Paes revoga decreto que limitava a vida útil dos táxis em até 10 anos | Rio das Ostras Jornal

Paes revoga decreto que limitava a vida útil dos táxis em até 10 anos

Táxis com mais de 10 anos são submetidos a uma 
vistoria anual. Júlia Vianna/ Arquivo / O Dia

Lei aprovada e sancionada em agosto do ano passado extinguiu qualquer limite de tempo para os automóveis. Prefeito revogou a norma, mas voltou atrás horas depois

Rio - O limite da vida útil dos carros dos taxistas se tornou debate na Prefeitura do Rio, nesta quinta-feira (3). De manhã, o Diário Oficial informou a revogação da lei, sancionada em agosto, que extinguia essa limitação, e reestabeleceu o período de 10 anos para o motorista mudar de veículo. No entanto, à tarde, Eduardo Paes publicou um novo decreto que suspende o anterior. Com isso, os automóveis voltaram a não ter limite de vida útil, porém aqueles com mais de 10 anos devem passar por uma vistoria física anual.

Apesar dos decretos, a situação ainda não está resolvida. A Prefeitura do Rio move uma Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei e caberá ao Tribunal de Justiça decidir se a norma continuará válida ou será derrubada. Na noite de quarta-feira (2), o desembargador Claudio de Mello Tavares negou a medida cautelar que suspenderia os efeitos da lei. Portanto, a medida continua valendo e o TJRJ segue analisando o mérito da ação.

Para o Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio de Janeiro (Stam-RJ), a revogação da lei prejudicaria os trabalhadores que circulam com veículos bem conservados, por mais que o ano de fabricação seja superior a 10 anos. Com isso, a categoria comemorou o decreto publicado na tarde desta quinta-feira.

"Esse recuo do prefeito é resultado direto da pressão da categoria. Seguimos em luta pela segurança jurídica, pela valorização do taxista e pelo cumprimento integral da lei. Unidos, mostramos que a categoria tem voz e tem força", celebrou o sindicato.

"Essa lei acaba com o limite de vida útil dos táxis e reconhece a realidade de milhares de profissionais que trabalham diariamente com veículos mais antigos, porém bem conservados. Também estabelece vistoria anual, como medida de segurança, sem obrigar ninguém a trocar de carro apenas por causa do ano de fabricação", explicou o Stam-RJ.

Ao DIA, o aposentado e taxista Léo Tempera, de 65 anos, contou que entende as dificuldades de outros motoristas ao se planejarem para trocar de veículo, mas pensa que poucos colegas de profissão conseguem manter uma boa condição do carro após dez anos de uso. Além disso, comentou que sente a prefeitura 'perdida' ao lidar com a situação.

"Cada taxista tem sua peculiaridade. Quem vive de táxi exclusivamente, paga aluguel, paga colégio de filho, despesas... Mesmo tendo desconto para comprar carro zero, não pagando IPVA, fica difícil para o cara que vive de táxi ficar trocando de carro. Mas, para mim, dez anos é o suficiente, é o máximo. Poucos conseguem conservar bem o carro, então acho que é um prazo máximo. Mas a maioria quer ficar mais tempo", opinou.

"Às vezes, a prefeitura fica perdida quanto que fazer com relação aos taxistas. Eu acho que tem pressão de tudo que é lado. Tem que ter pulso firme para não ficar falando uma coisa, depois não faz mais porque tem pressão daqui ou dali", comentou.

O Dia

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