quinta-feira, janeiro 23, 2025

Mais de 20 Aeronaves Chinesas Incursionam em Taiwan Após Posse de Trump


Mais de 20 aeronaves militares do regime chinês incursionaram ao redor de Taiwan nesta quarta-feira, apenas dois dias após Donald Trump assumir a presidência dos Estados Unidos pela segunda vez.

Em seu relatório diário, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) taiwanês informou que um total de 35 aeronaves chinesas foram detectadas nas proximidades do território taiwanês entre as 06:00 hora local de quarta-feira (22:00 GMT de terça-feira) e as 06:00 hora local de quinta-feira (22:00 GMT de quarta-feira). Destas, 27 cruzaram a linha média do estreito e ingressaram na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, nas regiões norte, sudoeste e leste da ilha, praticamente cercando toda a sua extensão.

 “Taiwan monitorou a situação e desdobrou aviões de missão, navios da Marinha e sistemas de mísseis costeiros em resposta às atividades detectadas”, declarou o MDN em comunicado.

O Ministério da Defesa também informou que às 17:20 hora local de quarta-feira (09:20 GMT) foram detectadas incursões adicionais de aeronaves chinesas, incluindo caças J-16, aviões de alerta antecipado KJ-500 e drones. Essas operações foram coordenadas com navios da Marinha chinesa como parte de uma “patrulha conjunta de preparação para o combate”, a quarta desse tipo em 2025.

Essas manobras do regime de Pequim ocorreram em um momento politicamente delicado, após a posse de Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos. Seu novo mandato se desenvolve em um cenário de tensão internacional, particularmente no estreito de Taiwan, onde a ilha governada de forma autônoma desde 1949 é considerada pela China como uma “província rebelde”.

Em 2024, Taiwan registrou um recorde anual de 3.067 incursões de aeronaves militares chinesas nas proximidades de seu território, um aumento de 80% em relação ao ano anterior. Em 2025, o MDN já contabilizou 198 incursões, um número que triplica as registradas em todo o mês de janeiro de 2024.

Esse aumento gerou preocupação em Taipei, que observa atentamente a política que a nova administração dos EUA adotará em relação à China. Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e poderia intervir em sua defesa em caso de um conflito com Pequim.

O presidente taiwanês, William Lai, qualificado pelo regime chinês como “independentista” e “alvoroçador”, declarou esta semana que a paz no estreito de Taiwan não pode depender da “boa vontade” de outros países.

 “Apenas a paz respaldada por nossa própria força é verdadeira paz”, afirmou Lai, destacando a necessidade de fortalecer as capacidades defensivas da ilha.

Regime Chinês Utiliza Líderes Opositores para Minar Democracia de Taiwan

O governo de Taiwan advertiu que não tolerará o “compromisso ativo” do regime de Xi Jinping com políticos da oposição taiwanesa, enquanto persistir sua negativa a dialogar com a administração liderada pelo presidente William Lai, segundo declarações do ministro do Conselho de Assuntos Continentais (MAC), Chiu Chui-cheng, em entrevista ao jornal Nikkei Asia.

Chiu acusou a China de distorcer a postura do Partido Democrático Progressista (PDP), liderado por Lai, ao qualificá-lo de “provocador e irracional”.

Em resposta, reafirmou que Taiwan está disposto a dialogar, mas condenou que Pequim insista em impor como condição prévia o apoio à política de “Uma China”, que considera Taiwan como parte inalienável do território chinês.

 “Nossa porta para a comunicação e o diálogo está sempre aberta. É a China que exige condições prévias, como apoiar a noção de ‘Uma China’”, afirmou Chiu.

Além disso, assegurou que o governo da ilha não permitirá a entrada de funcionários do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, a menos que estejam dispostos a dialogar “com base na igualdade”.

 “O fato é que existimos”, declarou Chiu, em defesa da soberania de Taiwan, sublinhando que o núcleo das tensões reside na negativa de Pequim em reconhecer o governo democraticamente eleito da ilha e seu modo de vida livre e democrático.

“O cerne dessa ‘tensão’ é que Pequim não está disposta a reconhecer a existência de Taiwan, nem a respeitar a decisão do nosso povo”, afirmou.

Gazeta Brasil

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