‘Tivemos uma reação muito sóbria; não queremos
provocar o governo americano, até porque a deportação está prevista em
tratado’, disse o ministro da Justiça em evento em São Paulo
O Ministro da Justiça e Segurança
Pública, Ricardo
Lewandowski, defendeu, nesta segunda-feira (27), a importância de
realizar a deportação de
brasileiros provenientes dos Estados Unidos de
maneira digna. Ele ressaltou que, apesar de a deportação estar prevista em
acordos internacionais, é essencial que os direitos dos deportados sejam
respeitados, especialmente no caso daqueles que não possuem antecedentes
criminais. Entretanto, Lewandowski disse que o governo federal não tem intenção
de fazer qualquer tipo de “provocação” aos Estados Unidos.
“Tivemos uma reação muito sóbria.
Não queremos provocar o governo americano, até porque a deportação está
prevista em tratado, mas obviamente essa deportação tem que ser feita com
respeito aos direitos fundamentais das pessoas, sobretudo daqueles que não são
criminosos”, disse o ministro em evento organizado pelo grupo Lide, em São
Paulo.
Informações indicam que alguns
deportados enfrentaram agressões por parte de agentes americanos e foram
acorrentados durante o voo de repatriação. Lewandowski disse que recebeu a
denúncia quando os deportados aterrissaram na capital amazonense. Houve, ainda,
reclamações sobre a falta de ar-condicionado e de alimentação, além de
restrições ao acesso a banheiros.
“Os americanos exigiram que os
brasileiros, já em território nacional, sob a custódia do Estado brasileiro,
permanecessem acorrentados e ingressassem em outro outro avião que estava vindo
dos Estados Unidos. Isso é absolutamente inadmissível. Eles não tinham nenhuma
acusação do ponto de vista criminal”, argumentou.
O ministro diz que explicou a
situação a Lula por telefone e que o presidente deu a ordem para a Força Aérea
Brasileira (FAB) realizar o transporte de um grupo de 88 deportados até Belo
Horizonte. A ação foi necessária após a aeronave que deveria levá-los
apresentar problemas técnicos em Manaus, complicando ainda mais a situação dos
repatriados.
“Expliquei os detalhes, que eram
constrangimentos absolutamente inaceitáveis em território brasileiro, onde
exercemos a nossa soberania. (…) Houve um mal-estar, mas o presidente, de forma
muito determinada, disse que iria mandar o avião da FAB, que os brasileiros têm
que ser tratados com dignidade e voltar aos seus locais de origem em
segurança”, completou.
JP
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