Macaé registra primeiro óbito por dengue hemorrágica
Médico orienta população sobre os sintomas clássicos da dengue
Macaé registrou ontem o seu primeiro caso de morte ocasionada por dengue, através do óbito da estudante universitária Ana Paula dos Santos Sampaio, 21 anos. Moradora do Lagomar, ela faleceu por volta das 20h da última terça-feira (6) após ser internada no Hospital da Unimed apresentando os sintomas clássicos da febre hemorrágica ocasionada pela doença.
De acordo com informações de familiares que participaram da cerimônia de sepultamento do corpo de Ana Paula, realizada no Cemitério Memorial Recanto da Igualdade na manhã de ontem, a universitária começou a sentir os primeiros sintomas da doença no último dia 1º. Há suspeita de que o marido da vítima, Vinícios Ribeiro dos Santos, 22 anos, também esteja infectado pela doença.
“Ela e o meu filho começaram a passar mal na madrugada do Ano Novo. Eles chegaram a passar a virada do ano na Praia dos Cavaleiros, mas, quando chegaram em casa já estavam sentindo os sintomas, como dores de cabeça e febre alta”, contou a sogra de Ana Paula, Sandra Maria Ribeiro.
Sandra contou também que, após apresentar melhoras, Ana Paula acabou seguindo junto com o marido e a família para casa de parentes em Glicério. Na localidade, ela voltou a sentir dor de cabeça e febre, procurando assim atendimento no Hospital da Serra de Macaé.
“Os dois estavam se sentindo mal. Ela saiu de casa para levar o meu filho ao médico, mas acabou que os dois tiveram que ser medicados. Alguns médicos disseram que os sintomas eram provocados por uma virose”, continuou Sandra.
Segundo a família, depois de permanecer dois dias em Glicério, Ana Paula e Vinícios decidiram voltar para Macaé, na noite de sábado (2), quando procuraram o setor de emergência do Hospital da Unimed.
“Eu falei para eles procurarem o Hospital da Unimed, já que aqui em Macaé teria mais recursos. Uma amigdalite chegou a ser apontada como a causa dos sintomas dos dois, mas, eu achei que a situação era mais séria. Eles chegaram a permanecer internados das 9h às 21h do mesmo dia tomando soro, mas não adiantou”, explicou Sandra.
A sogra de Ana Paula contou ainda que, mesmo depois de terem sido internados por quase 12h no hospital, os dois voltaram a sentir os sintomas da doença, porém, só procuraram novamente o Hospital da Unimed na última quarta-feira, dia em que foi registrado o óbito da vítima.
“Ela tinha muitos planos de vida. Estava na faculdade, cursando engenharia, e tinha acabado de ser aprovada no concurso público de Rio das Ostras. Pensava em fazer prova para a Polícia Federal e já estava organizando as coisas para o buffet do casamento que iria acontecer no fim desse ano. Ela disse que ia me dar um neto”, contou Sandra emocionada.
Preocupado com as condições de saúde do filho, Sandra disse acreditar que Ana Paula teria sido infectada pela doença no bairro onde morava. “Eles moravam comigo e, ao lado da minha casa, existe um terreno todo sujo. Acredito que o mosquito possa ter vindo desse lugar. Por isso, acho que todos os moradores do Lagomar correm o risco de ser infectados também”, alertou Sandra.
Agendado inicialmente para as 10h, o sepultamento do corpo de Ana Paula foi realizado por volta das 11h de ontem, logo após o pai da vítima, Antônio da Costa Sampaio, agilizar a liberação do atestado de óbito, que constatava a febre hemorrágica de dengue como causa da morte.
Médico orienta população sobre os sintomas clássicos da dengue
Responsável pelo atendimento inicial de Ana Paula dos Santos Sampaio, o médico intensivista do Hospital da Unimed, Joel Passos, explicou, com detalhes, o quadro clínico apresentado pela vítima.
