O Departamento de Estado dos EUA instou nesta segunda-feira que a Colômbia tome como um aviso a ameaça de tarifas lançada no domingo em retaliação por não aceitar voos de deportação em aviões militares.
“Tratou-se de lembrar à Colômbia que há um
preço a pagar se você vai contra seus acordos”, disse a porta-voz do
Departamento de Estado, Tammy Bruce, em declarações à Fox News.
A porta-voz da diplomacia dos EUA
destacou que cada país tem seus próprios interesses e que, sob a atual
administração, se agirá em conformidade. Bruce considerou que também é um
recado para outros países. “No final das contas, aconteceu o que se esperava
que acontecesse. Eles disseram ‘culpa minha’ e reverteram tudo”, acrescentou.
O conflito surgiu no domingo
quando o governo da Colômbia, liderado pelo presidente Gustavo Petro, rejeitou
receber dois voos de repatriação previamente autorizados, o que motivou uma
resposta imediata da administração de Donald Trump.
Em retaliação, Trump anunciou uma
série de sanções que incluíam a imposição de tarifas de 25% sobre os produtos
colombianos, com possibilidade de aumentá-las para 50% em uma semana, além da
revogação de vistos para altos cargos do governo colombiano e seus familiares,
a suspensão da emissão de vistos pela embaixada em Bogotá e a imposição de
controles aduaneiros reforçados para cidadãos e mercadorias colombianas. No
entanto, horas depois, a Casa Branca confirmou que a Colômbia havia aceitado os
termos do acordo, concordando em receber todos os deportados, inclusive em
aviões militares.
Na segunda-feira, o Ministério
das Relações Exteriores da Colômbia informou que havia enviado dois aviões para
a repatriação dos migrantes. Segundo um comunicado oficial, um dos voos,
operado pela Força Aérea Colombiana (FAC), transportou 110 colombianos dos
Estados Unidos. Pessoal da Migração Colômbia, do Ministério das Relações
Exteriores e pessoal médico acompanharam o traslado para garantir o respeito
aos direitos dos compatriotas e seu monitoramento médico.
O embaixador da Colômbia em
Washington, Daniel García Peña, disse na segunda-feira que os voos com
deportados colombianos dos Estados Unidos chegariam na segunda-feira ou “o mais
tardar” na terça-feira.
“Os aviões colombianos já estão a
caminho para buscar nossos compatriotas nos Estados Unidos. Espero que hoje já
estejam aterrissando, no máximo amanhã cedo”, assegurou o embaixador em
entrevista à Blu Radio, sem precisar a hora em que os voos chegariam.
O comunicado do Ministério
destacou que essas medidas estão alinhadas com os protocolos estabelecidos para
um retorno digno e com garantias de direitos humanos. Um segundo avião será
enviado nos próximos dias para completar a repatriação dos 50 migrantes
restantes.
O presidente Petro, após o
acordo, reafirmou sua posição crítica em relação a algumas políticas dos
Estados Unidos. Em uma mensagem dirigida ao encarregado de negócios dos EUA na
Colômbia, Francisco Palmieri, expressou suas “discrepâncias” com Washington.
Além disso, Petro enfatizou que a diplomacia deve ser “franca e livre, mas
sempre entre iguais”.
Por sua vez, a recém-nomeada
ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Laura Sarabia, destacou o
trabalho de Palmieri no fortalecimento da relação bilateral. Segundo Sarabia, a
cooperação entre os dois países em áreas como transição energética, comércio e
paz foi fortalecida graças ao papel desempenhado pelo diplomata dos EUA.
O acordo alcançado evitou a
aplicação das sanções anunciadas por Trump, embora tenha ficado condicionado ao
cumprimento dos termos pactuados pela Colômbia. Os Estados Unidos advertiram
que qualquer descumprimento poderia reativar as medidas sancionatórias.
(Com informações de EFE, AFP e Europa Press)
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