Instituição que funcionava como
comunidade terapêutica aplicava punições aos internos e foi alvo de mandado
após investigação sobre morte suspeita.
Policiais civis da 50ª DP
(Itaguaí) prenderam, nesta quinta-feira (12), 11 pessoas em flagrante por
manterem 62 pessoas em cárcere privado dentro de uma comunidade
terapêutica no bairro Santa Cândida, em Itaguaí, na Baixada Fluminense.
Segundo a investigação, os
internos viviam em condições insalubres e eram impedidos de sair do
local. Quando tentavam fugir, eram submetidos a castigos como privação de
alimentos, agressões físicas e suspensão de visitas de familiares.
A ação contou com apoio da
promotoria criminal do município. As investigações começaram em outubro de
2024, após a morte de um acolhido que foi levado ao Hospital Municipal São Francisco
Xavier com pneumonia.
A partir desse caso, a Polícia
Civil passou a apurar denúncias de maus-tratos e restrição de liberdade dentro
da clínica, chamada Comunidade Terapêutica Recomeçar, que
funcionava de forma clandestina em um imóvel na Rua Dona Elizabeth, número 10.
Durante a investigação, os
agentes reuniram informações de que os responsáveis pela clínica também
cometiam abusos contra pessoas que pagavam pelo tratamento de dependência
química. Mesmo contratando o serviço, esses pacientes eram mantidos internados
à força e sofriam maus-tratos.
A Justiça expediu um mandado de
busca e verificação, que foi cumprido nesta quinta. No local, os agentes
encontraram os 62 internos em situação degradante, sob vigilância de dois
administradores e nove monitores, todos presos no local.
Os detidos vão responder pelos
crimes de sequestro e cárcere privado e associação criminosa. Eles foram
levados para a delegacia e, após os trâmites de praxe, serão encaminhados para
audiência de custódia.
Por Lilia Teles, g1 Rio, RJ1

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