Em um culto evangélico realizado há dez dias, em Suzano, município da Grande São Paulo, vestindo um terno preto que cobria algumas mas não todas as tatuagens, Motolo intercalava com desenvoltura versículos da Bíblia com a promoção de sua participação no documentário internacional. "Será a primeira vez que a palavra de Cristo vai chegar a países como a China ou a Rússia", prometia entre "glórias" e "aleluias" aos fiéis, muitos dos quais provavelmente jamais haviam ouvido falar de Iron Maiden - muito menos da temática demoníaca de muitas das letras da banda. Convertido há apenas quatro anos, Motolo não vê problemas na mistura do sagrado e do profano. "O interessante é você saber diferenciar cultura de religião. Se a pessoa é evangélica e toca numa banda de rock, ela não precisa parar de tocar. Mesmo que [a banda] fale de Satã. Aquilo é a profissão dela, lá ela é empregada", defendeu o pastor e missionário - termo usado àqueles que não pregam apenas em uma única igreja - em entrevista ao G1 pouco antes do início da pregação.
"Se a pessoa souber curtir o heavy metal ou qualquer coisa, pode ser até funk ou futebol, sem se envolver em coisas que destruam sua saúde, é bom. Os caras do Iron Maiden, por exemplo, são inteligentes. Eles tocam heavy metal, mas quando o show acaba, eles vão tomar um Gatorade ou um suco. É por isso que estão vivos até hoje. Já o Nirvana fez dois anos de sucesso e o vocalista se matou. Por quê? Porque ele não soube diferenciar a vida particular dele da vida em cima do palco", teoriza.
White metal
À primeira vista pode parecer estranho, mas a aproximação entre o rock pesado e os movimentos cristãos não é novidade. Não fosse pelas letras de louvor a Jesus, a banda australiana de white metal Mortification poderia ser facilmente confundida com o Sepultura. No Brasil, há bandas de rock evangélicas como a Oficina G3 e uma igreja dedicada especialmente a acolher tatuados, roqueiros e surfistas convertidos, a Bola de Neve Church. Até o performático Alice Cooper, um dos pioneiros em levar o horror aos palcos, investiu recentemente parte de seu dinheiro na construção de um centro cristão de reabilitação de jovens na cidade de Phoenix, no Arizona. "A maldição só existe quando você acredita nela", defende Motolo, que entre as marcas no corpo tem inscrições de 666 - "o número da Besta" -, diversas versões do monstro Eddie, o mascote do Iron Maiden, e algumas imagens de guerra e mutilação que fariam arrepiar os cabelos de fiéis mais ortodoxos. "Eu não acredito que nada que eu tenha venha me prejudicar de alguma forma. A Bíblia fala que nenhuma condenação existe quando a pessoa encontra Cristo. Por isso que você vê muito ex-matador, ex-traficante ou ex-roqueiro que vira pastor. Semana retrasada um grande líder dos Carecas do Subúrbio [tradicional gangue paulista de neonazistas] voltou para a igreja", afirma.
