UFRJ, Francisco Esteves, alertou que as obras de macrodrenagem realizadas pela prefeitura para escoar a água de chuva dos bairros do entorno estão provocando a morte desses animais e de toda a vida existente naquele ecossistema. “A macrodrenagem aumentou e vai continuar aumentando os impactos na Lagoa de Imboassica, pois toda a sujeira da cidade está indo para este corpo hídrico que chegou ao seu limite máximo”, destacou Chico Esteves.
De acordo com ele, a chuva 'lava' a cidade e leva toda a sujeira para a lagoa, como o esgoto das residências de seu entorno e resíduos das empresas instaladas na região e da própria Rodovia Amaral Peixoto. “A pista da RJ-106 está cheia de resíduos de veículos, como óleo lubrificante e gasolina, que têm muito metal pesado como o chumbo. Além disso, o esgoto orgânico alimenta as algas que 'roubam' o oxigênio da água. Isso é um absurdo, é preciso rever esse projeto enquanto ainda há tempo”, falou Chico Esteves, alertando que também é preciso cessar de vez o lançamento de efluentes na Lagoa.
Antes das obras do projeto Águas Limpas, a chuva era drenada com auxílio de bombas, que jogavam a água para a Lagoa. Hoje, esse escoamento é feito através das galerias pluviais, que acaba carreando um volume maior e mais rápido de resíduos, já que muitas casas ligam seus esgotos irregularmente na rede. “O que levava de dois a três dias, hoje vai para a Lagoa em duas ou três horas”, lamentou o professor, que há anos realiza estudos e monitoramento do ecossistema local.
Pescadores da região têm a mesma percepção do professor e alertam que nunca houve morte de peixes na Lagoa de Imboassica antes da obra de macrodrenagem. “Eles colocaram umas manilhas enormes e agora nossos peixes estão morrendo. Toda a sujeira desses bairros vem direto para nossa Lagoa”, lamentou um dos pescadores que vem sendo prejudicado pela poluição no local.
Apesar do desastre ecológico, nenhum técnico da prefeitura esteve ontem no local. Segundo os pescadores, apenas o caminhão de limpeza havia recolhido várias toneladas de peixes mortos durante a madrugada. “Precisamos de alguma ação emergencial. Não podemos deixar que eles matem nossos peixes e nossa lagoa. Antigamente a gente pegava mil quilos de camarão por noite, hoje não há mais o crustáceo na lagoa”, lamentou o pescador.
Na primeira mortandade, ocorrida no dia 25 de dezembro, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente recolheu amostras de água, peixes e algas para análise em laboratório e quase duas semanas depois, ainda não há respostas. De acordo com o secretário, Maxwell Vaz, o resultado da água deve sair ainda hoje. “Tivemos um aumento muito grande na temperatura da água, que está 7º acima do normal”, falou Maxwell.
Na primeira ocorrência, 90% dos peixes que morreram eram bagres. Dessa vez, a espécie mais atingida foi a carapeba, sendo que ambas são de água salgada. “As próximas vítimas serão as tainhas, robalos, tilápia, acará, traíra e parati, espécies que ainda habitam nossa lagoa”, falou os pescadores.
Chico Esteves alertou que o bagre geralmente é a espécie que mais resiste a poluição, já que possui características que permitem sua adaptação, como a capacidade de captar mais oxigênio. “Quando o bagre morre é indicador da gravidade do ecossistema. Enquanto o país está lutando pela despoluição da lagoa no Rio de Janeiro para as Olimpíadas, Macaé segue na contramão e faz um projeto de macrodrenagem que provoca ainda mais impacto na Lagoa. A solução é a retirada de todo o esgoto, não tem jeito”, conclui Chico Esteves.
Enquanto isso, a prefeitura de Macaé inaugurou em agosto do ano passado a Estação de Tratamento de Esgoto do Mutum que até hoje não entrou em operação. A solenidade que reuniu autoridades do município, moradores da região e ambientalistas marcou o que o público acreditou que seria o pontapé inicial para a despoluição da Lagoa de Imboassica. No entanto, não há como prever o início da operação da ETE do Mutum, já que poucos bairros contam com a rede coletora. “Tudo o que eles fizeram foi fechar os olhos e virar de costas para a Lagoa de Imboassica, que há anos foi abandonada pelos órgãos competentes”, falou o pescador.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!