De acordo com o especialista, Ana Paula chegou à unidade de emergência do hospital já apresentando sintomas clássicos da febre hemorrágica de dengue: dores abdominais fortes e pele fria.
“Ela teve um avanço rápido do quadro de dengue clássica para a febre hemorrágica. Logo que a paciente chegou a internamos no Centro de Terapia Intensiva (CTI), na tentativa de reverter a situação. No entanto, a situação passou para uma Síndrome de Inflamação Sistêmica (SIS), o que ocasionava a insuficiência renal, além do choque”, explicou Dr. Joel.
Segundo o médico, outros dois pacientes foram internados, e transferidos para a CTI do Hospital da Unimed com quadro de dengue hemorrágica. Um foi liberado na tarde de ontem. E já o outro paciente deverá receber alta nos próximos dias.
“A dengue esse ano está vindo com mais força. Só nesses primeiros dias de janeiro três pessoas foram atendidas com quadro de febre hemorrágica de dengue, e uma delas veio a óbito. É preciso que a população fique atenta aos sintomas clássicos para poder procurar ajuda médica”, informou o médico.
Segundo Joel, os sintomas iniciais da dengue: dores de cabeça, nos olhos e febre alta, podem ser confundidos com os ocasionados pela gripe, comum no período de inverno. Ele explicou ainda que as pessoas devem ficar alerta aos sintomas clássicos da evolução grave da doença, como as dores abdominais fortes, associada a pele fria.
“Os sintomas clássicos da evolução, associados aos sintomas iniciais, são os sinais de alerta. É através deles que a população pode identificar a necessidade da urgência do atendimento, procurando assim as unidades de saúde”, apontou o médico.
Plaza Macaé passará a cobrar taxa de estacionamento este mês
Ao todo foram instaladas seis cancelas
A partir da segunda quinzena de janeiro começa a cobrança no estacionamento do Plaza Macaé Shopping. Este foi o prazo dado para que todas as seis cancelas estejam em operação. O valor será de R$ 3 pelo período de quatro horas e R$ 1 por cada hora adicional, neste caso pode ser cobrado o preço fracionado também.
Segundo o superintendente do Plaza Macaé, Rodrigo Borges neste mês, será oferecido 100% de desconto na tarifa aos clientes. “Em fevereiro, o desconto vai ser de 50% e, após esse período a tarifa será normal”, explicou Borges. No shopping já foram instalados seis terminais, divididos em entrada e saída. A cobrança da tarifa traz outros valores agregados para os clientes do shopping, como a segurança.
De acordo com a diretora da MPpark (empresa que irá administrar o estacionamento), Patrícia Mastroianni, os carros estarão cobertos por um seguro em casos de roubo, pequenas avarias e furto no interior do veículo. Desde que seja comprovado que a ocorrência aconteceu dentro do estacionamento. Para isto será disponibilizada uma equipe de perícia.
Novas câmeras
Além do monitoramento feito hoje em toda área externa do Plaza, será instalado uma outra estrutura com câmeras que filmará o carro desde a entrada no shopping até a saída. “Os clientes poderão observar todo este monitoramento através de uma central que ficará no hall do Plaza”, adianta a diretora da MPpark, frisando que todos os equipamentos são de última geração.
O superintendente do Plaza disse ainda que colocará à disposição dos clientes uma equipe para prestar assessoria na parte mecânica. “Eles estarão aptos a prestar socorro em caso de uma bateria descarregar, trocar um pneu, chamar um reboque, um chaveiro”, enumera Borges. Outra novidade é a criação de uma outra equipe de funcionários para fazer o recolhimento dos carrinhos do hipermercado Wallmart que ficam espalhados no estacionamento após o uso. “Isso vai evitar que os carrinhos causem arranhões nos veículos ou atrapalhem a movimentação dos carros aos saírem do shopping”. Segundo Borges, todo esse investimento alto visa oferecer aos clientes conforto e segurança. “A nossa proposta é superar as expectativas dos clientes oferecendo mais do que o público exige”.