No princípio era o rock
Filho de pais religiosos, o pastor diz que nunca havia lido os evangelhos até a sua conversão, em 2005. Como boa parte dos adolescentes brasileiros apaixonados por música nos anos 80, sua bíblia sagrada de então era a revista "Bizz". Foi lá que leu pela primeira vez nomes como Beatles, Raul Seixas, Blitz, RPM e, claro, Iron Maiden. "Eu era criança, mas acabava enrolando meus pais. A 'Bizz' sempre tinha umas coisas mais leves na capa, mas atrás tinha uma página de venda de camisetas com vários desenhos do Iron Maiden, que me chamavam muita atenção. Para mim, o mais bonito era de um single chamado 'Aces high'. Na frente, tinha o Eddie pilotando um avião todo baleado, dilacerado, e atrás estavam outros Eddies, riscados, que já tinham morrido naquele combate", lembra. Depois de ler uma entrevista publicada em 1982, Motolo ficou fissurado pela banda. Passou a gastar toda a mesada comprando os discos em vinil do grupo, que ouvia em uma vitrola portátil. "Eu 'tocava' as músicas do Iron Maiden. Pegava o cabo da vassoura e começava a agitar. Hoje o pessoal faz air guitar, eu tocava guitarra com vassoura!", diverte-se. Pouco depois, fundou um fã-clube chamado Piece of Maiden, que reunia outros fanáticos pela “donzela de ferro” – um dos apelidos pelo qual o Iron Maiden é conhecido. “Ele era completamente alucinado pela banda, uma coisa meio patológica até”, recorda Fernando de Sousa Pinto, ex-editor da revista “Rock Brigade”, uma das primeiras a publicar uma reportagem sobre Motolo. “Também fui fã desde a adolescência, mas nunca imaginei fazer nem 10% do que ele fazia pela banda.” A idolatria incluía até leituras "satânicas", sempre à procura das referências citadas nas músicas do Maiden, do bruxo Aleister Crowley às obras do escritor de horror HP Lovecraft. "Eu entrava em cemitério de noite, via filme de terror, subia na caixa d'água da escola para ver o Sol nascer. Tudo o que era proibido agradava. Mas eram peraltices que não eram agressivas. Eu preferia entrar no cemitério ou subir em caixa d'água do que colocar uma arma na cintura e sair por aí matando. A gente não agredia ninguém. Se viesse a ter algum mal, seria contra nós mesmos", justifica.
Pele à venda
A primeira tatuagem - o Eddie do disco "Piece of mind", gravado no peito - foi feita em 1999 e, dali em diante, relata Motolo, foram seis anos de sessões diárias até chegar às 172 que diz ter feito no total. A contagem, no entanto, obedece a um método peculiar: cada letra ou objeto diferente riscado no corpo ele considera uma tatuagem. Motolo conta ainda que chegou a ser contatado por um membro da Yakuza, interessado em comprar a sua pele tatuada por algumas dezenas de milhões dólares. Relatos sobre o mercado de compra e venda de pele ligados à máfia japonesa não são inéditos, mas geralmente são difíceis de se comprovar. “A gente ouve falar disso, mas estamos falando de máfia. Não acho que ela vá dar o dinheiro e esperar que a pessoa seja metralhada ou encontrada morta e leve o dinheiro deles embora”, opina Roger Vieira, tatuador de São Miguel Paulista que fez a primeira tatuagem em Motolo. “Às vezes aparecem aproveitadores, mas, nos 25 anos em que eu venho trabalhando com tatuagem, nunca conheci ninguém que tenha vendido a pele.” O pastor, no entanto, sustenta sua versão e diz que estava prestes a fechar o negócio, quando teve a visão que mudaria sua vida para sempre. "No dia 10 de abril de 2005, eu estava deitado na minha casa, muito preocupado porque eu ia fazer a última tatuagem. Ia tomar uma anestesia e ficar 48 horas desacordado para tatuar embaixo das unhas. De madrugada me faltou sono, e eu tive uma visão em que um homem de fogo apareceu e falou para mim que eu não teria nem fama nem dinheiro, mas que, a partir daquele dia, ele ia me levar para os quatro cantos da Terra e, onde eu colocasse meus pés, as pessoas seriam transformadas pelo poder de Deus", conta."E aconteceu. Desde então, dois mortos com óbito já ressuscitaram, um câncer de 9 cm sumiu de dentro do ventre de uma moça, paralítico anda, cego vê, mudo fala e escuta através do poder da palavra de Deus."
172 – 8 = 164
Convidado pela irmã, também evangélica, para dar seu testemunho na igreja, Motolo se converteu. "Eu nunca tinha lido a Bíblia na minha vida. A partir daquele momento a Bíblia inteira apareceu na minha mente. Eu não leio a Bíblia, nunca li. Eu abro a Bíblia e Deus me revela o que aconteceu na vida de qualquer pessoa ali dentro."
