Uma manifestação de aposentados em frente ao Congresso da Argentina, tradicionalmente realizada às quartas-feiras, terminou em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. O protesto, que inicialmente pedia melhorias nas aposentadorias, foi marcado pela presença de grupos políticos opositores e integrantes de torcidas organizadas de clubes de futebol.
A situação saiu do controle por
volta das 16h, quando policiais avançaram sobre os manifestantes com gás
lacrimogêneo e balas de borracha na Avenida Rivadavia com Entre Ríos. Em
resposta, grupos mais agressivos atiraram pedras e objetos contra os agentes e
as barreiras de proteção instaladas no local.
O momento mais tenso ocorreu na
Avenida de Mayo com Santiago del Estero, onde um grupo de manifestantes virou e
incendiou uma viatura da Polícia da Cidade de Buenos Aires. O carro foi
completamente destruído pelas chamas. Ao todo, dois veículos da polícia foram
queimados.
Pelo menos 89 pessoas foram
presas durante os confrontos, segundo a polícia. Além disso, 15 pessoas ficaram
feridas, incluindo um manifestante atingido na cabeça por uma cápsula de gás
lacrimogêneo.
Entre os agentes feridos está
Elías Montenegro, policial que sofreu uma fratura e um ferimento a bala,
precisando passar por cirurgia no Hospital Argerich. Outros dois membros da
força de segurança, da Polícia Marítima, também se machucaram: Francisco
Escobar, com trauma no joelho, e Facundo Morales, com uma lesão no pé.
A Polícia da Cidade informou que
sete viaturas foram depredadas — incluindo dois carros de patrulha, três motos
e duas caminhonetes — e que duas foram incendiadas. Além disso, lojas e espaços
públicos foram vandalizados, com manifestantes utilizando pedras e destroços
como armas.
O governo de Buenos Aires também
relatou que 30 contêineres de lixo foram queimados ou destruídos, mesmo após a
retirada prévia de 70 deles para evitar barricadas. Em Callao com Presidente
Perón, manifestantes atearam fogo em contêineres para bloquear a passagem da
polícia.
O prejuízo estimado na área
ultrapassa 275 milhões de pesos, considerando reparos em calçadas, reposição de
lixeiras e recuperação dos contêineres incendiados. Um mutirão de limpeza foi
acionado, com 150 varredores, oito caminhões de coleta e dez equipes de ação
rápida.
Diante da escalada de violência,
diversas lojas fecharam suas portas e os protestos se espalharam para ruas
próximas, como Bartolomé Mitre, Perón e Callao. A polícia usou veículos
blindados e caminhões de água para dispersar os manifestantes em direção à
Avenida 9 de Julio.
O Ministério da Segurança da
Argentina anunciou que os envolvidos nos atos de violência serão proibidos de
entrar em estádios de futebol no país.
A Marcha dos Aposentados é um
protesto recorrente, mas, desta vez, a presença de grupos organizados aumentou
a tensão, resultando em uma das manifestações mais violentas dos últimos meses
na capital argentina.
Gazeta Brasil
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