CIDADE
Na contramão, população de Rio das Ostras, impulsionada por indústria do petróleo
Na contramão do processo de esvaziamento no Estado do Rio, está a cidade de Rio das Ostras, na Região dos Lagos.
Por Danielle Nogueira
Entre 2000, ano do Censo, e 2007, ano da contagem populacional, seu número de habitantes saltou 105%. Nas projeções do IBGE, o forte ritmo de crescimento se mantém até hoje, o que deverá levar o município a encerrar 2009 com 96.622 habitantes - um salto de 165% na década e bem acima do segundo colocado, Maricá, que terá crescido 61% nos últimos dez anos.
O que fez Rio das Ostras inchar nos últimos anos foi um triplo fluxo migratório. A 30 quilômetros de Macaé, o eldorado do petróleo, o município atraiu funcionários da indústria petrolífera, que buscavam mais tranquilidade na cidade praiana. De acordo com a prefeitura de Rio das Ostras, 27 mil passageiros por dia utilizam transporte público para ir a Macaé, quase um terço da população.
Além disso, uma classe média em busca de qualidade de vida deixou para trás grandes centros urbanos e rumou para a cidade com o objetivo de montar seu próprio negócio. Os novos empreendimentos acabaram atraindo um novo perfil de migrante: aquele que pertence a classes mais baixas e que migra para Rio das Ostras em busca de oportunidade de trabalho.
Só 45% de residências possuem saneamento
No Granada Park Hotel, nenhum dos dez funcionários nasceu em Rio das Ostras. É gente vinda de municípios do interior do Rio e até de outros estados para ganhar um salário e meio (R$ 768) como camareira ou cozinheiro. Lá atendem hóspedes que trabalham em Macaé.
- De 30% a 60% dos quartos são ocupados por funcionários da indústria petrolífera - diz o carioca Ricardo Lucena, dono do hotel, que se mudou para Rio das Ostras há dez anos.
O economista da UFRJ Mauro Osorio lembra que o inchaço de Rio das Ostras está ligado à distribuição de royalties. A cidade recebeu R$ 105,8 milhões em royalties até novembro deste ano, ocupando o 3 lugar no ranking dos municípios fluminenses com direito ao benefício.
- O Estado do Rio vem passando por um processo de decadência econômica desde que deixou de ser a capital do país. O dinamismo é pontual ou atrelado aos royalties do petróleo.
Mas Rio das Ostras ainda não conseguiu resolver problemas básicos de infraestrutura. Apenas 45% das residências têm condições de serem atendidas pela rede de saneamento. Segundo o prefeito, Carlos Augusto Balthazar, a meta é que 100% delas sejam atendidas em três anos. (D.N)
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