Mas a lista de milagres que Motolo diz ter experimentado não para por aí. Na mesma profética visão de abril de 2005, o pastor diz ter ouvido de Deus que “seria imortal na Terra até que todas as tatuagens desaparecessem”. “E, por milagre, oito tatuagens já se apagaram do meu corpo. Agora tenho 164”, afirma. Nesse ritmo, vai viver até quando, pergunta a reportagem? "Com Deus é um mistério. Pode desaparecer tudo num só dia ou pode demorar um pouco mais. Mas elas estão sumindo gradualmente, devagarinho...", insiste. Desconfiado, o tatuador de Motolo volta a ponderar. “Ele voltou aqui depois que virou pastor. Eu não vi nada apagando, mas se for mal feita, em cinco anos, começa a desparecer uma boa parte mesmo.”
Prova de fé
Ceticismo não é uma novidade na vida do pastor metaleiro. Mesmo entre a comunidade evangélica, ele diz que muitas vezes enfrenta resistência. "Até hoje, de alguma forma, as pessoas me olham com um olho aberto e outro fechado. O pastor Marcos Motolo aceitou Jesus de verdade? Por que ele participa do filme do Iron Maiden? Por que ele dá entrevista sem camisa e mostra as tatuagens? Algumas pessoas talvez não teriam coragem de deixar um novo convertido pregar em grandes conferências. Ficam com medo de acontecer alguma coisa, de eu voltar atrás e de o ministério deles ser envergonhado", reconhece.
A também envangélica Ana Paula Mota, 37, que descreve Motolo como uma pessoa “sincera” e “tranquila”, crê intensamente na conversão do noivo. Segundo ela, nem os discos de heavy metal fazem mais parte da rotina do ex-maidenmaníaco. “A imagem do Iron Maiden ficou na vida dele por conta de tudo o que ele vivenciou e das tatuagens. São marcas que ficaram e que mostram a modificação do que ele era e do que é agora”, atesta a noiva. “Foi um verdadeiro milagre da parte do Senhor.”
Suspeito de aplicar golpe e furtar contas bancárias é preso na Zona Leste de SP
Ele prendia cartão dos clientes e falava com eles como se fosse bancário. Vítima desconfiou e chamou a polícia no domingo.
Um homem suspeito de aplicar um novo golpe para furtar dinheiro de contas bancárias foi preso na tarde de domingo (29) na Zona Leste de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, o criminoso mantinha um telefone dentro do caixa eletrônico, como se fosse o do banco. Deste modo, ele conseguia falar diretamente com a vítima.
Um cliente de uma agência na Avenida Conselheiro Carrão, Zona Leste de São Paulo, desconfiou do comportamento do homem e chamou a polícia. Quando a PM chegou, o mecânico de 38 anos estava saindo com uma mochila. Dentro dela, estavam os objetos usados para aplicar o golpe.
Segundo a polícia, o suspeito colocava no caixa eletrônico um objeto para prender o cartão do cliente. Com o cartão preso, a pessoa era obrigada a ligar para o banco, solicitando a liberação. Entretanto, dentro do telefone fixo estava um celular do suspeito. Quando o cliente ligava, falava direto com o estelionatário, que atendia como um bancário e conseguia todos os dados do cartão. Depois que o cliente deixava a agência, o criminoso usavam o cartão magnético para tirar todo o dinheiro da conta da vítima. O homem preso vai responder pelos crimes de estelionato e furto.
Polícia encontra dois pombos-correio que levavam celulares para presídio de SP
Caso aconteceu no sábado em Sorocaba. Animais estavam com duas sacolas com peças de telefones.
A polícia de Sorocaba, a 99 km de São Paulo, interceptou na semana passada dois pombos-correio que levavam aparelhos celulares para dentro da Penitenciária Danilo Pinheiro. As aves foram encontradas nas proximidades do presídio. Elas não chegaram a entrar no local com os equipamentos.
Com os animais, foram encontradas sacolas de pano presas com tiras de látex, semelhante ao material usado na fabricação de preservativos. Dentro das sacolas, estavam peças e componentes de celulares.
