Ex-assessor de Bolsonaro foi
preso no mês passado depois que o seu próprio advogado apresentou ao STF uma
petição na qual relatou ter mantido conversas com Cid para tentar obter
informações da delação premiada
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao
Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara,
ex-assessor de Jair
Bolsonaro, por suspeitas de tentativa de interferência no acordo de
delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
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Gonet se manifestou contra um
recurso da defesa de Câmara solicitando sua liberdade. O ex-assessor foi preso
no mês passado depois que o seu próprio advogado, Eduardo Kuntz, apresentou ao
STF uma petição na qual relatou ter mantido conversas com Mauro Cid para tentar
obter informações da delação premiada.
Procurado na manhã deste domingo
(27), Kuntz não respondeu aos contatos. O espaço está aberto para manifestação.
Nos diálogos apresentados por Kuntz, mantidos com um perfil de Instagram que o
advogado atribuiu a Mauro Cid, ele pediu ao tenente-coronel que deixasse
Marcelo Câmara de fora dos seus depoimentos e também sugeriu a ele que trocasse
de advogado e lhe contratasse.
“As capturas de tela anexadas por
Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz incluem mensagens enviadas pelo procurador
ao suposto perfil de Mauro César Barbosa Cid, como: ‘Poxa…pede para ele falar
sobre o Câmara…vc sabe que ele não fez nada de errado’ e ‘Aquela história da
Professora… o Câmara falou que se você disser que Professora é a Madre Tereza,
ele passou a informação errada (…)’”, escreveu Gonet.
Para o procurador-geral, “os
trechos insinuam que Marcelo Costa Câmara não apenas conhecia a conversa
conduzida por seu advogado, mas dela se beneficiou ao utilizá-la como argumento
defensivo”. Gonet argumenta que esses elementos de prova indicam a existência
de riscos concretos ao andamento do processo e à aplicação da lei penal, o que
justifica a manutenção da prisão de Marcelo Câmara. A Polícia Federal abriu um
inquérito para investigar esses fatos.
“A pretensão do agravante de
adquirir dados afetos a acordo de colaboração premiada então protegidos por
sigilo evidenciam o concreto risco à conveniência da instrução criminal e à
aplicação da lei penal”, afirmou o procurador-geral da República O coronel já
havia ficado preso entre janeiro e maio do ano passado depois que a Polícia
Federal detectou que ele realizou ações de monitoramento dos passos do ministro
Alexandre de Moraes. Câmara foi solto com a imposição de medidas cautelares,
mas o ministro decretou a nova prisão após os fatos revelados por sua própria
defesa.
JP

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