quinta-feira, janeiro 09, 2025

Groenlândia Pode Se Tornar Independente, Mas Não Será Estado dos EUA, Afirma Dinamarca


Groenlândia pode se tornar independente se seus habitantes assim desejarem, mas não se tornará um estado dos Estados Unidos, disse na quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, após Donald Trump se recusar a descartar a possibilidade de tomar o controle da ilha ártica à força.

O líder máximo da Groenlândia manteve conversas na quarta-feira com o rei dinamarquês em Copenhague, um dia depois de as declarações de Trump levarem o destino da ilha, governada pela Dinamarca, à primeira página mundial.

O líder republicano, que tomará posse de seu cargo em 20 de janeiro, disse na terça-feira que não descartaria recorrer a ações militares ou econômicas para que a Groenlândia se tornasse parte dos Estados Unidos. No mesmo dia, o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., fez uma visita privada à ilha.

A Groenlândia, a maior ilha do mundo, faz parte da Dinamarca há 600 anos, embora seus 57.000 habitantes governem agora seus próprios assuntos internos. O governo da ilha, liderado pelo primeiro-ministro Mute Egede, aspira à independência.

 “Reconhecemos plenamente que a Groenlândia tem suas próprias ambições. Se essas ambições se concretizarem, a Groenlândia será independente, embora dificilmente com a ambição de se tornar um estado federal dos Estados Unidos”, afirmou o ministro dinamarquês das Relações Exteriores, Lars Lokke Rasmussen.

Em declarações à imprensa, ele também afirmou que a preocupação dos Estados Unidos com a segurança no Ártico é legítima, após o aumento da atividade russa e chinesa na região.

Lokke Rasmussen destacou que o derretimento do gelo e a abertura de novas rotas marítimas no Ártico estão provocando uma “rivalidade crescente entre as grandes potências” na região. É “legítimo que os Estados Unidos e a OTAN, e, portanto, também o Reino da Dinamarca, estejam cientes disso”, acrescentou.

“Não acredito que estejamos em uma crise de política externa”, disse. “Estamos abertos ao diálogo com os americanos sobre como podemos cooperar ainda mais estreitamente do que já fazemos para garantir que suas ambições sejam atendidas.”

Ainda assim, embora a própria Dinamarca tenha minimizado a ameaça de Trump sobre seu território, a ambição abertamente expressa pelo presidente eleito de expandir as fronteiras dos Estados Unidos agitou os aliados europeus a menos de duas semanas de sua posse.

Antes do Natal, Donald Trump disse que o controle da Groenlândia era “uma necessidade absoluta” para “a segurança nacional e a liberdade no mundo inteiro”. Na terça-feira, ele não descartou o uso da força para anexá-la, o que causou preocupação e surpresa nesse vasto território e em Copenhague, assim como em outras capitais europeias.

No entanto, Lokke Rasmussen pediu calma. “Não é necessário dizer em voz alta tudo o que você pensa”, disse o ministro. “Eu tento trabalhar com base nas realidades e acredito que todos deveríamos nos fazer um favor desacelerando um pouco nosso ritmo cardíaco”, acrescentou.

(Com informações da AFP e Reuters)

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