A mesma estratégia havia sido utilizada em junho do ano passado em Marília, a 435 km de São Paulo. Dois pombos foram localizados com uma mulher, que disse que eles seriam usados para levar alimentos aos presos. A polícia desconfiava que a entrega seria, na verdade, de drogas e celulares. Um inquérito foi aberto para apurar o caso de Sorocaba e todo o material apreendido vai passar por perícia.
‘Se Ana não ganhar, é porque brasileiro não sabe votar’, diz Naiá do ‘BBB’
Promoter de bailes da saudade, Naiá faz idosos torcerem pela catarinense. Primeira sexagenária do reality show, ela agora sonha ter programa de TV.
Enquanto a catarinense Ana Carolina Madeira encarava seu sexto paredão na disputa por R$ 1 milhão no “Big Brother Brasil” na noite de domingo (29), sua fiel escudeira na casa, Naiá Barros Giannocaro, dançava com o rosto colado ao do marido em um baile da saudade em São Paulo.
“Só estou tranqüila aqui porque deixei meu pessoal votando. Se a Ana não ganhar esse programa, é porque o brasileiro não sabe mesmo votar”, opinou a “vovó Naná”, como ficou conhecida em sua passagem pelo reality show. “Aná” , a forma como a loirinha com fama de mimada é chamada pela avó postiça, tem torcida fiel além da família. Os frequentadores do baile da terceira idade promovido há sete anos por Naiá no clube Homs, na avenida Paulista, apostam na vitória da moça como certa.
“Aprendi a mexer na internet só para votar na Aninha. Ela foi amigona da Naiá, a defendeu lá dentro da casa”, explicou Maria Aparecida Alves Stulzer, de 66 anos. Há quatro anos a aposentada não perde nenhuma das matinês promovida pela ex-BBB. “Moro em Osasco, mas faço questão de vir dançar aqui porque a alegria da Naiá não tem preço. E olha que lá no meu bairro tem três salões chiques”.
Loira
Viúva há um ano, Maria Aparecida conta que Naiá a ajudou a recuperar a “alegria de viver”. “Estava acabada e ela me fez ir ao salão mudar o visual. Disse: ‘se você ficar loira sua vida vai mudar!’”, contou a aposentada, exibindo o cabelinho espetado à la Ana Maria Braga. Moda também seguida por Naiá.
O estilo da ex-BBB, aliás, conquistou outras das "dançarinas" do Homs, que abusam da tintura loira e dos adereços cheios de brilho em noite de festa. No domingo (29), Naiá usava uma blusa preta de paetês, sapato de salto agulha altíssimo prateado, além de brincos, bracelete e colar com um pingente brilhante em forma de "N".
"Ela tem mais é que brilhar mesmo, combina com sua personalidade", defendeu Maria Aparecida, que também não deixava por menos com suas várias pulseiras e brincões dourados.
Apesar de a Dancing Nights Band entoar hits de forró e sertanejo na domingueira dos vovôs, é no momento dos boleros que os casais tomam a pista de dança. “A Naiá sabe que a gente gosta mesmo é de romatismo. Tem um monte de casais que se formam aqui, sabia?”, desafiou Albina Filassi de Melo, de 78. Há dois ela namora outro freqüentador do baile, de 77. “Pensa que não tem mais sexo na terceira idade? Claro que tem! Isso aqueles jovenzinhos do ‘BBB’ nem imaginam...”, garantiu Naiá aos risos, enquanto arriscava passinhos ao som de “Sandra Rosa Madalena”, de Sidney Magal. “Essa música é meu hino!”.
Mascote
Mais velho da turma pé-de-valsa seguidora de Naiá, o arquiteto Jerônimo Boscovitch, de 88, é chamado pela promoter de “meu mascote”. “Torcia pela minha amiga, mas agora sou Ana e não abro”, contou Boscovitch, nascido na antiga Iugoslávia. “Gostava de vê-la na TV. Ela devia ter um programa, você não acha?”.
