Ex-presidente passou por bloqueio do nervo frênico após
crise prolongada de soluço durante internação em Brasília
A equipe médica que acompanha o ex-presidente Jair Bolsonaro
informou neste sábado (27) que o procedimento realizado para tentar controlar
suas crises recorrentes de soluços não garante a resolução definitiva do
quadro. Segundo os médicos, o bloqueio anestésico do nervo frênico direito foi
indicado após uma crise intensa e prolongada, que causou desgaste físico e
dificuldade para dormir.
Bolsonaro está internado no Hospital DF Star, em Brasília,
desde o dia 24 de dezembro, onde se recupera de uma cirurgia de hérnia inguinal
bilateral. De acordo com o boletim médico, na sexta-feira (26) o ex-presidente
apresentou uma nova crise de soluços e, em razão disso, foi submetido neste
sábado ao bloqueio do nervo frênico direito, sob sedação, sem intercorrências.
Em entrevista coletiva, o cirurgião Cláudio Birolini
explicou que a equipe inicialmente tentou controlar o problema apenas com
medicamentos, que chegaram a ter as doses dobradas. Como a resposta clínica não
foi satisfatória, optou-se pelo procedimento. “Ele teve uma crise prolongada,
ficou bastante incomodado e acordou abatido”, afirmou o cardiologista Brasil
Caiado.
O bloqueio do nervo frênico reduz temporariamente a
atividade do nervo responsável pelo controle do diafragma, principal músculo da
respiração, e pode ajudar a interromper soluços persistentes. Segundo os
médicos, o efeito pode durar semanas ou até alguns meses, mas não há garantia
de eficácia permanente. Caso o procedimento funcione, está prevista a
realização do bloqueio do nervo frênico esquerdo em até 48 horas, já que os
dois lados não podem ser bloqueados simultaneamente por risco respiratório.
O radiologista intervencionista Mateus Saldanha informou que
a intervenção durou cerca de uma hora e foi considerada tecnicamente
bem-sucedida. Ainda assim, a equipe médica não descarta outras alternativas,
caso o quadro persista, embora opções mais invasivas estejam fora do
planejamento atual.
“Estamos discutindo a possibilidade de botox no nervo
eventualmente, crioablação [procedimento médico minimamente invasivo que
utiliza o frio extremo para destruir tecidos anormais ou doentes], mas essas
alternativas são ‘off label’. Vamos fazendo o menos invasivo e reavaliando
periodicamente. Se chegar num ponto que não resolve, vamos rediscutir e ver o
melhor caminho possível. Agora, o procedimento proposto é esse e, nessa
internação, a gente não pretende ir além do que está sendo feito”, explicou
Birolini.
Segundo o boletim médico, Bolsonaro encontra-se consciente,
orientado, já retornou ao quarto e está liberado para se alimentar. Ele seguirá
em fisioterapia motora, com medidas de prevenção de trombose e cuidados
clínicos gerais. A previsão de internação permanece entre cinco e sete dias,
com possibilidade de alta após nova avaliação médica, caso a evolução clínica
seja favorável.
JP
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