Na segunda-feira (27), a Transparência Internacional Brasil manifestou-se contra os sigilos impostos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre informações relacionadas à primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja. A crítica foi feita após reportagem do blog de Malu Gaspar, no jornal O Globo, revelar que o governo federal está se recusando a responder a pedidos sobre as atividades e agendas da primeira-dama.
Bruno Brandão, diretor-executivo
da entidade, destacou que é “público e notório” que Janja exerce “função
pública” e, portanto, as informações relacionadas à sua atuação devem ser
acessíveis à população. “É público e notório que a primeira-dama está exercendo
função pública, com intensa agenda de representação governamental e equipe de
apoio. O fato disso estar acontecendo sem as formalizações necessárias não pode
ser justificativa para desrespeitar o princípio da publicidade da administração
pública, a lei de acesso à informação e a lei de conflitos de interesses. Ao
contrário, a informalidade agrava a situação”, afirmou Brandão em uma postagem
na conta oficial da Transparência Internacional no X.
A crítica surgiu após o blog e a
ONG Fiquem Sabendo, especializada em acesso a informações públicas,
apresentarem uma série de pedidos que não foram atendidos pelo governo. A negativa
envolveu não apenas as agendas de Janja, mas também o conteúdo de uma carta
enviada por Lula ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e informações sobre a
prisão do jogador de futebol Robinho.
O governo federal, desde o início
do terceiro mandato de Lula, tem adotado a prática de impor sigilos em diversas
informações de interesse público, o que gerou controvérsias, especialmente após
as críticas feitas por Lula durante a campanha de 2022 ao ex-presidente Jair
Bolsonaro, que também utilizou sigilos de longa duração. Em maio de 2023, ao
lançar decretos com a Controladoria-Geral da União (CGU) para garantir maior
transparência, o presidente Lula declarou: “nosso povo e nossas instituições
não admitem mais o obscurantismo e o sigilo”.
Além disso, a CGU está
trabalhando em uma proposta de alteração na Lei de Acesso à Informação (LAI),
que atualmente estabelece sigilos de até 100 anos para informações pessoais
relacionadas à intimidade, vida privada, honra e imagem. A proposta visa
reduzir esse período e aumentar o acesso a dados públicos.
Gazeta Brasil
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