O palpite de Jerônimo já ganha forma nos planos da festeira Naiá – a primeira sexagenária a participar do reality show ao lado de Norberto, de 66 anos. “Gostaria de ter um programa voltado para a minha ‘tchurma’. Gostei muito da magia da televisão!”, revelou Naiá, cuja magia do “BBB” lhe rendeu uma casa, dois carros, três computadores, cinco celulares e R$ 20 mil.
Entre os planos de curto prazo, a vovó loira sonha com a marca “baile da Naná”. “Seria levar minhas festas para todo o Brasil. Quero poder fazer a minha bagunça para todos os vovôs deste país”.
Mansour, o garoto afegão que eles tentavam ajudar, acabou indo ao Paquistão e descobrindo que seu irmão estava na Rússia, após ser vendido como escravo. Ele continuou buscando até que conseguiu encontrá-lo, mas as dificuldades desse processo fizeram os irmãos Mikkelsen pensarem que seria necessária uma ferramenta específica para isso. "Nós éramos dois dinamarqueses, com boa educação, com recursos, com todas as possibilidades em comparação aos refugiados, e mesmo assim pesquisamos em todas as agências possíveis e não encontramos nada. Por que ninguém nunca havia criado um banco de dados global de refugiados, para que eles pudessem se cadastrar de forma anônima, em seu próprio idioma, ajudando eles a encontrarem seus parentes sem necessidade de entrar com um longo processo junto a agência de refugiados?" Após se surpreenderem ao descobrir que nada assim existia até então, foi o que eles fizeram. O Refunite atua exatamente assim, permitindo que os refugiados se cadastrem de forma anônima, podendo usar apelidos que só parentes reconheceriam, e sem precisar dar informações que os possam colocar em perigo (nem todos os refugiados vivem em situação legal em países mais desenvolvidos, ou se sentem seguros). O registro pode ser feito em 23 idiomas, incluindo línguas africanas pouco difundidas.
Dificuldades
Ao contrário das classes médias altas de países um pouco mais estruturados, público alvo de sites de relacionamento pelo mundo, os refugiados nem sempre têm acesso irrestrito a computadores, o que poderia limitar a ação do Refunite. Aí entram as ONGs de apoio a essas pessoas que são forçadas a deixar seus países de origem. Segundo Mikkelsen, o objetivo do Refugees United é ser apenas uma ferramenta, a ser usada de forma mais intensa pelas ONGs em ação direta com grupos de refugiados.
"Ao contrário do que se pensa, os refugiados têm acesso à internet. Claro que muitos têm situação difícil, mas um grande número deles estão na rede. A maior parte do nosso trabalho consiste em manter contato com ONGs e organizações que trabalham com refugiados para que eles levem a internet até eles. Se não podem fazer a ligação entre todas as famílias, que pelo menos permitam que os refugiados tenham acesso a esta ferramenta", explicou. "Estamos aproveitando a explosão que a internet está experimentando nos países de terceiro mundo. É nesses lugares mais pobres, onde há mais pessoas separadas, que precisamos atuar de forma preventiva, mantendo a ligação das famílias pela internet."
Números
A ONG ainda não tem nenhum número que simbolize os avanços na união de familiares refugiados desde que o site entrou no ar, há quatro meses. Segundo Mikkelsen, o fato de o cadastro ser feito de forma anônima, e de eles não registrarem mais informações sobre os refugiados inscritos no site, dificulta falar em dados concretos. "Acredito que até o momento tenhamos poucos resultados. Nosso trabalho até agora tem sido apenas o de espalhar informações sobre nosso projeto, formar parcerias com as organizações que ajudam refugiados, fazer com que eles tenham conhecimento da ferramenta e saibam utilizá-la. Estamos formando a base do trabalho o Refunite. Estamos formando as relações para que o sistema se consolide", disse. Segundo ele, em seis meses o portal terá uma seção para que as pessoas que conseguiram encontrar parente possam contar suas histórias. Mesmo sem dados concretos, Mikkelsen se mostra otimista em relação ao trabalho e à importância que pode ter cada reunião familiar. "Digamos que possamos ajudar 10% dos refugiados do mundo. Pode parecer pouco, mas falamos de milhões de pessoas." Segundo o relatório mais recente do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), divulgado em 2008, o número de refugiados e deslocados internos no mundo todo chega a 37,4 milhões de pessoas. O número de refugiados sob a responsabilidade direta desse organismo da ONU passou de 9,9 milhões para 11,4 milhões no final de 2007.
