CIDADE
PRECONCEITO E DESCRIMINAÇÃO EM TEXTO DE UM JORNAL DE RIO DAS OSTRAS
Colunista do semanário “O Debate de Rio das Ostras”, incentiva sumiço de moradores de rua da cidade.
Moradores da cidade repúdiam texto da colunista.
No passado 4 de Dezembro, a colunista do “Coisas de Rio das Ostras”, do jornal semanal “ O Debate de Rio das Ostras”, Jussara Leite, publicou que o assassinato do morador de rua ocorrido na quarta-feira (25) de Novembro passado no centro de Rio das Ostras, foi horrível e não os quer aqui, (se referindo aos moradores de rua), e que se preocupa com o destino dos cachorros que acompanham estes moradores.
A colunista ainda faz referência preconceituosa, discriminatória e xenofóbica com a raça ou classe social dos cidadãos que ela cita no texto, pede em tom de imposição de que não se permita que isto ocorra, e o mais surpreendente, aproveitar a oportunidade do sumiço, que esta cidade é limpa e tem que permanecer assim.
No final do texto, afirma que a coisa esta ficando difícil. É chocante como existem pessoas que se alegram pelo sumiço de outros, pelo simples fato delas a incomodarem, Não seria mais digno, procurar uma forma de ajudar nossos semelhantes, ao invés de desejar vê-los bem longe?. Acredito que pessoas que assim agem, tenham medo de se envolver, se doar, quem sabe por não terem nada a oferecer. Estão ocupadas com seu próprio EU.
Nota de repudio do Rio das Ostras Jornal
Como morador há 22 anos desta linda cidade , comunicador, locutor, aprendiz de jornalista, etc.. Sou contra qualquer tipo de preconceito, discriminação e censura, faço saber dos inúmeros problemas que tem em nossa cidade como em outras, não podemos nos exaltar, exacerbar, impor, induzir e discriminar a torto e direito, isso não condiz com uma sociedade coerente com seus direitos e deveres à cumprir.
Este assassinato poderia ser evitado se os moradores de rua tivessem sido orientados por algum setor do poder público municipal ou uma equipe multi-disciplinar do mesmo, é notório sim, que o poder público não tomou as providências, e não foi por falta de aviso, por que na câmara dos vereadores foi citado e recomendado inúmeras vezes à se fazer alguma coisa, ele sabia e como sabe dos moradores de rua e dos assuntos que a senhora Dona Jussara Leite, faz referencia no texto, mendigos, são ciganos, travestis fazendo vida, traficantes, ladrões e assaltantes, tarados etc.
Infelizmente temos que conviver com isto por falta de responsabilidade, respeito e atitudes que não se tomam e vivemos enganados por certas pessoas, jornais locais oportunistas que não escrevem a verdade por medo de perder a verba e vivem amordaçados, na mentira, só falam o que lhes convém. Não concordo com seu texto, embora, tenha seu direito de liberdade expressão e livre pensamento.
Não devemos alimentar o preconceito, ódio, discriminação, intolerância, e xenobia, etc. Isso faz mal a nossa sociedade e ao próprio espirito.
Como editor deste meio de comunicação, deixo aqui meu repúdio e assino embaixo o repúdio público.
Leia a seguir o texto do fazenda virtual, o texto polemico, de repúdio e comentários dos mesmos.
No dia 04 de dezembro, uma nota publicada no jornal “O Debate” de Rio das Ostras, andou (e anda) gerando muita polêmica e revolta na região dos lagos.
A colunista Jussara Leite, responsável pelo texto de conteúdo discriminatório e preconceituoso mostrou como ninguém o que se deve fazer para colocar o bigodinho pra rua.
Questionando a imprensa do mundo e cutucando forte na ferida regional, o Fazenda Virtual chega de sola e faz massagem na Costa do Sol.
Segue abaixo a referida nota e, na seqüência, o texto de repúdio produzido por moradores de Rio das Ostras:
NOTA: Texto da colunista do O Debate de Rio das Ostras
“INCIDENTE GRAVE: Só grave não! Gravíssimo. O assassinato do morador de rua foi horrível! Eu não os quero aqui, mas daí a querer a morte dos coitados, ainda mais da maneira que foi. Credo! Já era de se esperar que mais dia menos dia fosse acontecer, pois eles se alimentam de álcool, ficam juntos a maior parte do tempo, já estavam mantendo relações sexuais na areias da praia do Centro porque já era visto e notório a presença de mendigas também. Enfim, os locais por eles freqüentados estavam insuportáveis não só pelo aspecto dos mesmos, como pelo mal cheiro e pelos abusos que os transeuntes eram obrigados a aturar. Por hora eles sumiram, mas se nada for feito para impedir o regresso, logos eles estarão de volta. Não permitam que isso aconteça! Aproveitem a oportunidade do sumiço! Tem muita cidade e lugarejos para eles irem baixar o santo deles fora de Rio das Ostras. Esta cidade é limpa e tem que permanecer assim! O que me preocupa são os cachorros que os acompanhavam. O que será feito deles? Ah, as ciganas já chegaram pegajosas nos segurando pelo braço com toda a intimidade. Realmente não dá pra ser feliz desse jeito! São mendigos, são ciganos, travestis dazendo vida, traficantes, ladrões e assaltantes, tarados, realmente a coisa está ficando difícil. A coisa está feia!” (Jussara Leite)
TEXTO-REPÚDIO:
PÚBLICO & PRIVADO: Opinião, violência e discriminação.