Clientes esperam mais segurança com a cobrança
A notícia da cobrança de uma tarifa para estacionar no Plaza Macaé, não surpreendeu os clientes. O único questionamento é em relação à segurança dos veículos.
Para a advogada Gisele Nogueira Andrade, a cobrança trará mais segurança para os usuários. “Eu já tive um carro roubado em um estacionamento e só consegui receber o valor do veículo na Justiça”, conta ela, frisando que se o shopping se responsabilizar pelos carros isso será muito bom para os clientes.
Quem também compartilha da mesma opinião da advogada é o empresário Rômulo Silva. Para ele, a cobrança só será válida se trouxer segurança para os usuários. “Se eles se responsabilizarem por qualquer dano ao carro, será muito bom, senão, só haverá lucro para eles“, disse. Já a dona de casa, Ana Cristina Caldas achou péssima a notícia. “Para quem vem ao shopping só para almoçar isso não será bom”, reclamou Ana Cristina. O ideal, diz ela, seria adotar a mesma regra do Shopping São Gonçalo. “Lá, cobra uma taxa única para ficar o dia todo”, lembra.
Polícia Federal instaura inquérito para investigar a morte de peixes na Lagoa
O pesquisador e professor do Nupem/UFRJ Francisco Esteves foi convocado para depôr sobre o caso
Depois de O DEBATE denunciar o desastre ecológico que vem ocorrendo na Lagoa de Imboassica desde o Natal, a Polícia Federal de Macaé instaurou ontem inquérito para investigar a morte de milhares de peixes ocorrida por motivos, até agora, não esclarecidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, apesar de o fato ter sido condenável pela população, que observa no dia a dia o desaparecimento do espelho d´água de uma das principais lagunas da região Norte Fluminense.
Por ser uma referência na área ambiental e ter desenvolvido inúmeras pesquisas e teses sobre a Lagoa de Imboassica, o pesquisador e professor do Nupem/UFRJ Francisco Esteves foi convocado para depôr sobre o caso, já que é um profundo conhecedor daquele ecossistema e monitora o corpo hídrico há mais de 20 anos. “Há muito tempo a Lagoa de Imboassica vem sofrendo um processo de degradação contínua em suas características naturais por aterros irregulares e o lançamento de esgoto “in natura”, que causa uma redução drástica da concentração de oxigênio na água, proporcionando gases tóxicos, como o gás sulfídrico. Esses fatores podem ser apontados como os principais responsáveis pela mortandade dos peixes”, falou Chico Esteves, alertando que as obras do projeto “Águas Limpas” estão colaborando para que mais esgoto e resíduos químicos sejam lançados indiscriminadamente na Lagoa. “É preciso rever esse projeto enquanto ainda há tempo”, ressaltou.
De acordo com o delegado Júlio César Ribeiro, amostras de peixes e águas serão coletadas e analisadas por especialistas do Nupem/UFRJ. “Vamos verificar a responsabilidade da mortandade dos peixes que se agravou devido ao projeto de macrodrenagem”, falou Júlio César, completando que a Polícia Federal vai investigar as causas e identificar os principais responsáveis pelo crime ambiental.
Os responsáveis poderão responder por crime ambiental, enquadrado no art. 33, que afirma ser crime passível de prisão e/ou multa para quem “provocar, pela emissão de efluentes ou correamento de materiais, o perecimento de espécies da fauna aquática existente em rios, lagos, açudes, baías ou águas jurisdicionais brasileiras”; além do art. 54, que pune quem “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou destruição significativa da flora”. Júlio César alertou que a punição pode ser mais pesada quando “exigir a autoridade competente, medidas de precaução em casos de riscos de dano ambiental grave ou irreversível”, conforme indica o §3º.
Ainda de acordo com o delegado, a Polícia Federal vai cobrar esclarecimentos sobre a Estação de Tratamento do Mutum, inaugurada em agosto do ano passado, mas que até agora não entrou em operação. “Queremos conhecer essa obra e saber o porquê de ainda não funcionar”, falou.
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