Brasil
A Refugees United conta com apenas três escritórios oficiais no mundo, um em Copenhague, onde surgiu, outro em Nova York e um terceiro, no Brasil. Na entrevista que concedeu ao G1, Mikkelsen revelou que a sede do grupo em São Paulo será inaugurada daqui a duas semanas e oferecerá 12 computadores para que refugiados no Brasil possam ter acesso ao Refunite.
Segundo ele, o Brasil tem sido um dos países mais importantes nas parcerias globais formadas pelo grupo, e aqui vai ser o centro de operações para os refugiados em todo o continente sul-americano. "Vivemos num lugar do mundo em que não temos uma visão muito completa da situação dos refugiados. Aqui as pessoas não sabem que a Colômbia é um dos países com mais refugiados. Aqui as pessoas associam os refugiados apenas ao Iraque e à Palestina. Nossa relação com o Brasil se desenvolveu muito rapidamente, e queremos que o país seja a base do nosso trabalho na América do Sul", disse. Segundo o relatório mais recente da Acnur, há no Brasil 3.800 refugiados de outros países, a maioria africanos. A Colômbia, mencionada por Mikkelsen, é o país de origem de 552 mil refugiados.
Paquistão retoma controle de academia de polícia após ataque de militantes
Cerca de 10 homens armados atacaram centro de treinamento em Lahore. Criminosos lançaram granadas contra e mataram mais de 20 pessoas.
As forças de segurança paquistanesas retomaram nesta segunda-feira (30) o controle de uma academia de polícia que havia sido atacada na cidade de Lahore. Cerca de 10 militantes armados invadiram o local e mataram pelo menos 20 pessoas.
O ministro paquistanês do Interior, Kamal Shah, disse que quatro terroristas foram mortos e três estão presos. Ele também disse que 89 policiais foram mortos, mas o número de mortos ainda estava sendo determinado.
"Prendemos vários terroristas. Estamos interrogando algumas pessoas. Uma fala em patshun (a etnia dos islamitas talibãs) e é um jovem", disse o assessor para Assuntos Internos, Rehman Malik, à televisão privada Geo.
O ataque ocorreu entre as 7h e as 8h locais, quando, segundo testemunhas, os criminosos lançaram granadas contra a academia e, em seguida, começaram a atirar e invadiram o local, que está cercado por forças paramilitares e do Exército.
Segundo outro policial declarou à emissora "Express TV", os terroristas vestiam uniformes policiais.
O Paquistão, que faz fronteira com o Afeganistão, foi citado na semana passada como um importante foco de instabilidade pelo presidente Barack Obama quando o democrata anunciou a nova estratégia norte-americana para a região .
Fidel diz na internet que vice dos EUA é ‘chorão’
Ex-líder cubano escreveu artigo e criticou Joe Biden. Vice americano afirmou que é preciso uma ‘transição’ na política com Cuba.
O ex-líder cubano Fidel Castro criticou o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, por dizer que os Estados Unidos não levantarão seu embargo comercial de 47 anos contra Cuba.
Fidel, em uma coluna publicada no site cubadebate.cu, disse que é "engraçado ver como as vísceras do império (EUA) se agitam, cheias de problemas e contradições insuperáveis com o povo da América Latina".
Biden disse a repórteres durante uma cúpula política no Chile no sábado que é necessária uma "transição" na política dos EUA para a ilha comunista, mas respondeu negativamente quando questionado se o embargo seria encerrado.
O vice-presidente disse que ele e o presidente Barack Obama "pensam que o povo cubano deveria determinar seu próprio destino e poder viver em liberdade e com alguma perspectiva de prosperidade econômica".