As relações sociais contemporâneas têm sido marcadas por várias manifestações de violência. Intolerância, preconceito e discriminação estão presentes nas várias esferas da vida em sociedade: no futebol, nas relações de trabalho, nas universidades, nos diferentes espaços públicos e privados. Parte dessa violência tem sido alimentada pela visão distorcida e preconceituosa de que a sociedade é dividida entre cidadãos de bem e a escória. A escória pode ser representada pelo torcedor do time adversário, pelas pessoas em situação de rua, pelos profissionais do sexo, pelos pobres, pelos negros, pelos desempregados, pelos homossexuais, pelos usuários de drogas ou qualquer outro segmento social que represente uma “ameaça” a “harmonia e a paz social”. Os que se consideram cidadãos de bem se sentem autorizados a manifestar suas opiniões odiosas contra os diferentes segmentos sociais, exigindo solução, em muitos casos eliminação, para tudo o que avaliam repugnante aos olhos de um grupo que se concebe como uma casta superior com autoridade para falar em nome da “sociedade” e dos “direitos”.
A nota publicada por Jussara Leite na edição do Jornal O Debate de 04 a 10 de dezembro de 2009 é emblemática neste sentido. Lamentavelmente a opinião manifestada nesta nota não expressa apenas uma opinião particular, mas a de muitos que “assistem” a vida pelas lentes do preconceito e do privilégio. Toda opinião pública – assim a consideramos por ter sido veiculada em um jornal local – é legítima se as referências e os valores que defende se colocam nos limites da democracia e dos direitos humanos. No entanto, o modo como a tragédia envolvendo a morte de uma pessoa em situação de rua foi abordada por Jussara Leite e suas opiniões sobre a oportunidade aberta para “nos livrarmos dessas pessoas”, seu sentimento de solidariedade exclusiva aos cães que acompanhavam essas pessoas, sua clara fobia às condições de higiene e ao comportamento das pessoas em situação de rua, seu moralismo dirigido aos profissionais do sexo, merecem questionamento e repúdio.
Primeiro por ignorar que as pessoas que vivem em situação de rua representam uma incapacidade de nossa sociedade de oferecer políticas sociais públicas capazes de assegurar o sistema, universal, de Seguridade Social, inscrito em nossa Constituição Federal. Segundo porque concebe o espaço público como espaço privado, considerando que pode, em nome dos cidadãos de bem, definir quem merece ou pode transitar e se apropriar dele, ignorando princípios Constitucionais como o direito de ir e vir e a validade da cidadania em todo território nacional. Terceiro porque sua avaliação sobre as situações apresentadas – que envolvem pessoas em situação de rua, profissionais do sexo e ciganos – e seu apelo por soluções imediatas e autoritárias (higienização), ao desconsiderar as reais determinações sociais que contribuem para essas manifestações das desigualdades sociais e do abandono por parte do poder público, contribuem para alimentar e legitimar práticas de extermínio cada vez mais consolidadas em nossa sociedade autoritária e conservadora, como assassinatos de moradores de rua, de profissionais do sexo, de homossexuais, de jovens pobres da periferia, como confirma a ação das milícias no Rio de Janeiro, da polícia e de vários grupos de extermínio em todo território nacional.
Do mesmo modo que tais avaliações reforçam a ideia enganosa de que a ameaça, a violência, a miséria ou o abandono das ruas são atributos ou situações vivenciadas apenas pelos “de fora”, pelos “estrangeiros”, obscurecendo o fato de que os impactos sociais do modelo de “crescimento e desenvolvimento” adotado pelo município colocam os próprios rio ostrenses em situação de vulnerabilidade social. Não é a presença de pessoas em situação de rua, de profissionais do sexo, de ciganos que impedem nossa felicidade e a possibilidade de vivermos numa cidade limpa e segura, mas o moralismo e o preconceito odiosos que espiam das janelas protegidas por grades e só tem olhos para os diferentes, para os que não tem voz e poder econômico e político, atribuindo-lhes individualmente responsabilidade por situações geradas socialmente. O mesmo moralismo e preoconceito odiosos que fecham suas janelas gradeadas e não querem ver a violência do desemprego, da corrupção, do coronelismo, do clientelismo, do abandono por parte do poder público nas áreas de sua responsabilidade (Saúde, Educação, Assistência, Emprego, Moradia, Saneamento Básico).
