A Advocacia-Geral da União (AGU) organizou uma audiência pública nesta quarta-feira (22), em Brasília, para discutir as mudanças nas políticas de moderação de conteúdo nas redes sociais. O evento contou com a participação de 41 indivíduos, entre representantes de plataformas digitais, especialistas, agências de checagem de fatos, acadêmicos e organizações da sociedade civil.
Conforme informado pela AGU, a
audiência ocorreu das 14h às 18h e foi conduzida com a presença de membros dos
ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e da Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República. A iniciativa surge em um momento crítico,
após a Meta, conglomerado responsável por redes como Instagram, Threads,
Facebook e WhatsApp, anunciar novas diretrizes que envolvem a diminuição de
filtros de moderação de conteúdo e o fim do programa de checagem de fatos nos
Estados Unidos.
A reunião teve um formato
híbrido, permitindo que os convidados participassem presencialmente ou online.
Cada participante dispôs de cinco minutos para apresentar seus pontos de vista
e, durante o debate, também puderam responder a perguntas dos demais presentes.
Além dos convidados, qualquer cidadão interessado pôde acompanhar a audiência
como ouvinte, mediante inscrição prévia no site da AGU até a noite anterior ao
evento.
O principal foco do encontro foi
avaliar as políticas de verificação de informações e seus possíveis impactos no
Brasil. A preocupação cresceu depois que a Meta anunciou a alteração de seus
processos de moderação. Ainda que a empresa tenha esclarecido que as mudanças
serão testadas inicialmente apenas nos Estados Unidos, com possível expansão
futura, a AGU optou por não descartar o debate sobre o tema devido às
potenciais consequências para o combate à desinformação no país.
Durante a audiência, a Meta
apresentou justificativas para suas decisões e reiterou que está aberta ao
diálogo com diferentes setores do governo brasileiro. Contudo, dentro da
administração pública, há receios de que as novas diretrizes possam prejudicar
o combate à proliferação de informações falsas.
Nos bastidores, o governo não
descarta a possibilidade de recorrer à justiça caso essas políticas venham a
ser adotadas no Brasil e comprometam as estratégias vigentes de combate à
desinformação. A intenção é garantir que a disseminação de informações seja
realizada de forma segura e responsável.
Por fim, a audiência pública foi
uma plataforma essencial para que diversos atores pudessem expressar suas
preocupações e sugestões sobre como o país deve lidar com as mudanças rápidas e
significativas nas políticas de plataformas digitais globais. A AGU reforçou
seu compromisso com a transparência e a promoção de um debate aberto, buscando
proteger o direito à informação de qualidade para todos os brasileiros.
Gazeta Brasil
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