"Seus lamentos chorões dão lástima, especialmente quando não existe um só governo latino-americano e caribenho que não veja nessa medida 'antediluviana' um resquício do passado", acrescenta Fidel.
Fidel, 82 anos, que renunciou à presidência cubana no ano passado mas ainda tem influência política nos bastidores, disse que os comentários de Biden são uma "pena" porque todos os países latino-americanos vêem o embargo como um "ônus do passado".
Segundo, Fidel, que sofre de uma doença intestinal, Biden estaria "suspirando por uma transição interna que em nosso país seria francamente contra-revolucionária", transparecendo que não tem intenção de permitir alguma abertura democrática na ilha.
Menino completa 5 anos com quase 58 quilos na Bahia
Mãe já quis fechar a geladeira com cadeado para filho não pegar comida. Mireide Dourado disse que não sabe o que faz o garoto engordar tanto.
O menino Michael Dourado Ribeiro, 5 anos, que mora na cidade de Côcos, no interior da Bahia, está com 57,5 quilos. O peso é o equivalente a quase três vezes o ideal para uma criança da idade dele, que pode variar de 18 a 20 quilos.
Em abril de 2007, quando o garoto tinha 3 anos, ele chegou a pesar 50 quilos. Em tratamento, o menino conseguiu reduzir o peso em 14 quilos, mas não consegue mais emagrecer.
A festa de aniversário de 5 anos dele foi realizada no domingo (22), um dia após a data de nascimento. O bolo foi preparado por funcionários da Assistência Social da Prefeitura Municipal de Côcos.
Segundo a mãe dele, a lavradora Mireide Rodrigues Dourado, de 26 anos, o filho já passou por uma junta médica em São Paulo e por outros diversos hospitais na Bahia, mas até agora não sabe qual o diagnóstico que explique a obesidade do filho. "Ninguém consegue me dizer exatamente o que o meu filho tem para ficar tão gordo. Ele chegou a emagrecer um pouco, mas ele acaba engordando tudo de novo."
Mireide disse que teme pela saúde do filho, que passou os três primeiros anos praticamente sem andar. "Ele apenas de arrastava. Ficava em pé, mas logo sentava e ficava deitado. Hoje, as pernas dele são tortas por causa do peso, mas até que está conseguindo andar um pouco".
A mãe afirmou ainda que o filho adora brincar, mas tem poucos amigos. "Ele fica perto de casa, pois não consegue acompanhar o ritmo das outras crianças", disse a lavradora.
Cadeado na geladeira
Mireide disse que o filho come de tudo, mas se deixar, ele procura por comida o dia todo. "Já pensei em colocar cadeado na geladeira, pois ele fica querendo comer tudo e a toda hora. Quando ele ainda não conseguia andar, ele resmungava, chorava até darmos comida para ele. Agora, se não ficarmos ao lado dele, meu filho abre a geladeira e pega o que alcançar".
A lavradora afirmou que Michael tem dificuldades para dormir, principalmente quando chove. "A umidade faz ele ficar mais ofegante. Por isso ele fica mais tempo deitado no chão".
Ela disse que só o fato de ter de levar o filho para o médico já é um sacrifício, pois mora fora da zona urbana da cidade. "Como ele não consegue andar muito e eu não consigo suportar o peso dele, fica difícil sair de casa. Não tenho carrinho e tenho de carregá-lo nas costas."
Disque 100 recebe 80 denúncias de abuso sexual por dia no país
Média em janeiro e fevereiro perde apenas para a de 2008. SP teve 11,7 mil das 89 mil denúncias registradas desde 2003.
O Disque 100, serviço do governo federal que recebe denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes, registrou em média 80 ligações telefônicas por dia em janeiro e fevereiro de 2009 no país. São Paulo teve 11,7 mil das 89 mil denúncias registradas desde 2003.