A cidadania e a democracia exigem, não a eliminação das pessoas, mas a eliminação de todas as formas de violência (como as citadas acima), inclusive a violência do preconceito e da discriminação, que molda uma “opinião pública” conivente com o extermínio daqueles que são considerados a “escória social”.
Leia alguns comentários postados no Fazenda Virtual pelo texto da colunista
comentario # 01
Esse episódio ilustra uma realidade que está acontecendo em várias cidades, em relação à comunicação, principalmente do conluio entre jornais impressos e poder político local. Geralmente, mal escritos, mal diagramados, babando ovo das “personalidades” da cidade, publicando matérias pagas escrotas e louvando os maiores canalhas do pedaço, tudo é muito igual. (Aliás, fico feliz em saber que não é só na minha Baixada que isso acontece hehehehe).
Não sei se o jogo tá virando ou vai virar, mas há elementos novos na área. O principal deles atende por vários nomes: MIDIALIVRISMO, ATIVISMO WEB, MARKETING VIRAL, BLOGOSFERA. Impregnar, romper os limites da cidade, constranger os poderes locais, criar redes, se articular com redes fortes que já existem – e existem redes beeem barulhentas e fortes hoje.
Um caso simples e próximo é o escândalo dos banheiros de 30 mil reais cada na Câmara de Vereadores de São Pedro da Aldeia. Seria apenas mais um escândalo que não daria em nada e seria esquecido, mas A PARTIR DA ATUAÇÃO DE UM BLOG LOCAL (chegando a ser chato) a denúncia chegou à população e ao Ministério Público. E há casos assim pipocando por aí.
Comentário # 02
Esse tipo de banditismo midiático precisa ser combatido mesmo.
Como foi bem colocado, o jogo está para virar. Está na mão dessa nova geração que está tomando de assalto os meios não-tradicionais de comunicação.
Infelizmente na nossa medíocre Blogsfera, os grandes atores dessa peça midiática ainda não acordaram para o poder que tem nas mãos.
Blogs com 15.000, 35.000 visitas diárias, batem muitos jornais e revistas.
A própria Fazenda Virtual, tem uma Visitação mensal maior que o número de Revistas Piauí nesse mesmo período.
O poder está aí, temos que derrubar esses Feudos de comunicação.
Comentário # 03
Conheço Jussara Leite pessoalmente, essa mulher de língua ferina e mal educada já se mostrou diversas vezes uma irritante desocupada, fazendo propagandas de ageressão até minha famíllia devido a picunhinhas pessoais.
Lembro bem de um ano que ao fim do Verão ela fez uso das palavras referendos dessa maneira
NOSSA CIDADE FICOU POVOADA POR UM BANDO DE BALEIAS GORDAS E POBRES.
Ou algo desse estilo.
Sei de alguns que admiram, mas isso pois nunca mediram o peso das palavras preconceituosas dessa mulher que se sente A VIGILANTE DE RIO DAS OSTRAS
Comentário # 4
Prezados, sou contra qualquer tipo de preconceito e também de censura. Como jornalista formado, repudio qualquer texto “dito jornalístico” publicado na mídia. Com relação a nota da referida colunista, gostaria de lembrar e pedir encarecidamente a vocês que não falem, escrevam ou citem que ela é jornalista. Não é, nunca foi e só vai ser se cursar uma universidade. Vamos valorizar a profissão e acabar com os aventureiros. Isso que dá deixar qualquer um escrever num jornal. Os editores do periódicos também deveriam ser citados para que eles trabalhem apenas com profissionais
Comentaário # 5
Quem fala o que quer…
A coisa está feia! Realmente a coisa está ficando difícil. O que será feito deles? Realmente não dá pra ser feliz desse jeito! Tem muita cidade e lugarejos para eles irem baixar o santo deles fora de Rio das Ostras. Já era de se esperar que mais dia menos dia fosse acontecer, pois eles se alimentam de whisky e champagne, ficam juntos a maior parte do tempo, já estavam mantendo relações sexuais em seus macios colchões com lençois de seda porque já era visto e notório a presença de mendigas (de atenção) também. Credo! Eu não os quero aqui, mas daí a querer a morte dos coitados… Gravíssimo!
… escuta o que não quer!
Fonte: Fazenda Virtual
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