Com o aumento dos casos no País,
a Secretaria de Saúde de Rio das Ostras está atenta ao combate à Febre do
Oropouche. A Coordenadoria de Vigilância em Saúde esclarece a população sobre
sintomas, prevenção e tratamento da doença, causada pelo mosquito Culicoides
Paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Semelhante à dengue, a
transmissão também ocorre por meio de fêmeas infectadas de insetos vetores.
Em Rio das Ostras, até o momento,
foram registrados três casos confirmados da doença.
“A Prefeitura está atenta e
preparada. Já mantemos um trabalho de rotina de combate às arboviroses: o carro
fumacê segue atuando nas localidades e a Vigilância cobre toda a Cidade, por
meio da ação dos Agentes de Combate a Endemias – ACEs. O Município também se
programou para oferecer o atendimento adequado e já adquiriu mais cadeiras de
hidratação, caso haja necessidade. No entanto, para combatermos o mosquito
transmissor da Febre do Oropouche, o papel da população é primordial”, lembra a
coordenadora da Vigilância em Saúde, Nirvana Braga.
SINTOMAS – Os
sintomas são parecidos com os da dengue: febre, dor de cabeça intensa, dores
musculares, calafrios, fotofobia, tontura, dor atrás dos olhos, náusea, vômito
e diarreia.
TRATAMENTO – Não
existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com
tratamento dos sintomas e acompanhamento médico. O diagnóstico é realizado de
forma clínica e laboratorial.
De acordo com a Secretaria de
Saúde, deve haver uma atenção especial às gestantes, considerando evidências de
transmissão vertical (da mãe para o filho). Devido à semelhança com a dengue,
deve-se evitar o uso de anti-inflamatórios e manter-se hidratado desde a
suspeita de infecção.
A Vigilância Epidemiológica, da
Secretaria de Saúde, ainda reforça a importância da notificação dos casos
suspeitos.
PREVENÇÃO – As
medidas de prevenção recomendadas são:
- Usar roupas que cubram bem o corpo e repelentes
corporais para evitar picadas e espantar os mosquitos;
- Não acumular água parada, removendo possíveis
criadouros;
- Manter limpo terrenos e locais de criação de
animais e recolha folhas e frutos que caem no solo;
- Instalar telas de malha fina em portas e janelas.
- Procurar atendimento médico em caso de sintomas
suspeitos,
- Evitar áreas onde estejam ocorrendo transmissões,
especialmente locais de mata e beira de rios.
PAPEL DA POPULAÇÃO –
Assim como na prevenção a outras arboviroses, como dengue, zika e chikungunya,
a população tem um papel fundamental no combate ao mosquito maruim.
O que os moradores devem fazer:
- Deixar as lixeiras bem tampadas.
- Colocar areia nos pratos de plantas.
- Recolher e acondicionar o lixo do quintal.
- Limpar as calhas.
- Cobrir piscinas.
- Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos
sanitários.
- Limpar a bandeja externa da geladeira.
- Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de
estimação.
- Limpar a bandeja coletora de água do
ar-condicionado.
- Cobrir bem a cisterna.
- Cobrir bem todos os reservatórios e caixas d’água
DÚVIDAS FREQUENTES
Quais são as estratégias de
controle desse vetor?
Para controlar a população do
vetor é preciso eliminar os criadouros. No caso do maruim, o ideal é remover o
substrato onde ele se reproduz. Por exemplo, se temos um quintal, devemos
limpar o terreno, não deixando folhas e cascas de frutas caídas no chão ou
outra matéria orgânica em decomposição. Isso pode reduzir a proliferação do
inseto naquele local.
Por que o maruim pica?
Os maruins adultos, machos e
fêmeas, se alimentam do néctar de plantas. Somente as fêmeas picam seres
humanos e animais, pois precisam de sangue para amadurecimento dos ovos.
Qual a origem desse inseto e
onde ele é encontrado?
O Culicoides Paraensis,
o maruim, é, possivelmente, um inseto nativo das Américas. Atualmente,
ele é encontrado na maior parte do continente americano, desde o sul dos
Estados Unidos até a Argentina. No Brasil, acredita-se que esteja presente em
todos os estados, apesar de só ter sido efetivamente registrado em 15 estados
até o momento.
Quais são as principais
características desse inseto?
Todos os maruins são insetos
muito pequenos. Medem cerca de 1,5 mm, podendo atingir 3 mm. Outra
característica é a picada muito dolorosa. É um inseto que causa incômodo para a
população quando há infestação.
Em que tipo de ambiente ele
vive?
Em geral, vive em florestas
e em áreas rurais. No Norte do País, o maruim também é encontrado em áreas
urbanas. Nas cidades da região amazônica, as áreas urbanas estão mais próximas
das áreas silvestres e há essa urbanização do vetor. Em alguns municípios fora
dessa região, vemos maruins em áreas urbanizadas próximas do ambiente rural.
Recentemente, temos indícios
de que vem sendo encontrado em alguns centros urbanos do País. Ao
que tudo indica, isso está ocorrendo em áreas onde houve modificação ambiental.
Porém, é importante dizer que, até o presente, o maruim não é um vetor urbano,
como o Aedes.
Onde o maruim se reproduz?
A fêmea do maruim procura locais
com bastante matéria orgânica e umidade para depositar seus ovos. Nas
florestas, troncos de árvore em decomposição, cascas de frutas caídas no chão,
bromélias, beiras de riachos, folhagem do solo são os locais preferidos. Nos
bananais, por exemplo, ela deposita os ovos no cepo da bananeira, parte do
caule que fica quando a árvore é cortada para colheita da banana. Na área
urbana, ela pode colocar ovos no quintal se houver qualquer tipo de matéria
orgânica acumulada no chão.
Como é o ciclo de vida do
maruim?
O ciclo de vida é parecido com o
dos mosquitos. Nos criadouros, os ovos eclodem liberando as larvas que se
alimentam da matéria orgânica. As larvas passam por quatro estágios de
desenvolvimento, depois se tornam pupas, que não se alimentam e se transformam
no inseto adulto. Portanto, é muito importante acabar com as larvas.
Quantos ovos a fêmea coloca?
Estudos sobre insetos do gênero
Culicoides apontam que as fêmeas podem colocar de 30 a 450 ovos por postura,
dependendo da espécie e da refeição sanguínea. Mas não há informação específica
sobre C. Paraensis.
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