Especialistas dizem que casos como o da suposta rede de pedofilia em Catanduva -onde 40 crianças teriam sofrido abuso - ajudam a alertar sobre o tema, mas falta treinar professores, integrantes de conselhos tutelares e da Justiça para identificar crianças vítimas de abuso e encaminhar as denúncias.
De acordo com a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, o número registrado pelo Disque 100 nos dois primeiros meses do ano já está próximo ao registrado em 2008 (89 por dia) e de todos os anos anteriores desde a criação do serviço em 2003.
Encarregada de treinar professores de Catanduva a perceber e detectar casos depois da eclosão de denúncias sobre abusos na cidade, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, professora titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos, afirma que o interesse público sobre o assunto aumentou substancialmente.
"Nós temos uma tragédia em Catanduva. São pelo menos 40 ou 50 crianças. A pergunta que fica é: e as outras? Quando há um evento impactante, as pessoas precisam falar sobre o assuntro e a mídia precisa cobrir. Os casos são trazidos á luz do dia. É muito importante trazer tudo isso à tona. Estamos constatando um episódio muito grave, ocorre muito em muitas cidades. Na maior parte das vezes, a criança nem conta", afirma.
Governos, universidades e ONGs trabalham para ensinar professores e autoridades a perceber os sinais de abuso, mas o trabalho ainda é limitado às regiões onde as crianças estão em situação mais vulnerável, próximas a rotas identificadas de exploração sexual.
Lúcia afirma que a maioria dos profissionais não está preparada para detectar sinais de abuso. "O entendimento do professor é muito superficial. Ele raramente leu um livro a respeito e muitas vezes aprendeu em programa de auditório sobre o assunto. Muitas vezes tem mitos e ideias preconcebidas e acha por exemplo que só acontece com crianças de baixo poder aquisitivo", afirma Lúcia. Para ela, o professor normalmente não conhece sequer a lei que o obriga a denunciar abusos. "O Estatuto da Criança e do Adolescente exige que o professor faça a denúncia. Precisamos alertar sobre o papel privilegiado o professor tem, porque 89% das crianças estão nas escolas. Nem todas vão ao médico, mas todas vão à escola. O professor pode perceber como a criança ia bem na escola e deixa de ir bem, por exemplo", diz ela. Lúcia integra o projeto Escola que Protege, do Ministério da Educação, que busca treinar professores da rede pública e funcionários da Justiça em 17 cidades paulistas consideradas vulneráveis à exploração sexual. A ONG WCF Brasil trabalha no mesmo sentido, com o projeto Childhood. No próximo dia 31, vai realizar um seminário na sede do Ministério Publico em São Paulo, onde cerca de 500 pessoas vão conhecer os resultados do primeiro ano de trabalho na formação de 1 mil profissionais, capacitados a identificar e encaminhar crianças vítimas de abuso sexual. "Catanduva é a ponta de um iceberg, porque durante décadas e décadas não se olhou para esta questão", afirma o coordenador de programas da WCF, Itamar Batista Gonçalves. Gonçalves afirma que o projeto será mantido em São Paulo e estendido a sete cidades do ABC Paulista. O programa será levado também a 90 municípios de Pernambuco, por meio de um acordo com o governo estadual. "O curso teve objetivo de formar profissionais: muitos tiveram contato com o tema pela primeira vez ao passar por esse projeto de formação. Eles ficaram sabendo quais os direitos, quais as políticas públicas, o que é violência sexual e o que distingue o abuso da exploração. " As denúncias anônimas que chegam pelo Disque 100 (ligação gratuita) são encaminhadas aos órgãos de segurança pública estaduais. Os denunciantes têm sigilo garantido. Entre maio de 2003 e fevereiro de 2009, o Disque Denúncia Nacional realizou 2.220.524 atendimentos e encaminhado 89.464 denúncias de todo o país. De acordo com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, da Presidência da República, o abuso sexual representa 57,99% dos casos denunciados, seguido pela exploração sexual comercial (40,27%), pornografia (1,73%) e tráfico de crianças e adolescentes (0,75%).
Fonte: G1
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